quarta-feira, 22 de maio de 2013

PROTEINAS

PROTEINAS


Proteinas- definição e classificação
Aminoacidos
Classificação dos aminoacidos
Peptidos
Estrutura das proteinas
Classificação das proteinas
Proteinas simples
Queratinas
Colagenio e  elastina
Patologia do colagenio e elastina
Cromoproteinas
Patologia da hemoglobina
Porfirias
Imunoglobulinas
Composição das nucleoproteinas
Acidos nucleicos


Revisões de conjunto



CAPITULO  1

Proteínas - Definição e classificação



Os componentes estruturais das proteínas são os aminoácidos.
Podemos portanto defini-las como compostos tendo na sua estrutura aminoácidos.
Da reunião de aminoácidos surgem os peptidos e os proteidos ou proteínas propriamente ditas.
É dificil estabelecer uma diferença clara entre peptidos e proteidos.
Ao contrário dos glúcidos em que a diferença entre o número de oses dum oligosido e de um poliosido é nítida, aqui há um contínuo  na  composição das proteínas.
Foi assim necessário arbitrar um limite  que defina a diferença entre peptidos e proteidos.
Estabeleceu-se como limite o peso molecular de 5000



Classificação das proteínas


Grupo
Peso molecular
Aminoácidos
Peptidos
Proteidos
-
<5000
>5000



Características fundamentais das proteinas

Presença constante de N e C
Grande numero de componentes diferentes na sua composição
Especificidade – variam de espécie para espécie e de individuo para individuo
Têm funções metabolicas


              

Capitulo 2

           AMINOÁCIDOS


Estrutura

São ácidos carboxilicos aminados em alfa

São ácidos carboxilicos aminados em alfa







Estereoquimica



A glicina, aminoacido em que o R é o H, é o único aminoácido que não tem carbonos assimétrico, por ter duas valências ocupadas por hidrogénio.
Todos os outros aminoácidos têm carbonos assimétricos e portanto são opticamente activos.
 Segundo a nomenclatura de FISCHER, a série D está relacionada com o D-gliceraldeido e a L com o L





Todos os aminoácidos existentes no organismo pertencem à série L.

Nomenclatura






Propriedades físicas


Dissociação

Revisões de conjunto





Os aminoacidos são anfóteros – têm dois grupos dissociaveis: amina e carboxilo
Em meio ácido é inibida a dissociação do carboxilo e em meio alcalino a da amida






A pH extremos só se dissocia um dos grupos
A um pH constante para cada aminoacido, o ponto isoelectrico (pHi) , as duas funções estão igualmente dissociadas 
A pH inferiores ao pHi, a amina está mais dissociada e a pHi superiores o carboxilo está mais






http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://kimberlybiochemist.files.wordpress.com/2013/02/zwitterion-ph.gif&imgrefurl=http://kimberlybiochemist.wordpress.com/tag/zwitterion/&h=315&w=752&sz=5&tbnid=8yOK6eonUPvCFM:&tbnh=57&tbnw=135&prev=/search%3Fq%3Dzwitterion%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=zwitterion&usg=__k_4LgF2saontP5_YlYXiNKMeQkg=&docid=2qPmqe4jBs3V5M&sa=X&ei=iS6dUe63PKPH7Ab0goCQDA&s





Solubilidade


Em geral os aminoacidos são soluveis na agua
A solubilidade é menor para os que têm componentes hidrófobos


Propriedades químicas


Propriedades do carboxilo



Formação de sais, esteres, amidas
Descarboxilação formando aminas





Propriedades da amina


·        Propriedades gerais das bases  como seja a formação de sais
·        Desaminação com a formação de ácidos cetonicos




Propriedades do grupo R


Serão estudadas a proposito de cada aminoacido





CAPITULO 3
Classificação dos aminoacidos


Aminoácidos alifáticos neutros

Têm uma cadeia linear com uma função amina e uma função carboxilo.
A valina, leucina e isoleucina são aminoacidos ramificados




Aminoácidos neutros

Aminoácidos alifaticos neutros
·        Glicina
·        Alanina
·        Valina
·        Leucina
·        Isoleucina
Aminoácidos álcoois ou hidroxilados
·        Serina
·        Treonina……...
Aminoácidos com enxofre
·        Cisteina
·        Cistina
·        Metionina
Aminoácidos ácidos ou ndicarboxilicos
·        Acido aspartico
·        Acido gluitamico
Aminoácidos básicos ou diaminados
·        Lisina
·        Arginina
Aminoácidos cíclicos
·        Histidina
·        Fenilalanina
·        Tirosina
·        Triptofana
·        Prolina
·        Hidroxiprolina



Aminoácidos hidroxilados


Têm uma função hidroxilo e por isso podem-se comportar como álcoois


Aminoácidos hidroxilados
Aminoácidos
Grupo R
Serina
Treonina
                 CH2OH
                 CH3-CHOH


Aminoácidos com enxofre


A cisteina é um analogo com enxofre da serina
A cisteina pode unir-se por uma ligação S-S a outra cistina para dar a cistina
A cistina não é um aminoacido mas sim um dipeptido


Aminoácidos com enxofre

Aminoácido

               Grupo R

Cisteina

Metionina

             SH-CH2

              CH3-S-CH2-CH2
  

A cisteina pode unir-se a outra molécula de cisteina por uma ligação S-S formando a cistina


Aminoácidos dicarboxílicos



O grupo R tem um carboxilo suplementar, o que lhes dá natureza ácida


Aminoácidos dicarboxilicos

Aminoácido

                 Grupo R

Ácido aspártico

Ácido Glutamico

               COOH-CH2

               COOH-CH2-CH2


O COOH do grupo R pode formar uma amida com uma amina, originando a  asparagina ou a glutamina

