LIPIDOS
Definição e classificação de lipidos
Acidos constituintes dos lipidos
Alcoois constituintes dos lipidos
Gliceridos
Glicerofosfolipidod
Aglicerofosfolipidos ou esfingolipidos
Isoprenos e terpenos
Esterois
Informação geral
Directories
Textos
Estrutura
Nomenclatura
Capitulo
1
Definição e classificação
Definição
Dum modo geral os lipidos correspondem ao habitualmente designado por
gorduras.
As gorduras são
substâncias insolúveis na água e solúveis nos solventes conhecidos como
solventes orgânicos ou solventes das gorduras (eter, clorofórmio, benzeno).
Esta definição não
corresponde à realidade pois que alguns compostos considerados como pertencentes a este grupo, como as
esfingomielinas e cerebrosidos, são insolúveis no éter e alguns fosfolipidos
são solúveis na água.
Foi por esta razão que a
IUPAC propôs a adopção da designação de lípidos, inicialmente definidos
como esteres de ácidos gordos .
Dá- se- lhes hoje a definição mais abrangente
de derivados dos ácidos gordos, para poder abranger os
cerebrosidos e as esfingomielinas.
Os lípidos são
em geral insolúveis na água e solúveis nos solventes orgânicos (benzeno,
clorofórmio, éter.)
Papel dos lipidos no
organismo
No
organismo, os lípidos desempenham as
seguintes funções:
·
Isoladores térmicos, devido à sua existência no tecido
celular subcutâneo.
·
Componentes
das membranas celulares.
·
Almofadas protectoras para
muitos órgãos e tecidos.
·
Fonte de energia rapidamente mobilizável.
Constituintes
Por
definição, os lípidos são constituídos por ácidos gordos e álcoois.
Ácidos
Na
maior parte dos lípidos encontram-se
ácidos gordos de cadeia linear.
Raramente podem encontrar-se ácidos álcoois,
ácidos ramificados e ácidos cíclicos.
Álcoois
Os
mais frequentes são o glicerol e os esterois.
Classificação
Dividem-se em lípidos
simples ou homolípidos se contêm
apenas carbono, oxigénio e hidrogénio e lípidos
complexos ou heterolípidos se contêm ainda
outros elementos
Classificação
dos lipidos
LIPIDOS
SIMPLES
Só C,
H e O
|
Triglicéridos
Álcool – glicerol
|
Estéridos
Álcool – esterol
|
|
LIPIDOS
COMPLEXOS
Têm
também outros elementos
|
Glicerofosfolipidos
Têm glicerol
|
Aglicerofosfolipidos
Não têm glicerol
|
Lípidos
simples ou homolípidos
Também se designam por lípidos neutros visto não terem
propriedades ácidas ou básicas.
Dividem-se em glicéridos e estéridos conforme
se encontra como álcool glicerol ou esterois.
Não consideraremos aqui as ceras, esteres de ácidos gordos com álcoois
de longa cadeia, por não terem interesse biológico.
Lípidos
complexos ou heterolípidos
TamDividem-se
em glicerofosfolípidos e aglicerofosfolipidos conforme têm ou não glicerol na sua estrutura.
Glicerofosfolipidos
Contêm
como constituinte comum um derivado do glicerol o ácido glicerofosfórico ou
fosfatídico
Aglicerofosfolípidos ou esfingolipidos
O
seu álcool constituinte é um aminoálcool de longa cadeia, a esfingosina.
Dividem-se
em esfingomielinas e gliceroesfingolípidos conforme não contêm ou contêm radicais
glucidicos.
CAPITULO 2
Ácidos constituintes dos lípidos
Ácidos gordos
Definição
São ácidos carboxilicos
Nos mamíferos
contêm entre 14 e 24 carbonos.
Na
grande maioria dos casos têm um número par de átomos de carbono.
No
leite o comprimento da cadeia é muito menor, pois o ácido mais frequente é o
butírico, de quatro carbonos.
São
moléculas anfipáticas por terem simultaneamente
propriedades hidrófilas e hidrófobas.
