terça-feira, 28 de maio de 2013

ENZIMAS


ENZIMAS

Energia livre e energia de activação
Reacção enzima-substracto
Apoenzimas e coenzimas
Conformação dos enzimas
Cinetica enzimatica
Activadores e inibidores
Especificidade dos enzimas
Classificação dos enzimas



INFORMAÇÃO GERAL

Directorios




Textos




Capitulo 1

ENERGIA LIVRE E ENERGIA DE ACTIVAÇÃO

Textos





Conceito de enzima

O enzima permite a realização duma reacção, ficando inalterado no fim desta





Energia livre


Conceito

Suponhamos a reacção:

                                             A   +  B  ---------------   C +  D
                                                  P1                               P2

A reacção indicada no sentido da seta só será possível se P1 for maior que P2
  • A variação de energia F ( energia livre) será:

                                                             F = P1-P2

Reacções exergonicas e endergonicas

Quando uma reacção corresponde a uma diminuição da energia livre (reacção exergonica) , a sua realização é espontânea
Quando corresponde a um aumento (reacção endergonica) necessitam de um fornecimento exterior de energia
Os processos endergonicos  estão acoplados a processos exergonicos 






Estas transferências fazem-se sem empregar calor o que representa uma grande economia do organismo, pois o calor é a forma mais degradada de energia

Animações:


Energia de activação

Para que uma reacção se produza é preciso que haja choques entre moléculas e que estes choques sejam eficazes   
Estes choques só serão eficazes se as moléculas que os sofrerem  estiverem num estado reaccional particular, o estado activado
A energia da colisão deverá ser maior que a energia de ligação que une os atomos
A passagem do estado normal ao activado necessita de uma certa quantidade de energia, a energia de activação  



cortesia de Micael Gregory





Podemos definir energia de activação como a quantidade mínima de energia para produzir uma reacção quimica
O seu valor poderá ser consideravelmente reduzido na presença de enzimas



cortesia de Micael Gregory


Animações



Capitulo 2

REACÇÃO ENZIMA-SUBSTRACTO



Conceito

A maior parte das reacções quimicas não se realizam espontaneamente – são aceleradas por catalise
Catalise é a aceleração de numa reacção química por uma substancia que no fim da reacção surge inalterada e na mesma concentração
Os catalisadores das reacções bioquimicas são os enzimas

Características

São proteínas com pesos moleculares  de 10.000 a 2.000.000
Não causam as reacções, mas aceleram a sua actividade
Não são consumidos nem produzidos no de decorrer da reacção
São específicos

Fases da acção enzimática

A acção enzimática pode dividir-se em três fases :
  • Estado inicial
  • Estado activo
  • Estado final

Estado inicial

As moléculas que reagem chegam a uma zona privilegiada da superficie do enzima, o 
centro activo

Estado activo

As moléculas são fixadas nesta zona, criando-se as condições óptimas para reagirem

Estado final

Libertação do produto final



Reacção enzima-substracto

Sítios

Para realizar a sua acção, o enzima tem bolsas ou reentrâncias na sua superfície

Sitio catalítico ou centro activo

É onde se realizam as reacções

Sitio de ligação

Mantem o substracto na sua posição correcta
O substracto mantem-se por ligações fracas não covalentes

Animações


Etapes  de uma reacção enzimática

  • Complexo enzima-substracto(ES) – devido a fixação do substracto no centro activo
  • Complexo enzima-produtos de reacção(EF - Formação dos produtos de reacção    












Por vezes alguns aminoácidos do enzima tem funções especificas de ligação, orientação e activação 


Características de uma reacção enzimática

  • Os enzimas nunca tornam realizável uma reacção termodinamicamente impossível
  • Os enzimas aumentam a velocidade da reacção
  • Os enzimas encontram-se intactos no fim da reacção
  • Quando a reacção é reversível os enzimas aceleram do mesmo modo as duas reacções, respeitando as leis da termodinamica

Animações



Capitulo 3
Apoenzimas e coenzimas


Textos



Apoenzimas

A maior parte dos enzimas são heteroproteinas
A sua parte proteica designa-se por apoenzima e não proteica como coenzima
Ao conjunto apoenzima-coenzima denomina-se holoenzima






