segunda-feira, 20 de maio de 2013

LIPIDOS

LIPIDOS

Definição e classificação de lipidos
Acidos constituintes dos lipidos
Alcoois constituintes dos lipidos
Gliceridos
Glicerofosfolipidod
Aglicerofosfolipidos ou esfingolipidos
Isoprenos  e terpenos
Esterois

Informação geral

Directories

Textos

Estrutura
Nomenclatura


Capitulo 1
Definição e classificação

 

Definição


Dum modo geral os lipidos correspondem ao habitualmente designado por gorduras.
As gorduras são substâncias insolúveis na água e solúveis nos solventes conhecidos como solventes orgânicos ou solventes das gorduras (eter, clorofórmio, benzeno).
Esta definição não corresponde à realidade pois que alguns compostos considerados como  pertencentes a este grupo, como as esfingomielinas e cerebrosidos, são insolúveis no éter e alguns fosfolipidos são solúveis na água.
Foi por esta razão que a IUPAC propôs a adopção da designação de lípidos, inicialmente definidos como esteres de ácidos gordos .


 Dá- se- lhes hoje a definição mais abrangente de derivados dos ácidos gordos,  para poder abranger os cerebrosidos e as esfingomielinas.
Os lípidos são em geral insolúveis na água e solúveis nos solventes orgânicos (benzeno, clorofórmio, éter.)



Papel dos lipidos no organismo


No organismo, os lípidos  desempenham as seguintes funções:
·         Isoladores térmicos, devido à sua existência no tecido celular subcutâneo.

·         Componentes das membranas celulares.

·         Almofadas protectoras  para muitos órgãos e tecidos.
·         Fonte de energia rapidamente  mobilizável.

Constituintes


Por definição, os lípidos são constituídos por ácidos gordos e álcoois.

Ácidos


Na maior parte dos lípidos encontram-se  ácidos gordos de cadeia linear.
 Raramente podem encontrar-se ácidos álcoois, ácidos ramificados e ácidos cíclicos.

Álcoois

Os mais frequentes são o glicerol e os esterois.


Classificação

Dividem-se  em lípidos simples ou homolípidos se contêm apenas carbono, oxigénio e hidrogénio e lípidos complexos ou heterolípidos se contêm  ainda  outros elementos

Classificação dos lipidos




LIPIDOS SIMPLES 
C, H e O                                                  
Triglicéridos
Álcool – glicerol

Estéridos
Álcool – esterol




LIPIDOS COMPLEXOS
Têm também outros elementos

Glicerofosfolipidos
Têm glicerol

Aglicerofosfolipidos
Não têm glicerol





Lípidos simples  ou homolípidos


Também se designam por lípidos neutros visto não terem propriedades ácidas ou básicas.
Dividem-se em glicéridos e estéridos conforme se encontra como álcool glicerol ou esterois.
Não consideraremos aqui as ceras, esteres de ácidos gordos com álcoois de longa cadeia, por não terem interesse biológico.

Lípidos complexos ou heterolípidos

TamDividem-se em glicerofosfolípidos e aglicerofosfolipidos conforme têm ou não  glicerol na sua estrutura.

Glicerofosfolipidos

Contêm como constituinte comum um derivado do glicerol o ácido glicerofosfórico ou fosfatídico

Aglicerofosfolípidos ou esfingolipidos
O seu álcool constituinte é um aminoálcool de longa cadeia, a esfingosina.
Dividem-se em esfingomielinas e gliceroesfingolípidos  conforme não contêm ou contêm radicais glucidicos.





CAPITULO 2

Ácidos constituintes dos lípidos



Ácidos gordos


Definição


São  ácidos carboxilicos
 Nos mamíferos  contêm entre 14 e 24 carbonos.
Na grande maioria dos casos têm um número par de átomos de carbono.