Têm
uma cabeça polar, hidrofila, constituída
pelo carboxilo e uma cauda polar,
hidrófoba, constituída pela cadeia hidrocarbonada
Classificação
Conforme
não têm ou têm duplas ligações, dividem-se em saturados e insaturados
Ácidos saturados
Os saturados
não têm duplas ligações
CH3
– CH2 …… CH2 – CH2 – CH2 – COOH
Ácidos saturados mais
importantes
Nome Comum
|
Nome sistemático
|
Nº carbonos
|
Butírico
Palmítico
Caprónico
Esteárico
Araquidónico
Linocérico
|
Butanóico
Hexanóico
Haxadecanóico
Octadecanóico
Eicosanóico
Tetraeicosadecanóico
|
4
6
16
18
20
24
|
Ácidos insaturados
Classificação e estrutura
Os
insaturados dividem-se em mono e polinsaturados conforme têm uma ou mais duplas ligações
CH3
– CH = CH – CH2 ……. COOH
Monoinsaturados
CH3
– CH = CH – CH2 – CH = CH – CH2 – COOH
Poliinsaturados
Ácidos gordos e
temperatura de fusão
Usualmente
os lípidos animais chamam-se gorduras e
os vegetais óleos porque os primeiros estão no estado sólido
à temperatura ambiente e os segundos no estado líquido.
Esta
diferença explica-se pela maior riqueza em insaturados dos vegetais.
Quando
maior a insaturação de um ácido gordo, menor será o seu ponto de fusão.
As
membranas necessitam de um certo grau de fluidez que será assegurada por uma
distribuição adequada de insaturados.
Nos
animais de sangue quente as membranas dos órgãos internos são mais ricas em
saturados do que a pele para manter os órgãos mais sólidos à temperaturas mais
elevadas.
Nas bactérias, a saturação dos
ácidos varia com a temperatura, aumentando a saturação à medida que ela
aumenta.
Isomeria
cis-trans
A
existência de duplas ligações, ao introduzir um plano de simetria, cria a
possibilidade de haver isómeros cis e trans, cis se os radicais
estiverem no mesmo plano, trans no caso contrário
.
Os
ácidos cis têm uma configuração em U,
que explica a sua actividade biológica
Configuração em U dos isómeros cis
.
Os
ácidos gordos com actividade biológica são todos da série cis.
Nomenclatura
dos ácidos gordos
Segundo
as regras da IUPAC as duplas ligações
seriam numeradas a partir do carboxilo.
18
|
17
|
16
|
15
|
14
|
13
|
1
|
1
|
10
|
9
|
8
|
7
|
6
|
5
|
4
|
3
|
2
|
1
|
|
CH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-
COOH
|
Para
fazer a numeração faz-se seguir ao C, o número de duplas ligações antecedido
de :
e a colocação de duplas ligações de um D
CH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-COOH
|
Nº
total de carbonos – 18 C18
Nº
total de ligações – 2 C18:2
Colocação
de duplas ligações 9,12 C18:2D9D12
Nomenclatura
IUPAC
Famílias de ácidos
gordos
Todavia,
o estudo do metabolismo dos ácidos gordos revelou a existência de grupos de
ácidos gordos que se intertransformam, constituindo uma família
Para
compreender a constituição destas famílias, a numeração IUPAC não é útil, sendo mais conveniente a numeração a
partir do carbono terminal ou w.
Os
ácidos podem-se converter um nos outros pelo acréscimo de carbonos ou de duplas
ligações mas apenas entre a primeira dupla
ligação e o carboxilo.
Quer dizer, em termos metabólicos existe nos
ácidos gordos uma zona mutável e uma zona imutável
CH3……………….CH= CH………………….COOH
_________________ _____________________
Zona mutável Zona
imutável
Seguindo
a numeração IUPAC sempre que se efectuasse qualquer conversão na zona mutável a numeração mudaria
com a numeração de vários acidos da
mesma família
Na
nomenclatura w já tal
não acontece.
Neste
sistema de numeração como as duplas
ligações são sempre de 3 em 3 basta indicar o número de carbonos, o número de
duplas ligações e a colocação da primeira dupla ligação.
