LIPOPROTEINAS
CAPITULO 1
APOPROTEINAS
Apoproteinas
Lipoproteinas
Metabolismo das lipoproteinas
Metabolismo das apo B-100
Receptores
Dislipemias
Hipolipemias
Bibliografia
Lipoproteinas
Metabolismo das lipoproteinas
Metabolismo das apo B-100
Receptores
Dislipemias
Hipolipemias
Bibliografia
Conceito
Os lipidos,
excepto os fosfolipidos são insolúveis na água. Para circularem num meio aquoso
como o sangue têm que ser solubilizados. Tal objectivo é conseguido
envolvendo-os com moléculas tendo um polo solúvel nos lípidos e outro na água,
orientando-se o polo liposolúvel para o interior e o hidrosolúvel para o
exterior. As únicas moléculas que têm capacidade para exercer esta função são
as proteinas . Os lípidos combinados com proteinas denominam-se lipoproteínas e as proteínas combinadas
com os lipidos apolipoproteínas ou
simplesmente apoproteínas.
cortesia do prof. William Christie
Segundo
Alaupovic uma proteína só poderia ser considerada apoproteina desde que
preenchesse os seguintes critérios:
·
Terem
propriedades únicas e distintas sob os pontos de vista químico, físico e
imunológico.
·
Terem
propriedades distintas nos domínios estrutural e/ou funcional.
·
Serem
componente integral do sistema de transporte de lípidos.
·
Terem
capacidade para formar lipoproteinas.
Para uniformizar
a designação das apoproteinas, Alaupovic
propoz o sistema ABC, em que as
apoproteionas se designam por letras maiúsculas: A,B,C…
Polipeptidos constituintes das
proteinas
Algumas
proteinas não têm uma cadeia única mas são constituídas por vários
polipéptidos. Para Alaupovic estes polipeptidos devem preencher os seguintes
critérios:
·
Terem
propriedades únicas e distintas
·
Serem
componente integral do sistema de transporte de lípidos
·
Participarem
com outros polipeptidos na composição de uma apoproteina
Os polipeptidos designam-se acrescentando números
romanos à apoproteína: A-I, C-III….
Variantes dos polipeptidos
Alguns
polipeptidos podem ter variantes. Estas designam-se pelo acréscimo de um número arabe: AI.1, CII.2…
Famílias lipoproteicas
Alaupovic
postulou que as lipoproteinas do plasma são constituídas por famílias
lipoproteicas.
Uma família
lipoproteica é um sistema polidisperso de partículas contendo apenas
uma apoproteina.Quando a lipoproteina tem apenas uma familia, ou seja, uma única apoproteina
esta diz-se primária, simples ou discreta. Quando a lipoproteina é
constituida por mais de uma familia, ou seja, por mais de uma apoproteina esta
diz-se secundária ou complexa.
Segundo este
conceito as lipoproteinas designar-se-iam pelas apoproteinas constituintes
Tipos de apoproteinas
Descreveram-se
várias apoproteinas.
Apoprotein
|
Molecular weight
|
Lipoprotein
|
Function
|
Apo A1
|
28,100
|
HDL
|
Lecithin:cholesterol
acyltransferase (LCAT) activation. Main structural protein.
|
Apo A2
|
17,400
|
HDL
|
Enhances hepatic lipase activity
|
Apo A4
|
46,000
|
CM
|
Apoproteins.*
|
Apo B48
|
241,000
|
CM
|
|
Apo B100
|
512,000
|
LDL, VLDL
|
Binds to LDL receptor
|
Apo C1
|
7,600
|
VLDL, CM
|
Activates LCAT
|
Apo C2
|
8,900
|
VLDL, CM
|
Activates lipoprotein lipase
|
Apo C3
|
8,700
|
VLDL, CM
|
Inhibits lipoprotein lipase
|
Apo D
|
33,000
|
HDL
|
Associated
with LCAT, progesterone binding
|
Apo E
|
34,000
|
HDL
|
At least 3 forms.
Binds to LDL receptor
|
Apo(a)
|
300,000-800,000
|
LDL, Lp(a)
|
Linked by
disulfide bond to apo B100 and similar to plasminogen
|
Apo H, J, L, M
|
Poorly defined functions
|
||
* Roman
numerals are sometimes used to designate apoproteins (e.g. apo AI, AII, AIII,
etc)
|
Cortesia do prof. William Christie
Estrutura e funções das diferentes
apoproteinas
Apoproteina
A
Descreveram-se
quatro polipeptidos:
Apo A-I
Encontra-se
especialmente nas HDL quer isolada
(forma primária) quer associada à A-II (forma secundária).
É
constituída por 243 aminoácidos com seis segmentos muito homologos. Há varias
variantes designadas pelo nome das cidades onde foram descobertas: AI-Milão,
AI-Marburgo…
É
sintetizada no fígado e no intestino como pro-apo A-I que na circulação se
transforma em apo A-I.
A sua principal função consiste em combinar-se
com receptores celulares específicos para captar colesterol das membranas
celulares e efectuar o efluxo do
colesterol. Esta acção é especifica das A-I pois a lipoproteina AII é muito
fracamente captada pelos receptores ao contrário da AI:AII. Além disso a AI é
um activador da LCAT (Lecitina Colesterol Acil Transferase) enzima responsável
pela esterificação do colesterol.
Apo A-II
Contém dois
polipeptidos iguais de 77 aminoacidos ligados por uma ponte S-S na cisteina 6.