No leite o comprimento da cadeia é muito menor, pois o ácido mais frequente é o butírico, de quatro carbonos.
São moléculas anfipáticas por terem simultaneamente  propriedades hidrófilas e hidrófobas.
Têm uma cabeça polar,  hidrofila, constituída pelo carboxilo e uma  cauda polar, hidrófoba, constituída pela cadeia hidrocarbonada

 

Classificação


Conforme não têm ou têm duplas ligações, dividem-se em saturados e insaturados






Ácidos saturados


Os  saturados não têm duplas ligações


CH3 – CH2 …… CH2 – CH2 – CH2 – COOH



Ácidos saturados mais importantes

Nome Comum
Nome sistemático
Nº carbonos
Butírico
Palmítico
Caprónico
Esteárico
Araquidónico
Linocérico
Butanóico
Hexanóico
Haxadecanóico
Octadecanóico
Eicosanóico
Tetraeicosadecanóico
4
6
16
18
20
24



Ácidos insaturados


Classificação e estrutura


Os insaturados dividem-se em mono e polinsaturados conforme têm uma ou mais duplas ligações


CH3 – CH = CH – CH2 ……. COOH
Monoinsaturados

CH3 – CH = CH – CH2 – CH = CH – CH2 – COOH
Poliinsaturados



Ácidos gordos e temperatura de fusão

Usualmente os lípidos animais chamam-se gorduras e os vegetais  óleos porque os primeiros estão no estado sólido à temperatura ambiente e os segundos no estado líquido.
Esta diferença explica-se pela maior riqueza em insaturados dos vegetais.
Quando maior a insaturação de um ácido gordo, menor será o seu ponto de fusão.
As membranas necessitam de um certo grau de fluidez que será assegurada por uma distribuição adequada de  insaturados.
Nos animais de sangue quente as membranas dos órgãos internos são mais ricas em saturados do que a pele para manter os órgãos mais sólidos à temperaturas mais elevadas.
Nas bactérias, a saturação dos ácidos varia com a temperatura, aumentando a saturação à medida que ela aumenta.


Isomeria cis-trans


A existência de duplas ligações, ao introduzir um plano de simetria, cria a possibilidade de haver isómeros cis e trans, cis se os radicais estiverem no mesmo plano, trans no caso contrário





.

Os ácidos cis têm  uma configuração em U, que explica a sua actividade biológica




Configuração em U dos isómeros cis

.
Os ácidos gordos com actividade biológica são todos da série cis.



Nomenclatura dos ácidos gordos


Segundo as regras da IUPAC  as duplas ligações seriam numeradas a partir do carboxilo.
                                                 
18
17
16
15
14
13
1
1
10
9
8  
 7 
 6
5
   4
  3
2
1

CH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2- COOH


Para fazer a numeração faz-se seguir ao C, o número de duplas ligações antecedido de  : e a colocação de duplas ligações de um D





















CH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-COOH

Nº total de carbonos – 18                          C18
Nº total de ligações – 2                              C18:2
Colocação de duplas ligações 9,12        C18:2D9D12

Nomenclatura IUPAC



Famílias de ácidos gordos

Todavia, o estudo do metabolismo dos ácidos gordos revelou a existência de grupos de ácidos gordos que se intertransformam, constituindo uma  família
Para compreender a constituição destas famílias, a numeração IUPAC não  é útil, sendo mais conveniente a numeração a partir do carbono terminal ou w.
Os ácidos podem-se converter um nos outros pelo acréscimo de carbonos ou de duplas ligações mas apenas entre a primeira dupla  ligação e o carboxilo.
 Quer dizer, em termos metabólicos existe nos ácidos gordos uma zona mutável e uma zona imutável

CH3……………….CH= CH………………….COOH
  _________________          _____________________
      Zona mutável                          Zona imutável




Seguindo a numeração IUPAC sempre que se efectuasse qualquer  conversão na zona mutável a numeração mudaria  com a numeração de vários acidos da mesma família
Na nomenclatura w já tal não acontece.
Neste sistema de numeração  como as duplas ligações são sempre de 3 em 3 basta indicar o número de carbonos, o número de duplas ligações e a colocação da primeira dupla ligação.




Na figura seguinte exemplificamos com o acido araquidonico











Numerações do ácido linoleico

Critério
Designação
IUPAC
Ω
C18:2  Δ9   Δ12
C18:2  ω6




Numerações do ácido linoleico


Famílias de ácidos gordos

A nomenclatura w permite identificar quatro famílias diferentes de ácidos insaturados


Famílias de ácidos gordos

Saturação
Família
Fórmula Geral
Mono-insaturados
Palmitoleico
Oleico
16:1  n-7
16:1  n-9
Poli-insaturados
Linoleico
Linolénico
18:2  n-6
18:3  n-3