Na figura
seguinte exemplificamos com o acido araquidonico
Numerações do ácido linoleico
Critério
|
Designação
|
IUPAC
Ω
|
C18:2 Δ9
Δ12
C18:2 ω6
|
Numerações do ácido linoleico
Famílias de ácidos
gordos
A
nomenclatura w permite
identificar quatro famílias diferentes de ácidos insaturados
Famílias
de ácidos gordos
Saturação
|
Família
|
Fórmula Geral
|
Mono-insaturados
|
Palmitoleico
Oleico
|
16:1
n-7
16:1
n-9
|
Poli-insaturados
|
Linoleico
Linolénico
|
18:2
n-6
18:3
n-3
|
Acidos gordos mais
importantes
FATTY
ACIDS
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
|
cortesia
do prof. Reusch
Para mais detalhes ler:
Outros acidos
Ácidos-álcoois
São
ácidos gordos com função álcool.
Alguns
têm apenas uma função álcool, outros têm duas.
Acidos mais importantes
- SATURADOS
– cerebronico e lanocerico ( dialcool)
- INSATURADOS
– oxinervonico
- Os
ácidos cerebronico e oxinervonico encontram-se nos cerebrosidos
Ácidos
ramificados
Nos
lípidos do bacilo de Koch encontram-se os ácidos tuberculoesteárico e ftioico
factores acessórios de virulência
tuberculosa e os ácidos micólicos responsáveis
pelas características tintoriais do bacilo de Koch.
Ácidos
cíclicos
No
óleo de chaulmoogra encontram-se os ácidos hidnocárpico
em C16 e o chaulmoógrico em C18, utilizados no tratamento da lepra
Capitulo 3
OLEOS,GORDURAS E ATEROESCLEROSE
Azeite
Desde
a antiguidade a oliveira e o uso do azeite
eram enaltecidos, sendo muitíssimas as citações na Bíblia.
Na
antiguidade o azeite era usado na alimentação, higiene corporal, medicina, usos
sagrados e na iluminação.
Através
dos tempos a maior parte destes usos do azeite foram esquecidos, mas hoje o
azeite é considerado um alimento funcional impar, particularmente útil na
prevenção da ateroesclerose.
Grande
parte da acção do azeite deve-se ao seu constituinte principal, o ácido
oleico, mas não pode ser esquecido o
efeito de outros seus componentes, nomeadamente
antioxidantes.
Ácidos w6 e
ateroesclerose
O
excesso de lípidos é o factor nutricional mais
importante na génese da ateroesclerose.
Foi
mesmo possível correlacionar o consumo de lípidos animais com a mortalidade
coronária .
Todavia
se o colesterol e os ácidos saturados, assim como os ácidos trans, têm um
efeito nocivo, os insaturados têm um efeito benéfico.
Já
falámos do azeite.
Um número
considerável de estudos epidemiológicos mostrou também o efeito protector dos
ácidos w6,
nomeadamente do ácido linoleico.
Gorduras e óleos
Como
vimos, a diferença entre gorduras e
óleos reside no seu estado físico à temperatura ambiente - as primeiras são
sólidas, os segundos são líquidos.
As
gorduras animais mais utilizadas são a manteiga e a banha. As duas são pobres
em insaturados, embora a banha seja mais rica – enquanto a manteiga tem 25% de
ácido oleico, a banha tem 40%.
Os
óleos são extraídos de sementes vegetais. Têm todos o mesmo valor calórico
(9cal/g).
A composição em ácidos gordos varia de óleo para óleo, havendo alguns como o de amendoim muito ricos em saturados e
outros, como o de girassol, rico em poliinsaturados.
Ácidos trans
Nas
margarinas em que houve uma uma hidrogenação parcial , formam-se ácidos trans
Esta
hidrogenação também ocorre nos ruminantes representando 2 a 9%
Tem-se
correlacionado a ingestão de ácidos trans com o aumento da incidência da doença
coronária
A
WHO recomenda que a industria alimentar
reduza o teor em ácidos trans
Margarinas
As
margarinas são emulsões constituídas por uma parte gorda
ou contínua (84%) constituída pelo óleo e
uma parte aquosa ou dispersa por
água, leite ou os dois.
Os
produtos existentes no mercado têm menores quantidades de gordura pelo que se
não devem designar por margarinas, mas sim por cremes de barrar.
A
preparação de margarinas ou cremes de barrar a partir de poliinsaturados
apresenta alguns problemas tecnológicos. Uma solução seria a hidrogenação dos
óleos para diminuir o número de duplas ligações, mas esta solução tem dois
inconvenientes; diminui a insaturação, e
forma ácidos trans.