É
sintetizada no figado como uma preapoproteina de 100 aminoacidos
O seu
significado fisiológico ainda não está compreendido
Apo A-III
Encontra-se
principalmente nas HDL. É constituída por dois polipetidos iguais, cada um com
73 aminoácidos, ligados entre si por uma ponte S-S.
A sua função
não é bem conhecida. Pode ligar-se a fosfolípidos para formar partículas
solúveis. In vitro inibe a LCAT mas
parece que in vivo esta acção depende
da razão A-I/A-II.
Apo A-IV
É o maior
componente das HDL nos ratos mas no homem é um componente minor.
A sua função
é desconhecida
Apoproteina
B
Encontra-se
nas LDL, VLDL, IDL e quilomicra. Enquanto que nas HDL é a única apoproteina,
nas outras lipoproteinas encontra-se associada.
Kane
caracterizou várias formas de apo B com
pesos moleculares diferentes. À proteina com maior peso molecular deu o nome de
apo B-100 (100=100%). As outras têm
um número corresponde à fracção correspondente da 100 (B-74, B-48, B-37, B-26):
As únicas que têm interesse biológico são a B-100 e a B-48.
A apo B-100 é um polipeptido de 4500
aminoacidos com varias unidades de repetição unidas por ligações covalentes. É
sintetisada no fígado. Encontra-se como apoproteina única das LDL,
encontrando-se também das VLDL, LDL, IDL e Lp(a).
É a proteina
determinante para o reconhecimento das LDL pelos receptores celulares.
A apo B-48 é sintetisada no intestino. É a proteina
estrutural dos quilomicra, não se encontrando nas LDL.
As apo-100 e
B-48 provêm do mesmo gene mas o m-RNA intestinal é modificado pela formação de
um codão stop Não se conhece o enzima
que opera esta transformação, mas tem uma especitidade de orgão muito elevada
Apoproteina
C
Descreveram-se
três polipeptidos: C-I, C-II e C-III
Apo C-I
60%
encontra-se nas HDL e 40% nas VLDL, associada a outras proteínas.
É uma cadeia simples de 57 aminoácidos sendo rica
em aminoácidos básicos ( 9 moléculas de
lisina e 3 de arginina). Desconhece-se o seu local de síntese e há
poucos dados sobre o seu papel fisiológico embora in vitro iniba a
lipoproteina lipase e active a LCAT.
Apo C-II
É uma cadeia simples de 79 aminoácidos, estando o seu
gene localizado no cromosoma 19, sendo sintetizada no figado.
É o cofactor
da lipoproteina lipase sendo portanto um activador potente deste enzima.
Apo C-III
É a mais
abundante das apoproteinas C. Tem 79 aminoácidos contendo uma molécula de
galactose e outra de galactosamina. O seu conteúdo em ácido siálico define a
existência de três variantes
.Variantes da apo CIII
Variante Moléculas de ac. siálico
.
CIII:0 0
CIII:1 1
CIII:2 2
O seu gene
está colocado no cromosoma 11 na extremidade 3 do gene da A-I.
Inibe a
interacção proteina-receptor impedindo por consequência o catabolismo das LDL
mediado por receptores .Por outro lado inibe in vitro a lipoproteina
lipase com a consequente diminuição da depuração dos quilomicra.
Apoproteina
D
Encontra-se
isolada ou associada com outras apoproteinas nas HDL. A sua estrutura não é
conhecida. Contem l8% de glúcidos sendo
a heterogeneidade desta acção que explica a existência de seis isoformas.
Apoproteina
E
É uma
glicoproteina com 299 aminoácidos estando o seu gene localizado no cromosoma 19
num cluster
com os genes da C-I e da C-II.
É
reconhecida por receptores específicos. Existem receptores BE nas células
periféricas e figado e receptores E no figado. Funcionam como um sinal
existente em certas lipoproteinas permitindo o seu reconhecimento pelos
receptores.
Existem
quatro isoformas - E1, E2, E3 e E4. Os três isoformas mais frequentes são
determinados por locus separados - e4,e 3 e e2) originando seis fenotipos.
Polimorfismo das apo E
Há ainda variantes raras . A maior parte
destas variantes está associada com a dislipémia familiar.
Uma função totalmente diferente das apo e é a
sua presença no sistema nervoso central. O cérebro é a seguir ao figado o orgão
que contém mais mRNA da apo E.
A apo E é necessaria para o crescimento e regeneração
do sistema nervoso central e a sua síntese aumenta após uma lesão. A apo E
também se encontra aumentada em algumas doenças crónico-degenerativas. Na
doença de Alzheimer parece estar associada com o alelo e4.
Apoproteina
F
É a apoproteína de natureza mais ácida. É uma proteina
minor das HDL.
Apoproteina
G
É uma proteína minor das HDL
Apoproteina
H
É uma
apoproteína minor sem função conhecida. Descreveu-se a sua ausência em cinco
individuos sem existir qualquer
alteração do metabolismo lipidico.
Apoproteina
I
Malmendier e
col isolaram das HDL uma outra
apoproteína a que denominaram inicialmente de apoproteina S (S=sugar induced)
por ser induzida pela ingestão de açucar. Posteriormente, para seguir a
nomenclatura de Alaupovic estes autores propuseram a sua designação como
apoproteina I.
Apoproteina
J ou cluterina
É uma
proteina de 4277 aminoácidos cindida após a tradução em duas subunidades
ligadas por uma ponte S-S.