Acidos gordos mais importantes

FATTY ACIDS

Saturated

Formula
Common Name
Melting Point
CH3(CH2)10CO2H
lauric acid
45 ºC
CH3(CH2)12CO2H
myristic acid
55 ºC
CH3(CH2)14CO2H
palmitic acid
63 ºC
CH3(CH2)16CO2H
stearic acid
69 ºC
CH3(CH2)18CO2H
arachidic acid
76 ºC

Unsaturated

Formula
Common Name
Melting Point
CH3(CH2)5CH=CH(CH2)7CO2H
palmitoleic acid
0 ºC
CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7CO2H
oleic acid
13 ºC
CH3(CH2)4CH=CHCH2CH=CH(CH2)7CO2H
linoleic acid
-5 ºC
CH3CH2CH=CHCH2CH=CHCH2CH=CH(CH2)7CO2H
linolenic acid
-11 ºC
CH3(CH2)4(CH=CHCH2)4(CH2)2CO2H
arachidonic acid
-49 ºC

cortesia do prof. Reusch






Para  mais detalhes ler:




Outros acidos

Ácidos-álcoois

São ácidos gordos com função álcool.
Alguns têm apenas uma função álcool, outros têm duas.

Acidos mais importantes

  • SATURADOS – cerebronico e lanocerico ( dialcool)
  • INSATURADOS – oxinervonico
  • Os ácidos cerebronico e oxinervonico encontram-se nos cerebrosidos

 

Ácidos ramificados


Nos lípidos do bacilo de Koch encontram-se os ácidos tuberculoesteárico  e  ftioico  factores acessórios de virulência tuberculosa e os ácidos micólicos responsáveis pelas características tintoriais do bacilo de Koch.


Ácidos cíclicos


No óleo de chaulmoogra encontram-se os ácidos hidnocárpico em C16 e o chaulmoógrico  em C18, utilizados no tratamento da lepra





Capitulo 3
OLEOS,GORDURAS E ATEROESCLEROSE





Azeite
Desde a antiguidade a oliveira e o uso do azeite  eram enaltecidos, sendo muitíssimas as citações na Bíblia.
Na antiguidade o azeite era usado na alimentação, higiene corporal, medicina, usos sagrados e na iluminação.
Através dos tempos a maior parte destes usos do azeite foram esquecidos, mas hoje o azeite é considerado um alimento funcional impar, particularmente útil na prevenção da ateroesclerose.
Grande parte da acção do azeite deve-se ao seu constituinte principal, o ácido oleico,  mas não pode ser esquecido o efeito de outros seus componentes, nomeadamente  antioxidantes.


Ácidos w6 e ateroesclerose

O excesso  de  lípidos é o factor nutricional mais importante na génese da ateroesclerose.
Foi mesmo possível correlacionar o consumo de lípidos animais com a mortalidade coronária .
Todavia se o colesterol e os ácidos saturados, assim como os ácidos trans, têm um efeito nocivo, os insaturados têm um efeito benéfico.
Já falámos do azeite.
Um número considerável de estudos epidemiológicos mostrou também o efeito protector dos ácidos w6, nomeadamente do ácido linoleico.

 

Gorduras e óleos


Como vimos, a diferença entre  gorduras e óleos reside no seu estado físico à temperatura ambiente - as primeiras são sólidas, os segundos são líquidos.
As gorduras animais mais utilizadas são a manteiga e a banha. As duas são pobres em insaturados, embora a banha seja mais rica – enquanto a manteiga tem 25% de ácido oleico, a banha tem 40%.
Os óleos são extraídos de sementes vegetais. Têm todos o mesmo valor calórico (9cal/g).
A  composição em ácidos gordos  varia de óleo para óleo, havendo alguns  como o de amendoim muito ricos em saturados e outros, como o de girassol, rico em poliinsaturados.