Coenzimas

Tipos de coenzimas

  • Grupos prosteticos ligados fortemente aos coenzimas
  • Cosubstractos ou coenzimas propriamente ditos, ligados fracamente ao apoenzima




 coenzymes in group transfer reactions

 coenzyme
 abbreviation
 entity transfered
 nicotine adenine dinucelotide
 NAD - partly composed of niacin
 electron (hydrogen atom)
 nicotine adenine dinucelotide phosphate
 NADP -Partly composed of niacin
 electron (hydrogen atom)
 flavine adenine dinucelotide
 FAD - Partly composed of riboflavin (vit. B2)
 electron (hydrogen atom)
 coenzyme A
 CoA
 Acyl groups http://academic.brooklyn.cuny.edu/biology/bio4fv/page/acyl.gif
 coenzymeQ
 electrons (hydrogen atom)
 thiamine pyrophosphate
 thiamine (vit. B1)
 aldehydes
 pyridoxal phosphate
 pyridoxine (vit B6)
 amino groups
 biotin
 Biotin
 carbon dioxide
 carbamide coenzymes
 vit. B12
 alkyl groups

 Cofactor
 enzyme or protein
 Zn++
 carbonic anhydrase
 Zn++
 alcohol dehydrogenase
 Fe+++ or Fe++
 cytochromes, hemoglobin
 Fe+++ or Fe++
 ferredoxin
 Cu++ or Cu+
 cytochrome oxidase
 K+ and Mg++
 pyruvate phosphokinase




Propriedades dos coenzimas

Não são de natureza proteica
Têm um peso molecular pouco elevado
Entram na reacção catalisada pelo enzima – reagem molécula a molécula com o substracto
São  termoestaveis ao contrario dos apoenzimas que são termolabeis
Não são responsáveis pela especificidade – o apoenzima escolhe o substracto, o coenzima intervem na reacção
No fim da reacção encontram-se inalterados
A maior parte não é sintetizada pelo organismo – são vitaminas


Propriedades dos grupos prosteticos

Estão solidamente ligados ao apoenzima por ligações covalentes
Entra na reacção sem se libertar do apoenzima – trabalha sempre ligado ao mesmo apoenzima

Propriedades dos cosubstractos

Estão fracamente ligados ao apoenzima                                        
No estado final o cosubstracto encontrar-.se ligado a outro apoenzima – no decorrer da reacção separou-se e foi regenerado por  outro apoenzima






Capitulo 4
                                                           CONFORMAÇÃO DOS ENZIMAS


Sitio activo

Textos



Nem todos os aminoácidos do apoenzima têm a mesma importancia na actividade enzimática
A parte da estrutura do apoenzima que entra em contacto com o substracto chama-se sitio activo







Classificação dos aminoácidos do apoenzima

Distinguem-se por importância funcional crescente 

Aminoácidos não colaboradores

 O seu papel é desconhecido. Podem ser removidos sem diminuir a actividade do enzima

Aminoácidos colaboradores

 Servem de suporte aos aminoacidos funcionais. Se forem removidos, a actividade enzimática mantem-se mas o enzima torna-se muito frágil

Aminoácidos auxiliares

 Asseguram a mobilidade  das zonas próximas do centro activo. Asseguram a flexibilidade da molécula

Aminoacidos de contacto

 São os componentes do sitio  activo


Combinação do enzima com o substracto

Para que o substracto esteja conveniente disposto no sitio activo são necessárias três cadeias laterais que assegurem ligação, orientação no espaço e activação.
No caso da quimotripsina o imidazol da histidina assegura a ligação, o hidroxilo da serina a orientação e a triptofana a orientação.