Existe nas
HDL e pode associar-se ao colesterol e fosfolípidos para formar complexos
imunocirculantes.
Funções das apoproteinas
Do que
dissemos neste capitulo poderemos constituir que se pode atribuir às
apoprotrinas as seguintes funções
·
Componentes
das lipoproteínas
·
Transporte
transcelular de lípidos
1.
Transporte
do colesterol (apo B)
2.
Catabolismo
mediado por receptores (apos B e E)
3.
Efluxo do
colesterol (Apo A-I)
·
Cofactores
de enzimas
·
Inibidores
de enzimas
Funções das apoproteinas
Para uma
proteína originar uma lipoproteina esta terá que ser sintetizada, sofrer
modificações intra e extracelulares, incorporar os lípidos correspondentes e
sofrer remodelação e transferência no
plasma.
Síntese
Nos
mamíferos as proteinas são sintetizadas quasi exclusivamente no fígado e
intestino, exceptuando a apoproteina E que também é sintetizada no cérebro.
Alguns orgãos têm uma produção minor de apoproteinas .
Locais major de síntese das
apoproteinas0
Apoproteinas Locais de síntese
AI fígado, intestino
AII fígado
B100 figado, intestino
B48 intestino
CI fígado, suprarenais
CII e CIII fígado
E fígado, cérebro,rins,
suprarenais
Modificações intracelulares
Propeptidos
A maior
parte das apoproteinas são sintetizadas com um peptido terminal de 16 a 25
aminoacidos que será cindido por uma peptidase da membrana (peptidase sinal)ou do retículo.
Fosforilação
A
apoproteina B é segregada fosforilada. Em culturas a insulina diminui a
fosforilação facilitando a sua degradação intracelular.
Glicosilação
No aparelho
de Golgi algumas apoproteinas (B, CIII, D, E) podem ser glicosiladas, tendo as
cadeias glucídicas ácido siálico
terminal.
Sialilação
As apo CIII
têm variantes não sialiladas (CIII:0) e sialiladas (CIII:1 e CIII:2).
Modificações extracelulares
Preproapoproteinas
A apo apo
A-I é sintetizada como uma preapoproteina. A peptidase sinal cinde-a em
prepeptido e proapoproteina que após ser
segregada é cindida por uma protease em apoproteina e propeptido .
Dessialação
Todas
proteínas sialiladas são desialiladas após a sua secreção
Outras modificações
Na diabetes
pode ocorrer uma glicosilação não
enzimática
Também foram
descritas desamidação e transglutaminação de apoproteinas
Incorporação de lipidos
Apo B
A apo B
associa-se à membrana do retículo, transferindo-se esta apo B ligada à membrana
para o retículo onde se combina com os triglicéridos. Os fosfolípidos e
colesterol são incorporados no aparelho de Golgi.
Outras apoproteinas
As
apoproteinas A-I.E e CIII são segregadas numa forma pobre em lípidos. Para a
incorporação intracelular todas as apoproteinas necessitam de apo B.
A
incorporação pode ser reformulada na
circulação sistémica. A apo E pode ser incorporada em lipoproteinas após
atingir a circulação sistémica.
Remodelagem e transferência
Após a sua
secreção sofrem alterações do plasma. Esta remodelagem baseia-se nos princípios
seguintes:
·
As apoproteinas
segregadas originam lipoproteinas nativas
que no plasma se transformarão em lipoproteinas
maduras.
·
A maturação
das lipoproteinas faz-se no compartimento intravascular por um
processo de remodelagem afectando essencialmente a redistribuição de apoproteinas
·
Na sua
remodelagem ou na sua sintese de novo as
lipoproteinas adquirem as apoproteinas necessárias para a sua função
Capitulo 2
LIPOPROTEINAS
Classificação
Há várias
proteínas que diferem entre si pela natureza dos lipidos transportados e pelas
proteinas que contêm. A ignorância que ainda hoje existe sobre a sua estrutura exacta levou a classificá-las conforme
os seus métodos de separação mais usuais.
Ultracentrifugação
Gofman
constatou que ultracentrifugando o soro a uma densidade de l063 havia uma
partícula mais pesada que sedimentava e outra mais leve que flutuava.
Recentrifugando o sobrenadante a uma densidade de1006 observou uma que
sedimentava e outra que flutuava .
Verificou
assim existência de três classes de lipoproteinas conforme a sua densidade:
A estas classes deve-se ainda acrescentas os quilomicras
mais leves, flutuando no soro sem ultracentrifugação.
A densidade das lipoproteinas é inversamente
proporcional ao seu diâmetro.
Electroforese
A utilização da electroforese de zona para a separação
das lipoproteinas foi efectuada em l941 mas só a introdução da electroforese em
papel em 1955 perm.itiu a sua vulgarização. As lipoproteinas
foram classificadas pela sua ordem de migração:
- · Lipoproteinas sem mobilidade electroforetica - quilomicra
- · Lipoproteinas com mobilidade semelhante às a-globulinas - a - lipoproteinas
- · Lipoproteinas com mobilidade b-globulina (b-lipoproteinas).
- · Lipoproteinas com motilidade a2 - pre-b-liproteinas
Equivalencia entre os dois sistemas
Estudo individual das lipoproteinas
Quilomicra
Este nome
foi utilizado pela primeira vez em 1920 para descrever proteínas visíiveis ao
microscópio óptico que aparecem no plasma
após uma refeição gorda. Esta visibilidade deve-se às suas grandes
dimensões (75 a 600 nm)
São
particularmente ricos em triglicéridos (80-90%) o que explica a sua baixa
densidade. Os outros componentes são colesterol livre (1-3%), colesterol
esterificado (3-6), fosfolípidos (7-9) e apoproteinas (1-2) .