Ácidos trans

Nas margarinas em que houve uma uma hidrogenação parcial  , formam-se ácidos trans
Esta hidrogenação também ocorre nos ruminantes representando 2 a 9%
Tem-se correlacionado a ingestão de ácidos trans com o aumento da incidência da doença coronária
A WHO recomenda que  a industria alimentar reduza o teor em ácidos trans


Margarinas

As margarinas  são emulsões constituídas por uma parte gorda ou contínua (84%) constituída pelo óleo e  uma parte aquosa ou dispersa  por água, leite ou os dois.
Os produtos existentes no mercado têm menores quantidades de gordura pelo que se não devem designar por margarinas, mas sim por  cremes de barrar.
A preparação de margarinas ou cremes de barrar a partir de poliinsaturados apresenta alguns problemas tecnológicos. Uma solução seria a hidrogenação dos óleos para diminuir o número de duplas ligações, mas esta solução tem dois inconvenientes; diminui a insaturação,  e forma ácidos trans.
Uma outra solução consiste em acrescentar aos óleos uma “base” com saturados de modo a obter um produto com cerca de 60% de insaturados que se apresenta de consistência pastosa à temperatura ambiente e sólida no frigorífico.



Óleos de peixe

A importância dos óleos de peixe na prevenção da ateroesclerose foi constatada pela primeira vez por autores dinamarqueses ao descreverem a baixa incidência de doença coronárias nos esquimós que têm uma alimentação quase exclusivamente constituída por peixes gordos e óleos de peixe.
Estes dados foram verificados por estudos epidemiológicos feitos noutros países.
A que se deve esta acção dos óleos de peixe? A análise da composição em ácidos gordos dos óleos de peixe  mostra a sua grande riqueza em ácidos w3.


Ranço


As gorduras alimentares  podem rançar com o consequente cheiro e sabor desagradáveis.
Nas gorduras contendo ácidos gordos  de curta cadeia, como a manteiga, o ranço é produzido pela hidrólise das ligações ester.
Nas gorduras contendo ácidos insaturados,  o ranço pode surgir da hidrólise das duplas ligações por bactérias.
A refrigeração retarda a rancidez.
 Alguns fabricantes acrescentam fenois substituídos para inibir as reacções de oxidação.

Peroxidações

A tendência de um insaturado para sofrer peroxidações está relacionado com o numero de duplas ligações.
Uma dupla dupla ligação aumenta a susceptibilidade de peroxidação de 5 vezes e cada ligação adicional de 40 vezes
Os anti-oxidantes do azeite impedem a sua peroxidação

Para mais detalhes ler:



O acréscimo de azeite a insaturados impede a sua peroxidação

Para uma informação detalhada sobre óleos vegetais ler:








Capitulo 4
Eicosanoides

Definição

São compostos derivados de ácidos eicosapolienoicos (ácidos poliinsaturados com 20 carbonos), de que o representante mais importante é o ácido araquidónico

Classificação


·         Prostaglandinas
·         Tromboxanos
·         Ácidos hidroperoxieicosatetraenoicos (HPETE)
·         Leucotrienos





Prostaglandinas


Estrutura

Foram descobertas no líquido seminal mas existem em todos os tecidos dos mamíferos, actuando como hormonas locais.
São análogos do ácido prostanoico , estrutura em que o ácido eicosanoico formou um anel pentagonal através duma ligação entre os carbonos 8 e 12

.

Classificação e nomenclatura


Designam-se pelas iniciais PG.
Diferem entre si pelas substituições do anel e pela natureza da cadeia  hidrocarbonada do acido gordo.
As substituições do anel designam-se por uma maiúscula
 Conforme a natureza da cadeia hidrocarbonada conhecem-se três séries designadas por números ou, em alternativa, por letras gregas

Tipos de PG

Séries

Duplas ligações
1
2
3
             13-14
             5-6 e 13-14
             5-6,13-14 e 17-18



Funções


Embora existam  largamente distribuídas, o seu papel não é bem conhecido.
 Em baixas concentrações modulam a contracção e relaxação dos músculos lisos, secreção gástrica, agregação plaquetária, resposta inflamatória, resposta a hormonas troficas e retenção de água e sódio pelo rim.




Tromboxanos


Estrutura e nomenclatura

São também análogos do ácido prostanoico, mas com um anel hexagonal.
Designam-se pelas iniciais TX.
A sua classificação e nomenclatura é a mesma das prostaglandinas.

Funções


Existem nas plaquetas.
Provocam contracção das arteriolas e desencadeiam a agregação plaquetária.
 Este efeito é contrariado pelas prostaglandinas.


HPETE

Estrutura e nomenclatura

São derivados hidroxilados do ácido  araquidónico.
As hidroxilações podem existir em 5, 8, 9, 11 ou 15 antecedendo-se a designação HPETE do número dos carbonos hidroxilados


Funções


Não se sabe se são activos, mas podem-se transformar em leucotrienos.