Interacção enzima-substracto


Modelo chave-fechadura de Fischer

  • Foi a primeira teoria apresentada
  • Admitia que a proteína estaria pré-conformada para receber o substracto tal qual como a fechadura recebe a chave  











Disposição induzida de Koshland

·         É o modelo mais aceite
·         O enzima sofreria uma alteração conformacional para se adaptar ao sitio activo 






Este modelo permite uma adaptação perfeita do substracto ao enzima

Animações



Enzimas activos e inactivos

Pró-enzimas

Alguns enzimas encontram-se num estado inactivo, o pró-enzima ou zimogenio
No proenzima o enzima está ligado a um péptido que impede a sua actividade
Quando é activado, o péptido é libertado     













Fosforilação

A fosforilação de alguns enzimas pode activa-los ou inactiva-los,. tendo a desfosforilação uma acção inversa
Na glicogénio sintetase a sua forma fosforilada é inactiva ao contrario da fosforilase





Enzimas monomericos

Têm apenas uma cadeia polipeptidica
Este grupo diz respeito a um numero pequeno de enzimas, todos actuando em reacções de hidrolise
Existem quase todos como pró-enzimas

Enzimas monomericos

      Enzimas           Numero de aminoácidos

                                                                                  Ribonuclease                          124
                                                                                  Papaina                                   203
                                                                                 Tripsina                                   223

Enzimas oligomericos

São constituídos pela reunião de varias subunidades proteicas
As subunidades que se repetem chamam-se monómeros

Enzimas oligomericos

Enzimas                Número de subunidades

                                                                          Fosforilase                              4
                                                                         Hexoquinase                           4
                                                                         Enolase                                    2                                               



Reacções em sequencia


No organismo geralmente os enzimas trabalham em sequencia de modo que o produto  final de uma reacção se torna o substracto da seguinte, catalisada por outro enzima e assim sucessivamente
Estes sistemas podem organizar-se em vários modos
  • As moléculas deslocam-se rapidamente de um enzima para outro, alinhados em sequencia   
  • Os enzimas reúnem-se na mesma molécula, tendo cada um um coenzima diferente - sistema polienzimatico 


Muitos isoenzimas podem ser separados por electroforese


Enzimas diferentes com a mesma actividade


Enzimas totalmente diferentes

São enzimas de composição totalmente diferente com a mesma actividade
É o caso de duas malicodeidrogenases, uma citoplasmica e outra mitocondrial


Isoenzimas

São heteropolimeros, resultantes da associação diferente de varias subunidades

Diferenças no grupo prostetico

Neste caso a diferença reside no grupo prostetico
A fosfatase alcalina e a catalase têm subunidades com ou sem acido sialico  

Variantes geneticas

Devido a mutações podem-se sintetizar enzimas com estrutura diferente, o que muitas vezes implica diferenças na sua actividade

Enzimas conjugados com outros grupos

Como vimos a fosforilase pode estar ou não fosforilada, com actividades biológicas diferentes


Capitulo 5

CINETICA ENZIMATICA

Textos







Velocidade de uma reacção enzimática

A velocidade de uma reacção enzimática é representada pela quantidade de produto formado ou consumido por unidade de tempo
Depende de:
·         Concentração do enzima
·         Concentração do substracto
·         Afinidade do enzima pelo substracto



Concentração do enzima

Se a concentração do substracto se mantiver constante, a velocidade da reacção  é proporcional à concentração do  enzima desde que haja excesso de substracto





Esta proporcionalidade só se observa quando há excesso de substracto pois caso contrario quando todo o enzima se gastou forma-se um planalto 






cortesia de Michael Gregory



Concentração do substracto

Se a quantidade do enzima se mantiver constante e a do substracto for aumentando gradualmente a velocidade da reacção aumentará até atingir um máximo, a velocidade máxima  










Após este ponto um aumento da concentração de substracto já não aumenta a velocidade porque todo o enzima existente já está combinado com o substracto
Quando a concentração do substracto é baixa a velocidade de reacção é directamente proporcional à sua concentração – reacção de  ordem 1
Para concentrações elevadas de substracto, a velocidade de reacção é independente da concentração e tendem formar um planalto devido à concentração do enzima em substracto – reacção de ordem 0   