Os quilomicra nativos têm apo A-I (apoproteina
major), apo B48 (sintetizada pelas proteínas intestinais), apo A-IV e apo E. Ao
chegarem à circulação sistémica enriquecem-se com apo C-II
VLDL.
São
moléculas grandes embora de dimensões inferiores às dos quilomicra. Não
interceptam os feixes luminosos e por isso não são visíveis ao microscópio
óptico mas quando em quantidade dão um aspecto turvo ao soro.
São a seguir
aos quilomicra as lipoproteinas mais ricas em triglicéridos . Os outros
constituintes são colesterol livre (6-8), colesterol esterificado (10-15),
fosfolípidos (17-18) e apoproteinas (9-10).
As apoproteinas
major são apo B -100 e Apo C, encontrando-se a Apo E em pequenas quantidades.
LDL
Em contraste
com a riqueza dos quilomicra e VLDL em triglicéridos, as LDL são
particularmente ricas em colesterol
(-46-5O%), estando a maior parte esterificada (80-87%). Os outros
constituintes são trigliceridos (5-8), fosfolipidos (20-25) e apoproteinas
(20-24) . 95% das apoproteinas são representadas pela apo B-1000) havendo
pequenas quantidades de apo C e apo E e quantidades vestigiais de A-I e A-II
cortesia do prof. Foster
HDL
São as
lipoproteinas mais pequenas e mais densas devido ao seu alto conteúdo em
apoproteinas (cerca de 50%), sendo a
predominante a Apo A-I (70-80% das proteínas totais) encontrando-se ainda a apo
A-II (20-23) e C (5-13) encontrando-se em quantidades menores as D, E e A-IV.
Separaram-se
duas subclasses, as HDL2 e HDL3. As HDL2
são maiores e mais densas tendo mais lípidos e menos apoproteinas que as HDL2.
Lipoproteinas
Density (g/mL)
|
Class
|
Diameter
(nm)
|
%
protein
|
%
cholesterol
|
%
phospholipid
|
%
triacylglycerol
|
>1.063
|
5-15
|
33
|
30
|
29
|
8
|
|
1.019-1.063
|
18-28
|
25
|
50
|
21
|
4
|
|
1.006-1.019
|
IDL
|
25-50
|
18
|
29
|
22
|
31
|
0.95-1.006
|
30-80
|
10
|
22
|
18
|
50
|
|
<0.95
|
100-1000
|
<2
|
8
|
7
|
84
|
Capitulo 3
METABOLISMO DAS LIPOPROTEINAS
O
metabolismo das lipoproteinas é o reflexo das apoproteinas que as constituem. É
portanto lógico estudar o seu metabolismo integrado no das apoproteinas.
Digestão dos lipidos
Esteres do colesterol
Os esteres
do colesterol são hidrolisados pela colesterol esterase em colesterol e ácidos gordos . O colesterol
é absorvido pelas células intestinas na presença de ácidos gordos
Fosfolipidos
As fosfolipases hidrolisam os fosfolipidos originando
uma molécula com menos um ácido gordo (lisolecitina no caso da lecitina) e
ácidos gordos
Triglicéridos
No intestino a lipase pancreática hidrolisa
progressivamente os triglicéridos com formação progressiva de ácidos gordos, di
e monogliceridos
cortesia de
Dick Bowen
Destino dos ácidos gordos
Os ácidos gordos libertados terão destinos diferentes
conforme o comprimento da sua cadeia
Ácidos gordos de curta e média
cadeia
Estes ácidos têm um numero de atomos de carbono
inferior a 12 e representam uma percentagem reduzida da totalidade dos ácidos
gordos. Não são absorvidos pela célula intestinal, entrando directamente para a
veia porta
Ácidos de longa cadeia
São absorvidos pela célula intestinal, necessitando
estar sob a forma de micelas, para o que são necessarios ácidos biliares
Destino dos acidos gordos
Micelas
Formação de quilomicra
Os acidos gordos são transformados no retículo liso da
célula intestinal em triglicéridos, combinando-se com apoproteinas para formar
quilomicra
Embora a Apo A seja a apoproteina major dos quilomicra
apo B-48 é necessária para a formação dos quilomicra. Alguns minutos após a
ingestão de gorduras há aumento da síntese de
apo B-48. Por outro lado na a-b-lipoproteinemia
(doença em que falta apo B) não se formam quilomicra.
cortesia de E.Harris
Maturação dos quilomicra
Os quilomicra nativos são ricos em triglicéridos,
tendo pouco colesterol. A maturação
começa na linfa onde recebem colesterol livre e algumas apoproteinas, mas as
modificações mais importantes fazem-se na circulação sistémica:
Aquisição de apo C proveniente de outras lipoproteinas
As
apoproteinas provêm em especial das HDL . Esta aquisição modula a lipólise pois
que a apo C-II é o cofactor da lipoproteina lipase
Hidrólise
dos trigliceridos pela lipoproteina lipase
As
partículas são sequestradas no endotélio por fusão com os fosfolípidos da
membrana externa da membrana, dando assim a possibilidade de o enzima actuar
sobre os triglicéridos no interior da molécula. Como consequência da hidrólise
liberta-se apoproteina A-I, utilizada na formação de HDL2 a partir das HDL3 e
alguma apo C.