Leucotrienos

Estrutura e nomenclatura

Provêm dos HPETE pela acção da lipoxigenase.
Têm todos três ou quatro duplas ligações.
 Quando tem 4 duplas ligações acrescenta-se o indice 4.
A sua abreviatura  é  LT. O primeiro leucotrieno a ser formado é o leucotrieno A4
 As letras indicam modificações ao esqueleto carbonado do A4. Alguns leucotrienos têm ligados um ou mais aminoácidos



Funções


Os leucotrienos estão envolvidos na quimotaxia, inflamação e reacções alérgicas.


Bibliografia









Capitulo 5
Álcoois constituintes dos lípidos


Alcooois não azotados


Glicerol

O glicerol   é o mais simples dos triois

  CH2OH
  
  CHOH
  
  CH2OH



Não havendo nesta molécula carbono mais oxidado, a numeração dos carbonos poder-se-ia fazer a partir das duas extremidades ,devendo-se considerar que as duas fórmulas representam o mesmo composto.
Todavia, os enzimas do organismo consideram os três carbonos do glicerol como diferentes, havendo enzimas diferentes que reconhecem ou o carbono 1 ou o 3



1     CH2OH

2     CHOH

3     CH2OH
3     CH2OH

2     CHOH

1     CH2OH


Numeração do glicerol

 

Esterois




Álcoois azotados

Estes álcoois não esterificam os ácidos gordos.
Estão unidos por uma função amida (esfingosina) ou por uma função ester fosfórico  (aminoetanol, colina)


        Capitulo 6

            Glicéridos


Definição

Os glicéridos são esteres do glicerol com ácidos gordos.

  CH2OH
.  
  CHOH
  
  CH2OH

Usa-se muitas vezes uma formula simplificada



Embora a IUPAC tenha proposto a designação de acilglicerois, o  nome trivial de glicéridos continua a ser usado pela maioria dos autores.

ANIMAÇÃO


Classificação

Dividem-se em mono, di ou trigliceridos conforme o glicerol é esterificado por um, dois ou três ácidos gordos
No organismo a maior parte dos gliceridos encontra-se como trigliceridos



Para uma descrição detalhada de monogliceridos  ler

Para uma descrição detalhada de digliceridos ler



 

Trigliceridos


São os glicéridos do organismo.
Os di e monoglicéridos são apenas produtos do seu catabolismo.


Estrutura de um glicerido





Natureza dos ácidos gordos

Os triglicéridos podem ser esterificados por três ácidos gordos iguais (triglicéridos homogéneos) ou diferentes (triglicéridos heterogéneos ou mistos)
 A maior parte dos triglicéridos  são heterogéneos.


Para saber mais sobre trigliceridos ler


Nomenclatura

Um triglicerido homogénio designa-se pelo ácido gordo que contem – p.ex.: trioleilglicerol ou trioleína




Bibliografia

Directorios

Textos



Capitulo 7

Glicerofosfolipidos 




Estrutura e classificação



Estrutura

Estão todos relacionados com o ácido fosfatidico ou fosfoglicerol, resultante da esterificação de dois carbonos do ácido glicerofosfórico




Acido fosfatidico


Nos glicerofosfolipidos, o fosfato combina-se com uma base azotada










cortesia de Joyce Diwan


Glicerofosfolipido


Todos os glicerofosfolipidos têm uma cabeça polar e duas caudas apolares








Componentes dos fosfolípidos




cortesia do prof. Reusch

 



cortesia do prof. Reusch


Classificação


Dividem-se em lecitinas e cefalinas conforme o  seu álcool  é ou não a colina.


Lecitinas

 

Como o seu álcool é a colina também são designadas por fosfatidilcolina




cortesia de Joyce Diwan



Lisolecitinas

As lisolecitinas  são lecitinas que perderam um ácido gordo





Cefalinas


Classificam-se conforme a natureza do álcool

ETANOLAMINA – Fosfatidiletanolamina
SERINA- Fosfatidilserina
MIOINOSITOL ~Monofosfoinositido ou fosfatidilinositol









cortesia de Joyce Diwan





Outros glicerofosfolipidos


Plasmalogéneos

No C1 do glicerol encontra-se um aldeido de longa cadeia está ligado ao grupo álcool do glicerol por uma ligação eter vinilico
O mais frequente é o plasmalogéneo da etanolamina






Eterfosfoglicéridos


Encontra-se um éter no C1 do glicerol
Há duas classes – uma  com colina e outra com etanolamina.