KM

É a concentração de substracto correspondendo a metade da velocidade máxima








pH e temperatura

Tanto para o pH como para a temperatura há um valor ao qual actividade do enzima é máxima – pH e temperatura óptimos 



cortesia de Michael Gregory






cortesia de Michael Gregory


Para cima e para baixo destes valores a actividade diminui, podendo chegar a ser nula

ANIMAÇÕES



Capitulo 6

ACTIVADORES E INIBIDORES



Activadores



Mecanismos da acção activadora dos iões

Favorecem a ligação enzima-substracto
Fazem parte essencial do sitio catalítico, funcionando como coenzimas
Removem inibições existentes

Activação por protecção do  enzima

A cisteina e o glutatião protege os grupos SH da oxidação

Activação por actuação em subunidades

Alguns enzimas têm uma unidade reguladora R e uma catalítica C
Quando não combinada a subunidade R mascara a C e impede a acção do enzima
Quando combinada com o AMP cíclico liberta o sitio activo e permite a acção do enzima 


Inibidores


Textos




Inibidor competitivo

Tem uma estrutura semelhante ao substracto
O sitio activo confunde-o com o substracto, impedindo a reacção 



                    
cortesia  de Michael Gregory





 Inibidor não competitivo

Não se liga ao sitio activo
Afectam a estrutura primária do enzima, p.ex. destruindo ligações S-S  








Animações

Reversíveis e irreversíveis

Inibidores irreversíveis

Formam ligações muito fortes que não são dissociáveis

Inibidores reversíveis

Formam ligações covalentes fracas que se dissociam facilmente



Inibição pelos produtos da reacção

Os produtos da reacção, devido a alguma semelhança com o substracto, quando em excesso podem inibir o enzima  


Inibição por excesso de substracto

Quando a quantidade de substracto é muito grande, várias moléculas do substracto podem competir para o mesmo sitio activo  


Retro-inibição

O produto final da cadeia enzimática pode regular a síntese de toda a cadeia por retro-inibição
É por exemplo o caso da treonina  








Animação


Efeito alostérico

Bibliografia



Em todas as reacções metabólicas há um enzima dotado de uma reactividade particular, em geral o primeiro da sequencia – é o enzima regulador
Este enzima é inibido apenas pelo produto final X mas não pelos intermediários A,B, etc. – é o efeito alosterico
Neste caso  a molécula combina-se não com o sitio activo mas com um outro sitio, o sitio alosterico
A combinação com o sitio alosterico altera a conformação do enzima – transição  alosterica
As moléculas que actuam sobre os sítios alostericos chamam-se efectores alostericos
O efector alosterico pode inibir a reacção (efector alosterico negativo) ou activa-la (efector alosterico positivo)





cortesia  de Michael Gregory




Regulação da actividade enzimatica




cortesia de Michael Gregory


Animações





Capitulo 7

ESPECIFICIDADE  DOS  ENZIMAS


Os enzimas exibem especificidade em relação às reacções que catalisam

Especificidade absoluta

Catalisam apenas uma reacção

Especificidade de grupo

Catalisam reacções em moléculas com um determinado grupo funcional (amina,fosfato,etc)

Especificidade de ligação

Actua apenas sobre uma determinada ligação

Especificidade estereoquimica

Actua apenas sobre  um  estereoisomero





Capitulo 7
Classificação dos enzimas


Oxido- redutases

Catalisam reacções de oxidação-redução entre dois substractos.
As hidroxilases introduzem um oxidrilo






As desidrogenases eliminam hidrogénio  







Os transportadores de electrões transportam electrões com mudança de valência do metal  


Transferases

Transferem grupos funcionais de uma molécula para outra


Hidrolases



Catalisam uma cisão pela fixação de uma molécula de agua, ficando o OH de um lado da ligação e o H doutro  


Liases

Acrescentam ou removem grupos de um substracto com  a formação de uma dupla ligação  



Isomerases

Catalisam rearranjos moleculares, formando isómeros
As racemases transformam um estereoisomero noutro














As isomerases cis-trans transformam isómeros cis em trans  


As mutases transferem radicais de uma parte  da molécula pata outra 


Ligases

Catalisam a união de duas moléculas com energia fornecida pelo ATP












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