Uma
outra solução consiste em acrescentar aos óleos uma “base” com saturados de
modo a obter um produto com cerca de 60% de insaturados que se apresenta de
consistência pastosa à temperatura ambiente e sólida no frigorífico.
Óleos de peixe
A
importância dos óleos de peixe na prevenção da ateroesclerose foi constatada
pela primeira vez por autores dinamarqueses ao descreverem a baixa incidência
de doença coronárias nos esquimós que têm uma alimentação quase exclusivamente
constituída por peixes gordos e
óleos de peixe.
Estes
dados foram verificados por estudos epidemiológicos feitos noutros países.
A
que se deve esta acção dos óleos de peixe? A análise da composição em ácidos
gordos dos óleos de peixe mostra a sua
grande riqueza em ácidos w3.
Ranço
As
gorduras alimentares podem rançar com o
consequente cheiro e sabor desagradáveis.
Nas
gorduras contendo ácidos gordos de curta
cadeia, como a manteiga, o ranço é produzido pela hidrólise das ligações ester.
Nas
gorduras contendo ácidos insaturados, o
ranço pode surgir da hidrólise das duplas ligações por bactérias.
A
refrigeração retarda a rancidez.
Alguns fabricantes acrescentam fenois
substituídos para inibir as reacções de oxidação.
Peroxidações
A tendência de um insaturado para sofrer peroxidações está
relacionado com o numero de duplas ligações.
Uma dupla dupla ligação aumenta a susceptibilidade de
peroxidação de 5 vezes e cada ligação adicional de 40 vezes
Os anti-oxidantes do azeite impedem a sua peroxidação
Para mais detalhes ler:
O acréscimo de azeite a insaturados impede a sua peroxidação
Para uma informação detalhada sobre óleos vegetais ler:
Capitulo 4
Eicosanoides
Definição
São
compostos derivados de ácidos eicosapolienoicos (ácidos poliinsaturados com 20
carbonos), de que o representante mais importante é o ácido araquidónico
Classificação
·
Prostaglandinas
·
Tromboxanos
·
Ácidos
hidroperoxieicosatetraenoicos (HPETE)
·
Leucotrienos
Prostaglandinas
Estrutura
Foram
descobertas no líquido seminal mas existem em todos os tecidos dos mamíferos,
actuando como hormonas locais.
São análogos do ácido prostanoico
, estrutura em que o ácido eicosanoico formou um anel pentagonal através duma
ligação entre os carbonos 8 e 12
.
Classificação
e nomenclatura
Designam-se
pelas iniciais PG.
Diferem
entre si pelas substituições do anel e pela natureza da cadeia hidrocarbonada do acido gordo.
As
substituições do anel designam-se por uma maiúscula
Conforme a natureza da cadeia hidrocarbonada
conhecem-se três séries designadas por números ou, em alternativa, por letras
gregas
Tipos de PG
Séries
|
Duplas ligações
|
1
2
3
|
13-14
5-6 e 13-14
5-6,13-14 e 17-18
|
Funções
Embora
existam largamente distribuídas, o seu
papel não é bem conhecido.
Em baixas concentrações modulam a contracção e
relaxação dos músculos lisos, secreção gástrica, agregação plaquetária,
resposta inflamatória, resposta a hormonas troficas e retenção de água e sódio
pelo rim.
Tromboxanos
Estrutura e nomenclatura
São
também análogos do ácido prostanoico, mas com um anel hexagonal.
Designam-se
pelas iniciais TX.
A
sua classificação e nomenclatura é a mesma das prostaglandinas.
Funções
Existem
nas plaquetas.
Provocam
contracção das arteriolas e desencadeiam a agregação plaquetária.
Este efeito é contrariado pelas
prostaglandinas.
HPETE
Estrutura
e nomenclatura
São
derivados hidroxilados do ácido
araquidónico.
As
hidroxilações podem existir em 5, 8, 9, 11 ou 15 antecedendo-se a designação
HPETE do número dos carbonos hidroxilados
Funções
Não se sabe se são activos, mas podem-se
transformar em leucotrienos.