Cardiolipina


O álcool  é o glicerol, o que implica ter na sua estrutura duas moléculas de glicerol 






Surfactante


O surfactante é um lipido, a dipalmitoil-lecitina.

Bibliografia





Capitulo 8
Aglicerofosfolipidos ou esfingolipidos

Definição


Devem o nome esfingolipidos ao seu constituinte comum um alcool, a esfingosina






Cortesia de Joyce Diwan


Ceramida

A esfingosina combina-se com ácidos gordos de longa cadeia, formando um  ceramido
Esta combinação faz-se entre o carboxilo de um ácido gordo e a amina da esfingosina através de uma ligação amida



cortesia de Joyce Diwan


Classificação


Dividem-se em em esfingomielinas e esfingoglicolípidos conforme não contêm ou contêm glúcidos.


Esfingomielinas

O ceramido está  ligado à fosforilcolina





cortesia de Joyce Diwan



Diferem entre si pela natureza do ácido gordo. No homem é quase sempre o ácido lignocérico .
São constituintes fundamentais das bainhas de mielina


Esfingoglicolipidos

Estrutura


São a combinação de um ceramido com um glúcido através de uma ligação osidica, neste caso chamada ligação psicosido





cortesia de Joyce Diwan

Ligação psicosido



Classificação

Dividem-se em cerebrosidos  se são constituídos apenas por ceramido e hexoses e  gangliosidos se contêm também ácido N-acetilneuramínico e ou N-acetilglicosamina.


Cerebrosidos


Ácidos gordos


Ácidos gordos dos cerebrosidos
____________________________________________________
Acido gordo                                 Cerebrosido
____________________________________________________
Lignocerico                                     Querasina
Cerebronico                                    Frenasina
Nervonico                                        Nervona
Oxinervonico                                   Oxinervona
__________________________________________________________




Nalguns cerebrosidos encontrou-se o ácido behénico (saturado em C22) e o esteárico.


Tipo de oses


Dividem-se em  cerebroglicosidos  e  cerebrogalactosidos conforme a ose é a glicose ou a gala.ctose.
No cérebro normal só se encontram cerebrogalactosidos  e também nos músculos e eritrocitos.
Os cerebroglicosidos encontram-se no soro, fígado e baço

Sulfatidos

Os  sulfatidos são cerebrogalactosidos sulfatados em 6   2209


Número de oses
Podem ter 1 a 4 oses, dividindo-se assim em cerebro mono, di, tri e tetraosidos .

Cerebromonosidos

·         Cerebrogalactosidos
·         Cerebroglicosidos

Cerebrodiosidos

  • Cerebrolactosidos

Ceramido-Glicose- Galactose

Cerebrolactosido


·         Cerebrodigalactosidos – só se encontram em certos erros do metabolismo

Cerebrotriosidos

São pouco importantes


Cerebrotetrosidos

O mais importante é o globosido




Gangliosidos


Dividem-se  conforme o número de moléculas de ácido siálico que contêm

MONOSIALOGANGLIOSIDOS(GM)
  • GM3 – 2 oses
  • GM2 – 3 oses
  • GTM1 – 4 oses
  •  

DISIALOGANGLIOSIDOS (GD)

TRISIALOGANGLIOSIDOS (GT)





Os mais importantes são os monosialogangliosidos.

Para mais detalhes sobre glicoesfingolipidos  ler:



Fosfolipidos e sistema nervoso

Os fosfolipidos desempenham um papel fundamental na estrutura do sistema nervoso e seus revestimentos.
Esta acção explica-se pelo seu caracter dipolar que lhes permite orientarem-se na interface.
O papel que desempenham explica por que  os seus erros de metabolismo (dislipidoses) se traduzam por grande compromisso do sistema nervoso.