 Aminoácidos diaminados

O grupo R tem uma amina, o que lhes dá características básicas

Aminoácidos aromaticos

A prolina tem um núcleo pirrol, sendo a  hidroxiprolina o seu derivado hidroxilado.
A histidina tem um núcleo imidazólico
A fenilalanina e o seu derivado hidroxilado, a tirosina têm um núcleo benzénico


ANIMAÇÃO



Derivados dos aminoacidos

Aminoácidos acetilados

No cérebro e neurohipófise existem aminoácidos acetilados cujo papel parece ser o de acetilar a colina para formar acetilcolina.
 O mais importante é o ácido acetilaspártico


 Aminas

Resultam da descarboxilação de aminoácidos



Aminas derivadas de aminoácidos

Aminoácido
Amina
Lisina
Tirosina

Histidina
Fenilalanina
Triptofana

Arginina

Ortinina
Cadaverina
Tiramina
Dopamina
Histamina
Feniletilamina
Triptamina
Hidroxitriptamina
Agmatina
Putrescina
Espermina



Betainas



A  amina primária é transformada numa quaternária.
Com esta transformação aumenta a basicidade do grupo azotado e a dissociação do  radical ácido, havendo a condensação do carboxilo com o oxidrilo básico para formar um sal interno, a betaina.





As betainas mais conhecidas são as betainas da glicocola e da histidina, sendo a última conhecida como ergotioneina.



Modificações póst -  traducionais


Alguns aminoácidos não são codificados pelo DNA e são frutos da alteração de um outro aminoácido após a sua síntese.
É por exemplo o caso da hidroxiprolina, resultante da hidroxilação da prolina




Aminoácidos não proteicos


Definição

Aminoacidos que existem nas celulas e tecidos nas que não se encontram nas proteinas

b-alanina


É um precursor do ácido pantoténico.
É um constituinte dos peptidos  carnosina e anserina.

Fosfoserina

É a serina fosforilada.
Encontra-se na caseina do leite
Faz parte da estrutura de muitos enzimas


Aminoácidos do colagéneo


Além da hidroxiprolina e lisina, encontram-se a  5-hidroxilisina, desmosina   e isodesmosina.


Ornitina e citrulina


São intermediários  da síntese da ureia


Aminoácidos com enxofre


No decorrer do metabolismo da metionina podem-se formar homocisteina, cistationina e taurina





                  
CAPITULO 4
PEPTIDOS

Revisões de conjunto

http://webhost.bridgew.edu/fgorga/proteins/default.htm





Nomenclatura



Definição

Os peptidos designam-se enumerando os aminoácidos que os compõem de modo a que o aminoácido que tem a amina livre fique à esquerda e o que tem o carboxilo livre à direita.


Péptidos mais importantes


Os peptidos mais importantes  estão indicados no quadro seguinte

Péptidos mais importantes

Peptido
Nº de aminoácidos
Função

Glutatião

3

Mantém a cisteina e o ferro no estado reduzido

Angiotensina

8

Regula a pressão sanguínea   

Vasopressina

9

Regula a pressão sanguínea

Oxitocina

9

Induz contracções uterinas

Gastrina

17

Estimula a secreção de ácido clorídrico e  pepsinogénio pelo estômago



Glutatião


È a glutamil-cisteil-glicina
Quando se desidrogena liga-se a uma outra molecula por uma ponte S-S
Esta reacção é reversivel, pelo que o glutatião faz  parte sistemas redox



  


Carnosina e anserina

A carnosina é a b-alanilhistidina
A anserina é a carnosina metilada no NH3







Vasopressina e ocitocina


São hormonas do lobo posterior da hipófise
A sua estrutura é muito semelhante
A sua estrutura varia pouco de especie para especie, pelo se pensa ter origem numa molecula ancestral


ACTH

Tem 39 aminoacidos
A  menor unidade com actividade biologica corresponde aos 13 primeiros aminoacidos
A elongação aumenta a actividade, atingindo-se o maximo com os primeiros 20 aminoacidos

MSH


Tem uma estrutura muito semelhante à ACTH


Insulina

É constituida por duas cadeias ligadas entre si por uma ponte S-S
É sintetizada no pancreas como uma cadeia inactiva, a pró-insulina que após eliminação de um fragmento peptidico, origina a insulina




Glucagina


É um peptido com 21 aminoacidos


Angiotensinas


São um grupo de nonapeptidos com propriedades hipertensivas
Derivam duma proteina inactiva, o angiotensinogenio  




Capitulo 5

Estrutura das proteínas

Revisões de conjunto




Características gerais



De um modo geral as proteínas não contêm todos os aminoácidos existentes.
Os aminoácidos estão distribuídos em frequências diferentes, uns com maior frequência e outros com menor.
As proteínas  insolúveis na água, como a queratina, o colagéneo e a elastina, têm uma grande percentagem de aminoácidos  hidrófobos ou não polares(alanina, valina, leucina,  prolina). A elastina tem 93% destes aminoácidos.
Nalgumas proteínas predominam os aminoácidos diaminados, tendo características básicas e noutras os dicarboxílicos, tendo características ácidas.
                                                     
Proteínas na alimentação

Alguns aminoácidos não são sintetizados pelo organismo, devendo ser fornecidos pela alimentação – são os aminoácidos essenciais. Nem todas as proteínas têm na sua composição todos os aminoácidos essenciais, podendo dividir-se em proteínas completas e proteínas incompletas.
De um modo geral as proteínas animais são completas e as vegetais incompletas. Assim os cereais são pobres em lisina e triptofana, os legumes em metionina - quer dizer uma alimentação vegetariana pode ser facilmente deficiente em aminoácidos essenciais. Todavia tal inconveniente pode ser evitado pela associação de alimentos. Estas associações pertencem a algumas culturas: milho e feijão (México), arroz e soja (Japão), feijão frade e arroz (Nova Orleans).