Leucotrienos
Estrutura
e nomenclatura
Provêm
dos HPETE pela acção da lipoxigenase.
Têm
todos três ou quatro duplas ligações.
Quando tem 4 duplas ligações acrescenta-se o
indice 4.
A
sua abreviatura é LT. O primeiro leucotrieno a
ser formado é o leucotrieno A4
As letras indicam modificações ao esqueleto
carbonado do A4. Alguns leucotrienos têm ligados um ou mais aminoácidos
Funções
Os
leucotrienos estão envolvidos na quimotaxia, inflamação e reacções alérgicas.
Bibliografia
Capitulo 5
Álcoois constituintes dos lípidos
Alcooois não azotados
Glicerol
O glicerol
é o mais simples dos triois
CH2OH
CHOH
CH2OH
Não havendo nesta
molécula carbono mais oxidado, a numeração dos carbonos poder-se-ia fazer a partir
das duas extremidades ,devendo-se considerar que as duas fórmulas representam o
mesmo composto.
Todavia, os enzimas do organismo
consideram os três carbonos do glicerol como diferentes, havendo enzimas
diferentes que reconhecem ou o carbono 1 ou o 3
1
CH2OH
2
CHOH
3
CH2OH
|
3
CH2OH
2
CHOH
1
CH2OH
|
Numeração do glicerol
Esterois
Álcoois
azotados
Estes álcoois não esterificam os
ácidos gordos.
Estão unidos por uma função amida (esfingosina) ou por uma função ester fosfórico (aminoetanol,
colina)
Capitulo 6
Glicéridos
Definição
Os
glicéridos são esteres do glicerol com ácidos gordos.
.
CHOH
CH2OH
Usa-se
muitas vezes uma formula simplificada
Embora
a IUPAC tenha proposto a designação de acilglicerois,
o nome trivial de glicéridos continua a ser usado pela
maioria dos autores.
ANIMAÇÃO
Classificação
Dividem-se
em mono, di ou trigliceridos conforme o glicerol é esterificado por um, dois ou
três ácidos gordos
No
organismo a maior parte dos gliceridos encontra-se como trigliceridos
Para
uma descrição detalhada de monogliceridos
ler
Para
uma descrição detalhada de digliceridos ler
Trigliceridos
São os glicéridos do organismo.
Os di e monoglicéridos são apenas
produtos do seu catabolismo.
Natureza dos ácidos gordos
Os triglicéridos podem ser esterificados
por três ácidos gordos iguais (triglicéridos homogéneos) ou diferentes (triglicéridos heterogéneos ou mistos)
A
maior parte dos triglicéridos são
heterogéneos.
Para saber mais sobre trigliceridos ler
Nomenclatura
Um triglicerido homogénio designa-se pelo
ácido gordo que contem – p.ex.: trioleilglicerol ou trioleína
Bibliografia
Directorios
Textos
Capitulo 7
Glicerofosfolipidos
Estrutura e classificação
Estrutura
Estão
todos relacionados com o ácido
fosfatidico ou fosfoglicerol, resultante
da esterificação de dois carbonos do ácido glicerofosfórico
Nos
glicerofosfolipidos, o fosfato combina-se com uma base azotada
cortesia de Joyce
Diwan
Glicerofosfolipido
Componentes dos
fosfolípidos
cortesia do prof. Reusch
cortesia do prof. Reusch
Classificação
Dividem-se em lecitinas e cefalinas
conforme o seu álcool é ou não a colina.
Lecitinas
Como o seu álcool é a colina também são designadas
por fosfatidilcolina
cortesia de Joyce Diwan
Lisolecitinas
As lisolecitinas são lecitinas
que perderam um ácido gordo
Cefalinas
Classificam-se
conforme a natureza do álcool
ETANOLAMINA – Fosfatidiletanolamina
SERINA- Fosfatidilserina
cortesia de Joyce
Diwan
Outros glicerofosfolipidos
Plasmalogéneos
No
C1 do glicerol encontra-se um aldeido de longa cadeia está ligado ao grupo
álcool do glicerol por uma ligação eter vinilico
Eterfosfoglicéridos
Encontra-se
um éter no C1 do glicerol
Há
duas classes – uma com colina e outra
com etanolamina.