Devido a
esta intervenção formam-se os remanescentes
dos quilomicra, partículas pobres em trigliceridos e ricas em colesterol
Formação dos quilomicra
Aquisição de apo E pelos
remanescentes
O
enriquecimento em apo E permite o reconhecimento destas particulas pelos receptores
pois estes não reconhecem a apo B-48
Captação dos remanescentes
Cerca de 25 a 30% dos remanescentes são captados pelos
receptores BE. Admite-se a existência de dois outros receptores para a apo E -
os receptores E e a LRP (LDL receptor related protein).
Catabolismo dos quilomicra na medula
óssea
Embora a maior parte do catabolismo se faça no figado,
estes tambem são metabolizados na medula óssea, tendo-se-lhe atribuído os
significados seguintes:
·
Fornecimento de lipidos como fonte de energia para a
síntese da membrana durante a hematopoiese
·
Manutenção de um nível adequado de
lipidos - O turnover
de ácidos gordos nos adipocitos da medula é muito maior que nos outros
adipocitos. Os triglicéridos são utilizados como fonte de energia durante a
proliferação celular e há uma relação inversa entre o conteudo
nos adipocitos e a hematopoiese
·
Libertação de vitaminas liposoluveis
como a
vitamina A
Metabolismo
da apo B-100
Formação das VLDL
A sua formação é muito semelhante à dos quilomicra. Os
ácidos gordos libertados por hidrolise dos trigliceridos ou sofrem b-oxidação
ou são armazenados como triglicéridos. Os ácidos gordos seriam captados pelos
tecidos extra-hepáticos (músculo, tecido adiposo, coração) e numa menor
extensão pelo fígado e resintetizados em
triglicéridos no figado. Os
triglicéridos dirigem-se para o retículo liso e depois para o aparelho de
Golgii onde se combinam com a apoproteina B-100 sintetizada no reticulo rugoso
para formar vesiculas de VLDL nativas que migram para a membrana basal.
As VLDL deixam as vesículas por exocitose indo para a
circulação sistémica através dos espaços de Disse .
Ácidos gordos
Triglicéridos
Retículo liso
GOLGI
__________________________________
Apo B100
Retículo rugoso
Vesículas de VLDL nativas
Exocitose
Espaços de Disse
Circulação
Maturação das VLDL
As VLDL nativas tornam-se maduras pelo enriquecimento
em colesterol devido à acção da LCAT e
por transferência das HDL
Formação dos remanescentes das VLDL
A lipoproteina lipase hidrolisa os triglicéridos ao
mesmo tempo que toda a apo A e grande parte da apo C é transferida para as HDL,
recebendo em troca apo E
No decorrer
destas trocas a apo B-100 não é trocada pelo que os remanescentes das VLDL assim formados têm pouca apo A e apo C mas
são ricos em apo B-100 e apo E ao mesmo tempo que são pobres em trigliceridos e
ricas em colesterol esterificado.
cortesia do prof. William Christie
Estes remanescentes são geralmente descritos como IDL
e b-VLDL. Para a maior parte dos autores os remanescentes habitualmente
formados são as IDL, formando-se as b-VLDL
apenas após uma alimentação rica em colesterol.
Destino dos remanescentes das VLDL
Na maior parte dos animais os remanescentes são
reconhecidos pelos receptores BE do figado . No homem só 50% têm este destino.
Os remannescentes não reconhecidos
são captados pelos receptores mas não
internalisados , sendo os trigliceridos hidrolisados pela triglicerido lipase
hepática formando-se as LDL nativas
Maturação das LDL
As LDL nativas perdem apo E e recebem colesterol para
se transformarem na sua forma madura, muito rica em colesterol e contendo
apenas apo B.
Catabolismo
da apo B-100
Será
estudado com os receptores:
Semelhança entre o metabolismo dos
quilomicra e das VLDL
Há alguns
pontos comuns entre o metabolismo destas duas lipoproteinas:
·
Transporte de trigliceridos. Os quilomicra transporam
trigliceridos alimentares (trigliceridos
exogenos) e as VLDL trigliceridos de origem metabolica (Trigliceridos endogenos)
·
Necessidade da apo B para a sua formação, B48 no intestino e B-100 no figado
·
Analogia na degradação . Tanto os quilomicra como as VLDL transformama-se em
remanescentes - remanescentes dos quilomicra no primeiro caso, IDL e
b-VLDL no segundo
cortesia de J.M.Botto
.
Metabolismo da apoproteina A
Transporte reverso do colesterol
As lipoproteinas contendo apo B têm a função de
transportar lipidos para as células.
As contendo apo A transportam colesterol das celulas
para o fígado para aí ser catabolisado - é o transporte reverso do colesterol
Este
transporte reverso faz-se em três fases
·
Efluxo do colesterol das celulas exta-hepaticas para o plasma.
·
Modificações intravasculares do
colesterol por um processo envolvendo a LCAT e a transferência dos
esteres do colesterol para a apoproteina B.
·
Transferência do colesterol para as
células hepáticas.