Ligação peptido

É a ligação fundamental das proteínas. Trata-se da ligação, com perda de água, de um carboxilo de um aminoácido com  a amina de outro . Trata-se da formação de uma amida que, no caso particular das proteínas, é designada por ligação péptido





A formação de ligações peptido necessita de energia, fornecida pela hidrólise do ATP.
A ligação é  planar -  os carbonos a adjacentes e o a NH3 estão no mesmo plano 




Outras ligações


Além da ligação peptido podem intervir outras ligações 








As ligações ponte de hidrogénio fazem-se entre aminoácidos para manter a estabilidade da estrutura.
As ligações hidrófobas envolvem os grupos não polares dos aminoácidos.
As ligações electrostaticas  formam-se entre grupos de cargas opostas como os grupos amina ou carboxilo terminais e grupos carregados dos aminoácidos polares.
As  forças de van der Waals são muito fracas e exercem-se a curtas distâncias e podem ser atractivas ou repulsivas. As forças atractivas surgem quando há interacção entre dipolos induzidos por flutuações momentâneas da distribuição electrónica dos átomos vizinhos. As forças repulsivas aparecem quando  dois átomos  estão tão próximos que os seus orbitais se sobrepõem.


Níveis de estrutura das proteinas

Numa proteína podemos considerar os seguintes níveis de complexidade crescente






·         Sucessão de aminoácidos – estrutura primária.
·         Arranjo da estrutura primária em duas dimensões  -  estrutura secundária.
·         Disposição da estrutura secundária no espaço – estrutura terciária
·         União de várias subunidades  – estrutura quaternária


Estrutura primaria


A estrutura primária é, como vimos, o primeiro nível de complexidade da estrutura proteica e é responsável por algumas características biológicas das proteínas.
É caracterizada  pela sequencia dos aminoácidos constituintes






Estrutura primária e actividade biológica

A sequência dos aminoácidos na molécula está relacionada com a sua actividade biológica. Vejamos o caso da ACTH. Esta hormona contém 39 aminoácidos. A menor fracção que tem actividade biológica é o petido contendo os 13 primeiros aminoácidos. A elongação da cadeia aumenta a actividade até aos 20 primeiros aminoácidos, não aumentando a partir daí. A actividade biológica reside nos aminoácidos 1 a 13, sendo necessários os 14 a 20 para aumentar a receptividade para os receptores celulares 



Importância das alterações na estrutura primária

A sequência das proteínas é controlada geneticamente e, por isso, a composição proteica das várias proteínas sintetizadas pelo organismo é sempre a mesma. Por vezes surgem mutações levando à síntese de proteínas ligeiramente alteradas por vezes diferindo apenas num aminoácido. Estas diferenças, embora aparentemente mínimas, são suficientes para alterar grandemente as funções da proteína. Um exemplo clássico são as alterações genéticas da estrura do hemoglobina, as hemoglobinoses. Na anemia falciforme ou drepanocitose, devida à existência de hemoglobina S, há apenas a substituição no aminoácido 6 do ácido glutamico por valina


Estrutura primária e evolução

Estudando as sequências primárias de proteínas de várias espécies animais concluiu-se que com a evolução, a estrutura primária foi-se modificando 
Nalguns casos foi possível avaliar o tempo de divergência de uma proteínas a partir de um derivado ancestral comum .
Estruturas semelhantes

Alguns compostos tem estruturas primarias semelhantes. Por exemplo a vasopressina difere da ocitocina apenas em dois aminoácidos. Na fig 5.6 indicamos a formula da ocitocina pondo entre parêntesis os aminoácidos diferentes na vasopressina
A  ACTH E MSH têm estruturas muito semelhantes




Estrutura secundaria



Há três tipos de estrutura secundária: hélice, folha pregueada, distribuição ao acaso.


Hélice

Os nossos conhecimentos sobre a estrutura em hélice nasceram com os trabalhos de PAULING e COREY que levaram às seguintes conclusões:

  • ·         A hélice faz uma volta completa cada 3,6–3,7 aminoácidos no caso da hélice a que é o modelo mais frequente









  • A estabilidade da hélice é assegurada por ligações ponte de hidrogénio entre cada três aminoácidos





cortesia de James Hardy




.

  • ·         A distância entre cada aminoácido é de 1,47-1,53 Ao.·        
  • Os grupos são de 1,47-1,53 Ao.

  • ·         Os grupos aparecem alternadamente de um lado e outro da molécula
  • O carbonilo e o azoto da amida estão no mesmo plano

·         O passo da hélice (distância vertical ao longo do eixo de um ponto da hélice ao seu ponto correspondente) é de 5,4 Ao.  O passo da hélice calcula-se multiplicando o número de resíduos por volta da hélice pela distância entre dois carbonos a adjacentes.

A hélice poderá assim ser imaginada como uma cadeia polipeptidica enrolada numa vareta de modo a que na hélice a uma volta completa corresponda a 3,6-3,7 aminoácidos, a distância entre cada aminoácido seja de 5,4 Ao e o seu passo de 5,4. Pode haver hélices a dirigidas para a esquerda e para a direita


Folha pregueada

Para explicar os dados obtidos com a difracção dos raios X para a b-queratina, PAULING e COREY propuseram a estrutura em folha pregueada ou conformação b. Neste modelo, as ligações peptidos têm um arranjo alternadamente direita-esquerda, alternando os grupos R acima e abaixo do plano




cortesia de James Hardy




http://scidiv.bcc.ctc.edu/rkr/Biology211/lectures/pdfs/BiologicalMolecules201.pdf


Se as duas cadeias correm na mesma direcção fala-se numa estrutura paralela
No caso contrário, diz-se anti-paralela.


Distribuição ao acaso

Não há relações entre planos nem pontes de hidrogénio. A colocação dos aminoácidos não segue um padrão definido, pelo que se chama distribuição ao acaso.


Tipo misto

A maior parte das proteínas tem uma estrutura mista – regiões helicoidais alternando com regiões não helicoidais.
A percentagem de estruturas helicoidais varia de proteína para proteína. Na mioglobina é de 77% e na quimotripsina 5%.