Cardiolipina
O álcool
é o glicerol, o que implica ter na sua estrutura duas moléculas de
glicerol
Surfactante
O
surfactante é um lipido, a dipalmitoil-lecitina.
Bibliografia
Capitulo 8
Aglicerofosfolipidos ou esfingolipidos
Definição
Devem
o nome esfingolipidos ao seu constituinte comum um alcool, a esfingosina
Cortesia de Joyce Diwan
Ceramida
A
esfingosina combina-se com ácidos gordos de longa cadeia, formando um ceramido
Esta
combinação faz-se entre o carboxilo de um ácido gordo e a amina da esfingosina
através de uma ligação amida
cortesia de Joyce
Diwan
Classificação
Dividem-se
em em esfingomielinas e esfingoglicolípidos conforme não contêm ou contêm
glúcidos.
Esfingomielinas
O
ceramido está ligado à fosforilcolina
cortesia de Joyce Diwan
Diferem
entre si pela natureza do ácido gordo. No homem é quase sempre o ácido
lignocérico .
São
constituintes fundamentais das bainhas de mielina
Esfingoglicolipidos
Estrutura
São
a combinação de um ceramido com um glúcido através de uma ligação osidica,
neste caso chamada ligação psicosido
cortesia de Joyce
Diwan
Ligação
psicosido
Classificação
Dividem-se
em cerebrosidos se são constituídos apenas por ceramido e
hexoses e gangliosidos se contêm também ácido N-acetilneuramínico e ou
N-acetilglicosamina.
Cerebrosidos
Ácidos gordos
Ácidos gordos dos cerebrosidos
____________________________________________________
Acido
gordo
Cerebrosido
____________________________________________________
Lignocerico Querasina
Cerebronico Frenasina
Nervonico Nervona
Oxinervonico Oxinervona
__________________________________________________________
Nalguns
cerebrosidos encontrou-se o ácido behénico (saturado em C22) e o esteárico.
Tipo
de oses
Dividem-se
em cerebroglicosidos
e cerebrogalactosidos conforme
a ose é a glicose ou a gala.ctose.
No
cérebro normal só se encontram cerebrogalactosidos e também nos músculos e eritrocitos.
Os
cerebroglicosidos encontram-se no soro, fígado e baço
Sulfatidos
Número
de oses
Podem
ter 1 a 4 oses, dividindo-se assim em cerebro mono, di, tri e tetraosidos .
Cerebromonosidos
·
Cerebrogalactosidos
·
Cerebroglicosidos
Cerebrodiosidos
- Cerebrolactosidos
Ceramido-Glicose-
Galactose
Cerebrolactosido
·
Cerebrodigalactosidos
– só se encontram em certos erros do metabolismo
Cerebrotriosidos
São pouco
importantes
Cerebrotetrosidos
O
mais importante é o globosido
Gangliosidos
Dividem-se conforme o número de moléculas de ácido
siálico que contêm
MONOSIALOGANGLIOSIDOS(GM)
- GM3
– 2 oses
- GM2
– 3 oses
- GTM1
– 4 oses
DISIALOGANGLIOSIDOS
(GD)
TRISIALOGANGLIOSIDOS
(GT)
Os
mais importantes são os monosialogangliosidos.
Para
mais detalhes sobre glicoesfingolipidos
ler:
Fosfolipidos e sistema
nervoso
Os
fosfolipidos desempenham um papel fundamental na estrutura do sistema nervoso e
seus revestimentos.
Esta
acção explica-se pelo seu caracter dipolar que lhes permite orientarem-se na
interface.
O
papel que desempenham explica por que os
seus erros de metabolismo (dislipidoses) se traduzam por grande compromisso do
sistema nervoso.
Bibliografia
CAPITULO 9
Isoprenos e terpenos
Isopreno
Estrutura
O
isopreno é o metilbutadieno, ou seja, um hidrocarboneto não saturado ramificado
com cinco carbonos
Isopreno e sínteses
biologicas
Muitos
compostos orgânicos têm um número de carbonos múltiplos de cinco.
Em
1879, BOUCHARDAT polimerizou o isopreno, formando borracha sintética.
RUCICKA
propôs que muitos compostos biológicos poderiam provir do isopreno.