Efluxo do colesterol
O efluxo do
colesterol é determinado pela composição da membrana celular e das lipoproteinas
aceitadoras
Composição da membrana
A natureza dos microdominios membranários envolvidos
no efluxo do colesterol não é bem conhecida. O local mais provável parece ser
representado por invaginações da membrana sem clatrina (caleolae) caracterisadas pela presença de caveolina. Nas caveolae encontra-se mais colesterol livre e
fosfolípidos que nas outras partes da membrana. As caveolae tambem contêm
proteina G provavelmente envolvidas na transdução do sinal induzido pelas HDL
Lipoproteinas aceitadoras
A eficiência do efluxo do colesterol depende também de
diferenças no tamanho, fluidez e composição proteica das lipoproteinas
aceitadoras
·
Tamanho. As particulas pequenas são mais
efectivas que as grandes. Descreveram-se conforme as dimensões três subclasses de
LpA-I, sendo as de dimensão menor muito mais efectivas.
·
Fluidez. O efluxo de colesterol aumenta com a
fluidez das partíiculas. A insaturação e
a menor dimensão das cadeias dos ácidos gordos aumentam a fluidez
·
Composição. A apoproteina A-I é muito mais efectiva
que a A-II e facilita o efluxo.
Modificações intravasculares
A transição
estrutural das HDL nativas, discoides, em esteres do colesterol e
trigliceridos, para HDL maduras, esféricas, com um núcleo central de esteres do
colesterol é catalisada pela LCAT. No decurso desta conversão a apo E é
substituída por apo A-II até a relação E/AI passar para 1/7.
O aumento de
hidrofobia provocado pela esterificação do colesterol leva os esteres a
moverem-se para o interior do disco originando a forma esferica e deixando na
periferia espaço necessário para receber mais colesterol livre .
A particula
formada é a HDL3. A adição de material
de superficie proveniente dos remanescentes dos quilomicra e VLDL e a acção da
LCAT transforma-a em HDL2.
Transferência do colesterol
As HDL são captadas por receptores sendo os
esteres do colesterol transferidos por retroendocitose ou por translocação.
cortesia de S.Conova
Na translocação as HDL nativas são
captadas pelos receptores dos macrófagos e recebem o colesterol, tomando uma
forma esférica
A retroendocitose é uma endocitose mediada por receptor. As HDL
são captadas pelos macrófagos e recebem os esteres do colesterol. São
necessários a CETP e a apo CI .
Intercambio das apoproteinas
Como vimos,
no decorrer do metabolismo há um intercambio constante de apoproteinas.
As apo B
transportam o colesterol para os tecidos periféricos enquanto as apo E promovem
o retorno do colesterol para o fígado.
As HDL são
um depósito de apo C que quando cedida aos quilomicra e VLDL activa a
lipoproteina lipase.
Pelo
contrário as HDL recebe apo AI das partículas residuais que irá activar a LCAT.
Lipoproteinas e ateroesclerose
Capitulo 4
RECEPTORES
RECEPTORES
O conceito
de receptores para as lipoproteinas deve-se a GOLDSTEIN e BROWN que demonstraram que a maioria das LDL só se
catabolisava após fixação a receptores existentes na membrana celular.
Posteriormente
constatou-se que para lá destes receptores que reconhecem as apoproteinas B e E
( receptores BE) há outros tipos de receptores.
Receptores BE
Estrutura
É uma
glicoproteina com 893 aminoácidos distribuída por cinco domínios
Zonas funcionais
O receptor
tem duas zonas funcionais, uma de
ligação situada no folheto externo da membrana e uma de internalização no
interno
Devido à
constituição em aminoácidos da zona de internalização e à afinidade de uma
proteína membranária, a clatrina, os
receptores acumulam-se em poços revestidos (coated pits)
Síntese dos receptores
Nos
ribossomas sintetiza-se um precursor dos receptores que migra para o aparelho
de Golgi.
No aparelho
de Golgi sofre alterações pós-translaccionais como a glicosilação.
O gene
encontra-se no cromossoma 19.
.
Coated pits e coated vesicles
Quarenta e
cinco minutos após a sua síntese o receptor aparece na membrana, agregando-se
em vesículas revestidas por distribuição ao acaso.
As coated
pits interactuam com as LDL formando-se dentro de 3-5 minutos vesículas de
endocitose revestidas de clatrina
cortesia de Gwen Childs
Univ. of Arkansas for Medical
Sciences
Estas vesículas
perdem rapidamente a clatrina e fundem-se com outras para formar vesículas
maiores de contorno irregular – endossomas e receptossomas
cortesia de Gwen Childs
Univ. of Arkansas for Medical
Sciences
Reciclagem dos receptores
cortesia de Gwen Childs
Univ. of Arkansas for Medical
Sciences
Lisossomas
As LDL são
captadas pelos lisossomas.
As proteínas
são hidrolisadas em aminoácidos e o colesterol esterificado em colesterol e
ácidos gordos
Cortesia de
Gwen V.Childs
Univ. of Arkansas for Medical
Sciences
Sinopse
Regulação
A captação de colesterol pelos receptores tem
por objectivo fornecer à membrana celular o colesterol que ela necessita para a
sua estabilidade.
A captação
do colesterol está regulada para que seja fornecida à membrana uma quantidade
necessária mas não excessiva.
Os
mecanismos reguladores exercem-se sobre:
HMG CoA
redutase
·
Repressão da
sua síntese
·
Aceleração
do seu catabolismo
·
Inibição alosterica
ACAT
Aumento da
sua actividade ficando os esteres do colesterol
depositados no citoplasma como gotículas de gordura.
Receptores
Repressão da
sua síntese.
Receptores BE doutros tecidos
Os
receptores BE encontram-se não só nos fibroblastos mas em muitos órgãos e
tecidos.