Estrutura do colagéneo

O colagéneo tem uma estrutura secundária particular. É muito rico em glicina, prolina e hidroxiprolina, sendo frequenta a sequência glicina-prolina-hidroxiprolina-glicina. As cadeias formam uma hélice tripla, sendo as ligações ponte de hidrogénio feitas pela glicina.


Estrutura terciaria

O pregueamento e curvatura das hélices permite o seu arranjo no espaço, originando a estrutura terciária




1


Para a estabilização desta estrutura é são necessários a proteína dissulfito isomerase permitindo a formação de ligações S-S entre resíduos de cisteína e  chaperones inibindo o pregueamento não adequado e interagindo com outros petidos.



Estrutura quaternária

Muitas vezes as proteínas estão constituídas pela reunião de várias unidades com estrutura terciária, iguais ou diferentes, realizando uma estrutura quaternária






As subunidades designam-se como protómeros.



Desnaturação


Definição

O estado nativo de uma proteína pode ser definido como a estrutura altamente ordenada que tem actividade biológica. A desnaturação representa a perda da conformação e a perda de uma estrutura altamente ordenada. Na maior parte dos casos a desnaturação é irreversível.


Agentes desnaturantes

Como as ligações covalentes são mais fortes, não são destruídas pelos desnaturantes.
O calor cinde as ligações ponte de hidrogénio  e iónicas por aumento da energia cinética.


cortesia de James Hardy



As radiações ultravioletas têm uma acção semelhante à do calor.
Os ácidos, bases e sais de metais pesados actuam sobre as ligações iónica e ponte de hidrogénio.
Os solventes orgânicos impedem a formação de ligações hidrofobas.
A ureia e guanidina formam ligações ponte de hidrogénio como as proteínas, desorganizando a sua estrutura .
A desnaturação pode ser reversível






Capitulo 6

Classificação das proteinas



 

Classificação segundo a estrutura


Dividem-se em fibrosas e globulares

Proteínas  fibrosas


São insolúveis em meio aquoso.
São amorfas, não cristalizando.
Algumas são capazes de se estirar e de se contrair.

Proteínas globulares

São solúveis em meio aquoso e podem cristalizar. Embora não necessariamente esféricas são menos assimétricas que as fibrosas.




Classificação segundo a composição


Dividem-se em proteínas simples e proteicas conjugadas ou heteroproteínas, conforme não têm ou têm um grupo prostético.
As proteinas simples dividem-se conforme a sua solubilidade em albuminas, globulinas, protaminas e histonas. No quadro 43.I indicamos a classificação das heteroproteinas

Heteroproteínas


Heteroproteina
Grupo prostético
Glico e mucoproteinas
Hemeproteinas
Lipoproteinas
Metaloproteinas
Nucleoproteinas
Glúcidos
Heme
Lípidos
Iões metálicos
Ácidos nucleicos





CAPITULO 7
  Proteínas simples


Albuminas

São proteínas simples, solúveis na água que podem precipitar em soluções salinas concentradas como o sulfato de amónio a 70%. Esta diminuição da solubilidade em soluções salinas concentradas, conhecida por salting out, deve-se à competição para a combinação com a água entre os sais e a albumina.
A albumina é  a  proteína mais importante do plasma. É sintetizada no fígado. Tem um peso molecular de 79000 contendo 610 aminoácidos organizados numa única cadeia peptídica.
Tem um papel fundamental na regulação osmótica do sangue como criadora de pressão oncótica  e constitui uma reserva de proteínas. Também é uma proteína transportadora de algumas moléculas e  iões.
No leite existe a lactalbumina e nos ovos a ovalbumina.


Globulinas


São insolúveis na água, sendo solúveis em soluções fortemente concentradas de ácidos e bases. É solúvel no sulfato de amónio a 50%.
Dividem-se por electroforese em alfa1, alfa2, beta e gama. Algumas são transportadoras de iões. As imunoglobulinas encontram-se nas globulinas gama.


Histonas


São solúveis na água e em ácidos muito diluídos e insolúveis na amónia diluída. São ricas nos aminoácidos básicos lisina e argina, podendo-se  distinguir três tipos

Histona
Lisina
Arginina
F1
F2
F3
+
+
-
-
+
+


O seu peso molecular está compreendido entre 10000 e 20000. Encontram-se nos núcleos celulares. Têm um papel regulador da actividade dos genes.


Protaminas


São proteínas básicas solúveis na água e na amónia. Têm um peso molecular de cerca de 5000.





CAPITULO 8

QUERATINAS

 


Definição

São  os componentes  estruturais do cabelo, cornos, unhas, penas, pele e lã.
 A sua estrutura é altamente hierarquizada.
São proteínas insolúveis, com uma forma alongada em que uma dimensão é muito maior que a outra.
Uma das suas características estruturais é a repetição de um padrão conformacional através de toda a estrutura – cadeias alongadas agregadas em fibras ou bainhas mantidas por ligações secundarias fortes
Trata-se de cadeias alongadas  que se agregam em  fibras ou  bainhas mantidas por fortes ligações secundárias.

Superhélice
As cadeias peptidicas têm em quase toda a sua extensão uma configuração em hélice alfa interrompida de quando em quando por curtas cadeias com distribuição ao acaso.
Duas hélices dirigidas para a direita enrolam-se uma sobre a outra para formar uma dupla hélice chamada super-enrolamento ou superhélice



Fibrilhas                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           
Duas superhélices  enrolam-se em conjunto para formar uma protofibrilha, que se enrolam entre si para formar microfibrilhas e depois macrofibrilhas(fig. 45.1) .