Esta
hipótese está hoje provada, tendo-se provado que a forma activa do isopreno é o
isopentilpirofosfato
http://en.wikipedia.org/wiki/Terpene
Derivados preterpenicos
Resultam
da condensação de um isopreno com um composto de natureza diferente.
Um
exemplo é o ácido lisérgico, condensação do isopreno com a triptamina
A
LSD é a dietilamida do ácido lisérgico.
http://pt.wikipedia.org/wiki/LSD
Terpenos
Estrutura
São múltiplos do isopreno
Classificam-se conforme o número de
unidades
Terpenos
Terpenes
|
Isoprene
units |
Carbon
atoms |
|
1
|
Monoterpenes
|
2
|
10
|
2
|
Sesquiterpenes
|
3
|
15
|
3
|
Diterpenes
|
4
|
20
|
4
|
Sesterpenes
|
5
|
25
|
5
|
Triterpenes
|
6
|
30
|
6
|
Carotenoids
|
8
|
40
|
7
|
Rubber
|
> 100
|
> 500
|
Como os mono
e os sesquiterpenos são pouco importantes em biologia, iremos estudar os di,
tri e tetraterpenos.
Diterpenos
Vitaminas A
Resultam
da condensação de quatro unidades isoprenicas com condensação de duas.
A
vitamina A1 difere da A2 pelo número de duplas ligações
.
.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:All-trans-Retinol2.svg
Fitol
É um álcool diterpénico obtido por hidrólise
da clorofila
Entra na composição da vitamina K
Vitamina E
Resulta
da condensação do fitol com uma trimetil-hidroquinona, seguida de ciclização
Tri e tetraterpenos
Carotenoides
São
tetraterpenos com um número elevado de duplas ligações. Os grupos isoprénicos
estão ligados de tal modo que alternam as
ligações simples e duplas formando um sistema de duplas ligações
conjugadas, o que explica serem substâncias
com uma cor amarela ou vermelha.
O seu nome provém de carotte (cenoura).
Carotenos
Para
lá de existirem na cenoura encontra-se em numerosos vegetais, particularmente
nas folhas verdes
São provitaminas A.
O b-caroteno tem uma estrutura dupla da
vitamina A
Licopeno
É
um carotenoide aciclico que dá a cor ao tomate.
Xantofilas
São
derivados hidroxilados dos carotenos que se encontram nas folhas verdes.
Derivados
quinónicos
Resultam
da condensação de uma quinona com terpenos contendo 6 a 10 isoprenos.
Os mais importantes são as ubiquinonas
e as vitaminas K
Bibliografia
Capitulo 10
Esterois
Estrutura
São
derivados do ciclopentanoperhidrofenantreno.
São
constituídos por uma estrutura fenantrénica saturada, razão do nome perhidro,
ligada a um ciclopentano
http://en.wikipedia.org/wiki/Sterol
Numeração dos carbonos
Os
anéis designam-se por A, B, C, D a partir da esquerda
Isomerias no C5
Se
estão em posição trans trata-se da série
alo ou trans
Isomerias no C3
Conforme
o hidrogénio do C3 está em posição trans ou cis em relação em relação ao CH3 do
C10 temos as séries beta (trans) e
epi (cis) Na série cis os dois
hidrogénios estão dirigidos para omesmo lado. Na trans estão para lados opostos
Gonanos e estranos
Os
compostos não metilados no C3 e C1O chamam-se gonanos.
Os
compostos não metilados no C10 chamam-se
estranos.
Cadeias laterais
A
natureza da cadeia lateral em C17 define grupos de ciclos esteroides
Alguns esteróis de
interesse biologico
Colesterol
Ácidos
biliares
Têm o núcleo
do 5b-colano
Diferem
entre si pelo número e posição dos
oxidrilos
Diferenças com o
colesterol
Comparando com o
colesterol os ácidos biliares apresentam
as seguintes diferenças
·
Isomeria a em C3
·
Existência de dupla
ligação
·
Existência de oxidrilos
·
Cadeia lateral mais
curta e oxidada
Vitaminas
D
Têm
uma estrutura esterólica
Hormonas
esteroides
Têm
na sua estrutura um núcleo esterólico
São
as hormonas do cortex suprarenal e as hormonas sexuais.
Bibliografia
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