A actividade
especifica mais elevada foi encontrada no córtex suprarenal e corpo amarelo
devido ao colesterol ser precursor das hormonas esteroides.
Devido à sua
massa, o fígado é o maior possuidor de receptores.
As células
endoteliais tem receptores que não internalizam as LDL, a não ser que estejam
lesados.
Os
macrofagos não têm receptores para as LDL mas captam LDL modificadas.
Lipoprotein Related Protein (LPR)
Tem cinco
domínios funcionais com alguma semelhança ao BE.
Não
reconhece a apo B.
Liga-se
fracamente às VLDL.
Têm alta
finalidade para os remanescentes das VLDL, ricos em apo E.
Receptores para as VLDL
O seu papel não é ainda bem conhecido.
Atribui-se-lhes
um papel importante na captação de remanescentes ricos em apo E.
Podem mediar
a captação de outros ligandos como a proteína de ligação da riboflavia, a a2 macroglobulina e a
lactoferrina.
Receptores 2 das apo E
Fazem a
captação das partículas ricas em apo E nos astrociros
Receptores das HDL
Medeiam a endocitose e a translocação
Capitulo 4
DISLIPEMIAS
DISLIPEMIAS
Bibliografia geral
Classificação de Frederickson-OMS
É uma
classificação baseada na ordem de migração electroforetica:
·
Tipo I –
quilomicra
·
Tipo IIa –
beta-lipoproteinas
·
Tipo III –
IDL, ocupando uma zona que faz coalescer as b
e as pré-b
·
Tipo IV –
pré-beta
·
Tipo V –
coexistência de pré-beta e quilomicra
·
Tipo
IIa - coexistência de beta e pré-beta
Tipo I
Há aumento dos quilomicra e portanto
hipertrigliceridémia.
Um processo
simples e eficaz de reconhecer os
quilomicra consiste no exame do soro após 24 horas de repouso a 4 graus.
Os
quilomicra aparecem como um sobrenadante cremoso num soro límpido.
Este tipo é
muito raro, não tendo sido descrito nenhum caso em Portugal.
Tipo IIa
Há aumento das LDL com a consequente hipercolesterolémia
Há uma forma dependente da alimentação (
hipercolesterolémia poligénica) e outra devida à diminuição ou ausência de
receptores
Tipo IV
Aumentam
apenas as VLDL, havendo portanto uma
hipertrigliceridémia.
O soro
encontra-se turvo.
Pode ser
devido a:
- · Resistência periférica à insulina com um hiperinsulinismo secundário com um aumento de lipólise e portanto maior produção de triglicéridos
- Diminuição da destruição de triglicéridos por carência em apo C
Tipo III
Há
acumulação de IDL que se manifesta na electroforese por uma banda larga( broad beta) que engloba as bandas das
beta e pré-beta.
O colesterol e triglicéridos estão
elevados.
Tipo V
É a
associação dos tipos I e IV, ou seja, aumento dos quilomicra e VLDL com a
consequente hipertrigliceridémia.
O soro
apresenta um sobrenadante cremoso( quilomicra) e um infranadante turvo (VLDL).
Tipo IIb
É a associação dos tipos II e IV, implicando assim o
aumento de colesterol e triglicéridos.
Criticas a esta classificação
Na ideia de
Frederickson esta classificação referia-se apenas a fenotipos de uma alteração
do genotipo – cada tipo seria a expressão de uma mutação, ou seja de um
genotipo
Actualmente este conceito não pode ser aceite pelas
seguintes razões:
·
Nem sempre a
árvore genealógica mostra tratar-se do mesmo fenotipo
·
Após o
tratamento é frequente observar mudança dos tipos, particularmente Iib em IV.
·
Há
dislipémias, as dislipémias normolipémicas que não entram nesta classificação.
Classificação de De Gennes
Esta
classificação segue critérios bioquímicos e precisa alguns critérios:
Associação de varias dislipemias
Pode haver num mesmo doente associação de varias
dislipemias
Hipercolesterolemias
Bibliografia
Directorios
http://www.emedicinehealth.com/high_cholesterol/article_em.htm
Textos
LDL
Hipercolesterolemia poligenica
Há uma
associação entre excesso de lípidos alimentares, nomeadamente ácidos gordos
saturados e uma alteração genética da
homeostase do colesterol.
O colesterol
é inferior a 300.
É sensível à
dieta.
Hipercolesterolemia familiar
São hipercolesterolémias
elevadas de origem genética, pouco sensíveis à dieta.
Nas formas
heterozigoticas, o colesterol situa-se
entre 300 e 400 e nas homozigoticas acima de 400.
São quase
sempre devidas a alterações dos receptores BE.
Acompanham-se de xantomas cutâneos e tendinosos.
Os
homozigoticos desenvolvem doença coronária antes dos 30 anos, sendo o
prognostico grave.
As formas heterozigoticas tratam-se com estatinas.
As
homozigoticas podem ser tratadas com sequestrantes dos ácidos biliares e
colesterol-aferese.
Bibliografia
Hipertrigliceridémias
As VLDL e os triglicéridos estão aumentados, mas não
os quilomicra.
O soro
encontra-se turvo.