Hélice a
                 ¯ enrolamento
Hélice dupla
                               ¯ enrolamento de duas
Protofibrilhas
                                 ¯ enrolamento de várias
Microfibrilhas
                                ¯ enrolamento de várias
Macrofibrilhas





Ligações cruzadas


Esta organização é mantida por ligações cruzadas constituídas por ligações S-S entre resíduos de cisteina
 As queratinas são moles ou duras conforme o número de ligações cruzadas




Capitulo 9

COLAGENIO E ELASTINA


Colagenio

Composição


Constituinte do tecido conjuntivo, é muito frequente no homem e nos animais (20 a 25% das proteínas  totais).
Encontra-se como fibras conjuntivas nos tendões, pele e cartilagens e  fibrilhas mais finas, as fibras de reticulina existentes nas membranas e nas paredes vasculares
Os seus principais aminoácidos são a glicina, prolina, alanina e hidroxiprolina e em menor quantidade lisina e hidroxilisina.
Tem pouca cisteina.


Tipos


Descreveram-se cinco tipos de cadeias peptidicas:
·         a1(I)
·         a1(II)
·         a1(III)
·         a1(IV)
·         a2

Estas cadeias podem-se associar formando vários tipos de colagénio dos quais os mais importantes são os tipos I a IV

Tipos de colagenio

Tipo
Cadeias
I
(a1 I)2 a2
(a1 II)3
(a1 III)3
(aIII )3


O tipo I é o prIncipal componente dos tendões, ligamentos e ossos
O tipo II é a principal proteína da cartilagem
O tipo III reforça as paredes das estruturas  escavadas, como artérias, intestinos e útero
O tipo IV forma a membrana basal dos epitelios


Estrutura


Estrutura primaria

A unidade básica do colagenio  é um polipeptido constituído pela unidade repetitiva:

                                          (Gli-X-Y)n

  em que X é quase sempre a prolina e Y a hidroxiprolina


Estruturas secundaria e terciária

Tem uma estrutura em hélice em que três hélices se enrolam para formar o tropocolagénio





A estrutura do colagenio inspirou artistas





Escultura de Julian Voss-Andreae

O enrolamento de três tropocolagénios forma a fibrilha colagénia  a que se seguirá num grau mais complexo de estrutura, a  fibra.
Após a sintese, os carbonos terminais têm dominios globulares que mantêm a molecula soluvel
Quando a molecula é segregada, os carbonos terminais são eliminados, tornando-se a molecula soluvel


Modificações pós-traducionais

¨      Glicosilação
¨      Hidroxilação da prolina e lisina
¨      Formação da helice tripla
¨      Eliminação das extremidades  globulares


Ligações


A estabilidade da estrutura é garantida por ligações cruzadas não à custa da cisteina que escasseia no colagénio,  mas essencialmente através de ligações covalentes feitas por aldeidos da lisina e hidroxilisina, a alisina e hidroxialisina .
As alisinas reagem sob a forma de aldol
As ligações intramoleculares são de tipo aldol, quase sempre entre duas alisinas.
As ligações intermoleculares fazem-se entre alisina e hidroxialisina ou entre o aldeido da alisina e a amina da hidroxilisina.

Elastina


A elastina  tem propriedades análogas às da borracha, podendo ser esticada várias vezes o seu tamanho e depois voltar à sua dimensão inicial.
Encontra-se no tecido elástico dos pulmões e dos grandes vasos e nos ligamentos elásticos.
A elastina contém particularmente aminoácidos pequenos e não polares nomeadamente glicina, alanina, valina e prolina.
Contém pouca hidroxiprolina, não contém hidroxilina e tem poucos resíduos polares.
As suas  ligações cruzadas são formadas pelo aldol da alisina e de derivados da alisina, lisinonorleucina, desmosina e isodesmosina
A lisinonorleucina resulta da condensação da cadeia lateral da lisina com a alisina.
A desmosina e isodesmosina encontram-se apenas na elastina e são responsáveis pela sua cor amarela. Resultam da condensação de três alisinas e de uma cadeia lateral da lisina.
A   estrutura primária da elastina tem segmentos hidrófobos, responsáveis pela sua elasticidade, alternando com segmentos ricos em lisina, responsáveis pelas ligações cruzadas.


Capitulo 10

PATOLOGIA DA QUERATINA E DO COLAGENIO


Queratina

Na  epidermólise bulhosa simplex (EBS)  e na  hiperqueratose epidermolitica (EHK) há feridas da pele provocadas por causas mecânicas que em pessoas normais não provocariam qualquer dano.
Estas doenças são hereditárias e devem-se a alterações da estrutura primária da queratina que irão  interferir com a formação normal dos filamentos.


Permanente do cabelo

O aspecto do cabelo – forte, quebradiço, encaracolado deve-se a diferentes sequências primárias da a-queratina, determinadas geneticamente.
É possível  todavia alterar este aspecto físico pelo aquecimento, que destrói as ligações S-S e em seguida refazer asligações S-S com um agente oxidante.
Este arranjo nunca é permanente  pois com o crescimento de novos cabelos volta-se à forma inicial, sendo necessário repetir esta operação.


Escorbuto

O escorbuto é uma doença por falta de vitamina C que  existe  abundantemente na laranja e noutros frutos citrinos.
Os seus sintomas foram descritos no Lusíadas por ter sido uma doença que atingiu grande parte dos navegantes, evidentemente por falta de frutos frescos.
A vitamina C é necessária para a hidroxilação da lisina e prolina, condição necessária para manter a estabilidade do colagénio.



Significado da prolina e hidroxiprolina na urina

Como o tecido conjuntivo é o único tecido rico em hidroxilisina e hidroxiprolina, a eliminação destes aminoácidos pela urina é o sinal duma doença deste tecido.