Bibliografia







           CAPITULO 9
               Isoprenos e terpenos

Isopreno

Estrutura

O isopreno é o metilbutadieno, ou seja, um hidrocarboneto não saturado ramificado com cinco carbonos






Isopreno e sínteses biologicas


Muitos compostos orgânicos têm um número de carbonos múltiplos de cinco.
Em 1879, BOUCHARDAT polimerizou o isopreno, formando borracha sintética.
RUCICKA propôs que muitos compostos biológicos poderiam provir do isopreno.
Esta hipótese está hoje provada, tendo-se provado que a forma activa do isopreno é o isopentilpirofosfato



http://en.wikipedia.org/wiki/Terpene





Derivados preterpenicos



Resultam da condensação de um isopreno com um composto de natureza diferente.
Um exemplo é o ácido lisérgico, condensação do isopreno com a triptamina
A LSD é a dietilamida do ácido lisérgico.



http://pt.wikipedia.org/wiki/LSD

Terpenos


Estrutura


São múltiplos do isopreno
Classificam-se conforme o número de unidades

Terpenos


Terpenes
Isoprene
units
Carbon
atoms
1
Monoterpenes
2
10
2
Sesquiterpenes
3
15
3
Diterpenes
4
20
4
Sesterpenes
5
25
5
Triterpenes
6
30
6
Carotenoids
8
40
7
Rubber
> 100
> 500


   
Como os mono e os sesquiterpenos são pouco importantes em biologia, iremos estudar os di, tri e tetraterpenos.


Diterpenos


Vitaminas A


Resultam da condensação de quatro unidades isoprenicas com condensação de duas.
A vitamina A1 difere da A2 pelo número de duplas ligações


.

.

http://en.wikipedia.org/wiki/File:All-trans-Retinol2.svg



 

Fitol


É um álcool diterpénico obtido por hidrólise da clorofila

Entra na composição da  vitamina K


Vitamina E


Resulta da condensação do fitol com uma trimetil-hidroquinona, seguida de ciclização


Tri e tetraterpenos

Carotenoides


São tetraterpenos com um número elevado de duplas ligações. Os grupos isoprénicos estão ligados de tal modo que alternam as  ligações simples e duplas formando um sistema de duplas ligações conjugadas, o que explica serem substâncias  com uma cor amarela ou vermelha.
 O seu nome provém de carotte (cenoura).


Carotenos

 Para lá de existirem na cenoura encontra-se em numerosos vegetais, particularmente nas folhas verdes
 São provitaminas A.
 O b-caroteno tem uma estrutura dupla da vitamina A


Licopeno

 É um carotenoide aciclico que dá a cor ao tomate.


Xantofilas

São derivados hidroxilados dos carotenos que se encontram nas folhas verdes.


Derivados quinónicos


Resultam da condensação de uma quinona com terpenos contendo 6 a 10 isoprenos.
 Os mais importantes são as  ubiquinonas  e as vitaminas K


Bibliografia



              Capitulo 10
             Esterois 

Estrutura


São derivados do ciclopentanoperhidrofenantreno.
São constituídos por uma estrutura fenantrénica saturada, razão do nome perhidro, ligada a um ciclopentano




http://en.wikipedia.org/wiki/Sterol


Numeração dos carbonos

Os anéis designam-se por A, B, C, D a partir da esquerda






Isomerias no C5


Se o CH3 do C10 está em posição cis em relação ao H do C5 trata-se da série  cis ou normal.
Se estão em posição trans trata-se da série  alo ou trans





 

Isomerias no C3


Conforme o hidrogénio do C3 está em posição trans ou cis em relação em relação ao CH3 do C10 temos as séries beta (trans)  e epi (cis) Na série cis  os dois hidrogénios estão dirigidos para omesmo lado. Na trans estão para lados opostos





Gonanos e estranos


Os compostos não metilados no C3 e C1O chamam-se gonanos.
 Os compostos  não metilados no C10 chamam-se estranos.


Cadeias laterais

A natureza da cadeia lateral em C17 define grupos de ciclos esteroides  



Alguns esteróis de interesse biologico


Colesterol


É o 5–a-colestano D5, 3b-ol










Ácidos biliares


Têm o núcleo do 5b-colano
Diferem entre si pelo número  e posição dos oxidrilos


Diferenças com o colesterol

Comparando com o colesterol  os ácidos biliares apresentam as seguintes diferenças

·      Isomeria  a em C3
·      Existência de dupla ligação
·      Existência de oxidrilos
·      Cadeia lateral mais curta e oxidada


               

Vitaminas D


Têm uma estrutura esterólica



Hormonas esteroides


Têm na sua estrutura um núcleo esterólico
São as hormonas do cortex suprarenal e as hormonas sexuais.








Bibliografia





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