Hipertrigliceridémias primarias
Hipertrigliceridémia
familiar
Triglicéridos aumentados na ausência de outras causas
Existe
noutros membros da família
É devida à
hiperprodução de VLDL
Sindroma de
deficiência em HDL
Hipertrigliceridémia moderada
Grande baixa
das HDL
Hipertensão
dislipémica familiar
Hipertensão antes dos 60 anos
Hipertrigliceridémia
Ocorre em
15% dos hipertensos
Hipertrigliceridemia
com remanescentes
Remanescentes semelhantes às IDL
Bibliografia
Hipertrigliceridémias secundárias
Podem-se observar na obesidade, alcoolismo, diabetes e
insuficiência renal
Hiperlipemia
mista
Triglicéridos e colesterol aumentados.
Embora as
alterações lipídicas muitas vezes não sejam grandes, acarreta um risco
aumentado, especialmente na diabetes tipo 1.
Quilomicronemias
Correspondem ao tipo I de Frederickson.
Há aumento
isolado de quilomicra.
Num soro
mantido 24 horas no frigorifico, os quilomicra sobrenadam.
Devem-se a
uma deficiência da liproteina lipase.
São muito
raras.
Dislipemias familiares com IDL( tipo
III)
Há uma
acumulação de IDL reconhecível na electroforese por uma banda englobando as
beta e pré-beta (broad beta) e pelas
suas caracteristocas na ultracentrifugação(floating
beta).
O colesterol e trigliceridos estão aumentados.
Deve-se a
uma homozigotia do alelo E2, que tem uma capacidade deficiente de ligação aos
receptores, ao contrario dos E3 e E4.
Dislipemias
normolipemicas
Tipo IV latente
Designação
introduzida por HALPERN em 1973 para
designar aumento da pré-beta com trigliceridos normais.
Os
triglicéridos surgem aumentados quando doseados três horas após uma refeição
As VLDL têm
uma composição alterada
Apoproteinas
Há casos de aumentos isolados de apo B.
Lp(a)
É uma variante das LDL, sendo a sua síntese controlada
geneticamente.
Bibliografia
Isoformas da
apo E
Descreveram-se isoformas da apo E com normolipémia.
Dislipemias
secundarias
Diabetes
Diabetes e
mortalidade cardiovascular
A mortalidade cardiovascular representa 70 a 75% da
mortalidade dos diabéticos, sendo maior nas mulheres
O papel da
insulina no metabolismo das lipoproteinas é independente dos seus efeitos
sobre a glicose.
Modula a lipoproteina lipase e pode influenciar a
LCAT.
Os
trigliceridos estão aumentados nas diabetes.
O colesterol
está nornal.
As HDL estão
significativamente mais baixas.
As apo AI
estão baixas no tipo I.
As apo CII e
CIII estão aumentadas.
Nas mulheres
as alterações lipidicas são maiores e
nunca recuperam totalmente.
A dislipemia
representa um factor de risco importante pois que a mortalidade cardiovascular
representa 70% das causas de mortalidade da diabetes.
Suprarenal
Os
corticoides provocam uma resposta bifásica nos lipidos – descida seguida de
subida
No Cushing e
em doentes tratados com corticoides os
triglicéridos estão elevados e associados a uma maior captação de ácidos gordos
livres
Tiroideia
No
hipotiroidismo há hipercolesterolémia e por vezes hipertrigliceridemia por uma
captação deficiente de LDL pelos receptores e actividade diminuída da
lipoproteina lipase.
Colestase
Há uma hiperlipemia marcada causada por uma
lipoproteina anormal, a lipoproteina X.
Nefropatias
A
insuficiência renal crónica pode estar associada com hipertrigliceridémia e
hiperquilomicronemia.
A
lipoproteina lipase tem uma actividade diminuída devido à existência de um seu
inibidor.
Os trigliceridos estão associados com a clearance de
creatinina.
A
hemodiálise não melhora esta situação.
As HDL estão
baixas, sendo a sua subida após uma transplantação um sinal de bom prognóstico.
Na nefrose
há hipercolesterolémia.
Na
hemodiálise há hipertrigliceridemoa.
Capitulo 5
HIPOLIPEMIAS
Deficit em apo B
Noções gerais
As apo B são
necessárias para a síntese dos quilomicra.
São
transportadoras de vitaminas lipossoluveis especialmente as D e A.
É de
considerar que os ácidos gordos de media cadeia são absorvivos directamente
pelo fígado, tendo outra metaboização. A sua administração será portanto útil
nesta situação.
Será também
útil administrar suplementos de vitaminas A e D.
A-betalipoproteinemia
É uma forma
autossomica recessiva.
Faltam as
Apo B-100 e B-48.
Há ausência
de quilomicra, VLDL e LDL.
Hipobetalipoproteinemia
É uma forma
autossomica dominante
Forma
homozigotica
Ausência de
VLDL
Diminuição
das LDL e HDL
Forma
heterozigotica
Diminuição
de 50% das LDL e VLDL
Forma
heterozigotica
Diminuição
de 50% das LDL e VLDL
A-betalipoproteinemia normotrigliceridemica
Falta a apo-
100 mas não a apo B-48
Ausência de
LDL e VLDL
Quilomicra
em quantidades normais
Deficiência em Apo A-I
Hipo-alfalipoproteinemia familiar
Autosomica
dominante.
Teores de
HDL e Apo AI 50% do normal.
Predisposição
para a ateroesclerose prematura.
Doença de Tangier
Ausência
quase total de HDL.
Anomalia do
gene da Apo A-I que impede a convrsão da pré-pro-apo A-I.
Bibliografia
Deficiência familiar em apo E
Deficiência em apo C-II
Doença
autossomica recessiva.
Defiiciencia
total ou grande de apo C-II.
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