Erros do metabolismo do conjuntivo


Sindroma de Ehlers-Danlos

Este nome está pelo menos associado a dez doenças diferentes devidas a defeitos da estrutura do conjuntivo.
Os mais importantes são:

Tipo IV

  • Diminuição do colagenio tipo III
  • Risco de ruptura das grandes artérias do intestino
  • Pele frágil


Tipo V

  • Poucas ligações cruzadas
  • Hiperextensibilidade da pele e articulações



Tipo VI

  • Hidroxilisina diminuída
  • Má cicatrização das feridas
  • Deformações musculo-esqueleticas
  • Hiperextensibilidade da pele e articulações


Tipo VII

  • Propeptido N-terminal não removido
  • Pele frágil
  • Deslocações da anca
  • Hiperextensibilidade


Osteogenese imperfeita

A designação engloba mais de uma doença
Há pelo menos quatro doenças clínica e bioquimicamente distintas
Caracterizam-se por fracturas múltiplas e deformidades ósseas
O colagenio tipo I está diminuído

Sindroma de Goodpasture

Há auto-anticorpos contra o tipo IV
Atinge os glomerulos





CAPITULO 11

CROMOPROTEIDOS

São heteroproteidos em que o grupo prostético é corado.
Este grupo prostético pode ser de três naturezas:
·        Não tem qualquer elemento metálico. É o caso da ficocianina.
·        Tem um elemento metálico isolado. É o caso da hemocianina e da hemoeritrina.
·        Tem um elemento metálico englobado numa estrutura complexa. É o caso da hemoglobina.
Os grupos prostéticos com um elemento metálico dividem-se em não tetrapirrólicos e pirrólicos conforme não têm ou têm um grupo pirrólico.
Os não tetrapirrólicos não têm significado nos seres vivos superiores. Existem nas hemocianinase e nas hemoeritrinas.


Pirrol


Os tetrapirrólicos caracterizam-se por terem quatro núcleos derivados do pirrol
O pirrol é um heterociclo 








Na figura. seguinte indicamos a numeração do pirrol




Os pigmentos tetrapirrolicos dividem-se em porfiricos e não porfiricos


Pigmentos não porfiricos

Nos não porfiricos há pelo menos dois pirrois não  ligados entre si.
O membro mais importante deste grupo é a bilirubina.

Classificação dos porfiricos
Ferro bivalente
              Hemoglobina
               Mioglobina

Ferro trivalente
          
    Catalases

   Peroxidases

Metahemoglobina


Ferro de valencia variavel

Citocromos

 


Porfirinas


As porfirinas são tetrapirrois.
O seu representante mais simples é a porfina  em que os quatro pirrois estão ligados por ligações metenilo




.
A porfina foi sintetizada por FISCHER mas não existe na natureza.

Etioporfirina

A porfirina mais simples obtida por degradação de produtos naturais é a etioporfirina em que nos núcleos pirrólicos só se encontram etilos e metilos.
 Existem quatro isómeros

Isómeros da etioporfirina
Etiporfirina
Grupos metilo em
Grupos etilo em
I
II
III
IV
1, 3, 5, 7
1, 4, 5, 8
1, 3, 5, 8
1, 4, 6, 7
2, 4, 6, 8
2, 3, 6, 7
2, 4, 6, 7
2, 3, 5, 8


No organismo só se encontram os isómeros I e III. Admite-se que não são  interconvertíveis - cada um deles segue um caminho metabólico próprio.



Uroporfirinas


As porfirinas mais simples existentes no organismo são as uroporfirinas   que contêm quatro grupos acetilo e quatro propionilo.
Há quatro isómeros mas só se encontram o I e o III, existindo o I em quantidades mínimas



Isómeros das uroporfirinas


-CH2CH2COOH
(propionilo)
-CH2COOH
(acetilo)
-CHCH2
(vinilo)
-CHOHCH2
(hidroxietilo)
-CH3
(metilo)
Uroporfirina I
Uroporfirina II
Coproporfirina I
Coproporfirina II
Protoporfirina
Hematoporfirina
2, 4, 6, 8
2, 4, 6, 7
2, 4, 6, 8
2, 4, 6, 7
6, 7
6, 7
1, 3, 5, 8
1, 3, 5, 8
-
-
-
-
-
-
-
-
2,4
-
-
-
-
-
-
2,4
-
-
1, 3, 5, 7
2, 4, 6, 7
1, 3, 5, 8
1, 3, 5, 8



Copro e protoporfirinas

A descarboxilação dos acetilos em metilos origina as coproporfirinas  e a oxidação de dois dos propionilos destas em vinilo origina  a protoporfirina
Pode haver nove isómeros das protoporfirinas mas só interessa o IX.




.

Hemes e hematinas



As porfirinas têm a capacidade de se unirem a metais pelos seus azotos  pirrólicos.
As porfirinas com ferro designam-se por hemes se o ferro é bivalente e hematinas  se é trivalente.
Os hemes e hematinas designam-se antecedendo  fazendo anteceder a designação da porfirina donde provêm. No caso da hemoglobina trata-se do  protoheme  



Mioglobina



A mioglobina é um pigmento respiratório muscular que fixa o oxigénio transportado pela hemoglobina e constitui uma reserva do oxigénio do musculo.
Não tem estrutura quaternária porque não tem subunidades.
Os resíduos polares estão no interior da molécula e os não polares no exterior.
 No interior encontram-se dois resíduos polares de histidina envolvidos nas interacções com o heme  e nas ligações com o oxigénio.
O heme está colocado numa bolsa hidrófoba no interior da molécula.


Hemoglobina


Estrutura


É um tetramero de quatro subunidades, com estrutura semelhante à da mioglobina.
A proteina é a globina.
Tem quatro subunidades  idênticas duas a duas  – cadeias alfa e beta.
Em cada uma delas existe uma bolsa para receber o heme .







Ligações do ferro

Como das seis valências do ferro, quatro são utilizadas para se ligarem aos pirrois (uma para cada pirrol),  sobram duas valências.
Em  cada cadeia uma das valências liga-se à histidina  proximal.
 A outra liga-se à histidina  distal através de uma molécula de água.
Quando a hemoglobina é oxigenada, a molécula de água é substituída pelo oxigénio, deixando de se ligar à histidina distal.
Quando a hemoglobina é oxigenada, a molecula de agua é substituida pelo oxigénio



cortesia de R.Frey







Capitulo 12

PATOLOGIA DA HEMOGLOBINA


Diversidade estrutural


No decorrer da vida humana formam-se diferentes formas de hemoglobina.
 Na vida adulta a forma quase exclusiva é a hemoglobina a2b2.
Todavia desde a concepção até aos primeiros tipos de vida aparecem e desaparecem várias formas de hemoglobina.
A hemoglobina fetal contém duas cadeias a e duas cadeias que irão desaparecer, as cadeias d – é portanto a2d2.
 No embrião encontram-se as cadeias e e z.
No adulto  2% da hemoglobiina é constituída pela hemoglobina A2 de constituição a2d2.(hemoglobina A2)


Hemoglobina glicosilada

A hemoglobina  reage espontaneamente com a glicose para formar a hemoglobina glicosilada ou hemoglobina A1.
Normalmente a concentração desta hemoglobina é muito baixa mas na diabetes pode atingir 12% da hemoglobina total ou mais.
Como o tempo médio  de vida dos glóbulos vermelhos é de 120 dias, a hemoglobina glicosilada é um bom índice dos teores em glicose dos últimos dois meses.



Hemoglobinas anormais


Desde que em 1949 PAULING e ITANO descreveram que a drepanocitose era devida à existência de uma hemoglobina anormal , a hemoglobina S, nasceu pela primeira vez a noção que a doença poderia ser devida à alteração da molecula
Abriu-se assim um novo dominio de estudo, a patologia molecular
A partir daí descreveram-se inúmeras hemoglobinas anormais.
Conforme a natureza da anormalidade podemos classificà-las em:
  • Alterações da estrutura primária
  • Diferente combinação das cadeias
  • Diferente repartição das variedades de hemoglobina



Hemoglobinas modificadas quimicamente


Metahemoglobina

É uma forma de hemoglobina em que o ferro se encontra sempre no estado trivalente e portanto não transporta oxigénio
Em situações normais é transformada de novo em hemoglobina pela acção da metahemoglobina-redutase
Como consequência duma mutação (hemoglobina M) ou devido à presença exagerada de oxidantes no sangue forma-se hemoglobina em excesso que não é convertida em hemoglobina – metahemoglobinemia


Sulfahemoglobina

A exposição a alguns medicamentos ou a sulfitos solúveis produz sulfahemoglobina
A sulfahemoglobina é verde

Consequências

Estas hemoglobinas contendo hemes modificados acarretam um transporte  muito menor do oxigenio



 Capitulo 14

PORFIRIAS

Definição

Deficiência de um dos enzimas da síntese das porfirinas.
Como levam a uma síntese diminuída do heme  deixa de haver a inibição alosterica da ALA-sintetase
Resulta a acumulação de precursores das porfirinas (ALA, PBG) e porfirinas
Quando há aumento de precursores, as manifestações são neurológicas
Quando as porfirinas se acumulam o principal sinal é a fotosensibilidade – as porfirinas absorvem luz e ficam excitadas, induzindo a formação de radicais livres.


Classificação das porfirias

Subtypes of porphyrias depend on what enzyme is deficient.
Location of enzyme
Associated porphyria
Type of porphyria
Inheritance
Symptoms
Mitochondrion
Erythropoietic

Cytosol
Hepatic
Abdominal pain, neuropathy[9]
Cytosol
Hepatic
Periodic abdominal pain, peripheral neuropathy, psychiatric disorders, tachycardia[9]
Cytosol
Erythropoeitic
Severe photosensitivity with erythema, swelling and blistering. Hemolytic anemia, splenomegaly[9]
Cytosol
Hepatic
Photosensitivity with vesicles and bullae[9]
Mitochondrion
Hepatic
Photosensitivity, neurologic symptoms, colic[9]
Mitochondrion
Mixed
Photosensitivity, neurologic symptoms, developmental delay
Mitochondrion
Erythropoietic
Photosensitivity with skin lesions. Gallstones, mild liver dysfunction[9]





cortesia de J.C. Deybach


Sintomas


Episódios agudos de distúrbios neurológicos

  • Porfiria intermitente aguda
  • Deficiência em ALA dehidratase


Fotosensibilidade

  • Porfiria eritropoietica congénita
  • Porfiria eritropoietica
  • Porfiria cutânea tarda
  • Porfiria hepatoeritropoietica

Episódios agudos e fotosensibilposição à luz

  • Coproporfiria hereditária
  • Porfiria variegata


 Na porfiria intermitente aguda a urina pode surgir púrpura após exposição à luz




 Lesões por fotosensibilidade na porfiria eritropoietica congénita



Porfiria cutanea tarda


Tratamento

Episodios agudos

  • Identificar e evitar factores desencadeantes
  • Manutenção do balanço hidroelectrolitico
  • Aporte glucidico adequado,  eventualmente infusão intravenosa de frutose
  • Fisioterapia
  • Tratamento sintomático da dor
  • Inibição da ALA sintetase por infusão de hematina


Fotosensibilidade

  • Identificação e remoção de factores precipitantes
  • Flebotomia para remover excesso de ferro
  • Evitar a luz solar directa
  • Filtros solares


Outros meios terapêuticos

  • Transplante de medula na porfiria eritropoietica congénita
  • Transferência de genes na porfiria eritropoietica congénita
  • Plasmaferese





Capitulo 15
IMUNOGLOBULINAS


Definição

As imunoglobulinas são anticorpos, ou  seja proteinas cuja função, é reconhecer especificamente as macromoleculas estranhas ao organismo ( antigenios)
São glicoproteinas
São sintetisadas pelos linfocitos B que se diferenciam em plasmocitos na presença dos antigenios
São veiculadas pelo sangue  e difundem-se para os espaços extracelulares
As IgA podem ser excretadas para os líquidos biológicos
Certas IgG podem atravessar  a placenta


Subunidades

Cadeias Leves ( L) contendo cerca de 200 aminoacidos
Cadeias pesadas ( H) contendo pelo menos o dobro dos aminoácidos das L
Estas cadeias provêm de genes estruturais susceptíveis de combinações e rearranjos


Regiões variáveis

Os primeiros 100 aminoacidos das subunidades H e L variam muito de anticorpo para anticorpo – são a região variável







Todas as imunoglobulinas têm a forma de  Y, estando a região ariável colocada nos ramos ´do Y
Estas regiões estão colocadas nas extremidades das cadeias H e L
O tratamento com uma protease cinde esta região produzindo o Fab ou Fragment antigen binding




É  esta região que reconhece o antigenio






cortesia de Richard Hunt


Na sua estrutura, distinguem-se três regiões hipervariaveis (HV) – HV1, 2 e 3 e regiões framework (FR)
As regiões HV contactam directamente uma fracção do antigenio


Regiões constantes (C)

É responsável pelas funções das imunoglobulinas – fixação do complemento, lise  bacteriana, acção antiviral, etc
Encontram-se duas cadeias L diferentes – kapa e lambda
As cadeias H mostram cinco tipos de regiões constantes – um, gama, alfa, delta e épsilon – caracterisando cada uma delas um tipo diferentes de imunoglobulinas


Tipos de imunoglobulinas

Há cinco tipos de imunoglobulinas conforme a natureza da região C, tendo cada uma acções diferentes



Name
Types
Description
Antibody Complexes
2
Found in mucosal areas, such as the gut, respiratory tract and urogenital tract, and prevents colonization by pathogens.[10] Also found in saliva, tears, and breast milk.
Some antibodies form complexes that bind to multiple antigen molecules.
1
Functions mainly as an antigen receptor on B cells that have not been exposed to antigens.[11] Its function is less defined than other isotypes.
1
Binds to allergens and triggers histamine release from mast cells and basophils, and is involved in allergy. Also protects against parasitic worms.[6]
4
In its four forms, provides the majority of antibody-based immunity against invading pathogens.[6] The only antibody capable of crossing the placenta to give passive immunity to fetus.
1
Expressed on the surface of B cells and in a secreted form with very high avidity. Eliminates pathogens in the early stages of B cell mediated (humoral) immunity before there is sufficient IgG.[6][11]



Capitulo 16

Composição das nucleoproteinas

Revisões de conjunto


Estrutura

São proteínas cujos grupos prostéticos são os ácidos nucleicos

                                 Nucleoproteído
           


    Proteína simples                                          Ácido nucleico


                                                                       Mononucleótidos


        Nucleósido                                  Ácido Fosfórico


                       Bases Púricas                        Pentose
                               ou
                          Pirimídicas



Constituintes


Pentoses


O ácido ribonucleico (RNA) contém ribose e o desoxiribonucleico (DNA) desoxiribose.


Bases


Revisões de conjunto






Bases pirimídicas


São derivados da pirimidina







Bases  pirimidicas


Base

C2

C4

C5
Ácido nucleico
em que se
encontra
Uracilo
Timina
Citosina
OH
OH
OH
OH
OH
  NH2
¾
 CH3
¾
   RNA
   DNA
   RNA e DNA





Bases puricas

Derivam da purina






Bases puricas

Bases
C2
C6
Adenina
Guanina
¾
NH2
NH2
OH



Bases minor


Para lá das bases principais, encontram-se em quantidades menor outras bases denominadas bases minor .
·         Notemos que este termo refere-se apenas à frequência, pois que estas bases têm grande importância fisiológica.



Bases minor

Base
Distribuição
5-metilcitosina
N6-metiladenina
N6,N6-dimetiladenina 
N6,N7 dimetilguanina
5-hidroximetilcitosina
DNA bacteriano e humano
RNA de mamíferos
RNA de mamíferos
mRNA
DNA do bacteriófago





Ácido fosfórico


É quase sempre o ácido orto-fosfórico.


Nucleosidos e nucleotidos

 

Revisão de conjunto







 

Nucleósidos


São compostos por  uma base purica ou pirimidica ligada a uma pentose (ribose ou desoxiribose).
A ligação faz-se entre o N9 das purinas  ou do  N1 das pirimidinas.
Os nucleótidos da piridina terminam em dina e os da purina em osina




cortesia de James Hardy



Nucleosidos


Base
Pentose
Guanosina
Desoxiguanosina
Citidina
Desoxicitidina
Uridina
Timidina
G
G
C
C
U
T
R
dR
R
dR
R
DR
G – guanidina
C – citosina
U – uracilo
T – timina
R – ribose
dR – desoxirbose



Nucleótidos

São nucleósidos fosforilados



cortesia de James Hardy


Designam-se no caso dos ribonucleotidos acrescentando  a palavra monofosfato ou, abreviadamente, a inicial da base seguida de MP
¨      Ex. : Adenosina Monofosfato ou AMP

Nucleotidos
Base
Nucleosido
Nucleotido
Adenina
Guanina
Citidina
Uracilo
Adenosina
Guanosina
Citosina
Uridina
Adenosinamonofosfato (AMP)
Guanosinamonofosfato (GMP)
Citosinamonofosfato (CMP)
Uridinamonofosfato (UMP)


Nos desoxiribonucleotidos precede-se de desoxi ou de d
¨      Ex.:Desoxiadenosina monofosfato ou d-AMP

Desoxiribonucleotidos

Base
Nucleósido
Nucleótidos
Adenina 
Guanina
Citidina
Timina
Desoxiadenosina
Desoxiguanosina
Desoxicitosina
Timidina
Desoxiadenosima monofoosfato (dAMP)
Desoxiguanosinamonofosfato (dGMP)
Desoxicitosinamonofosfato (dCMP))
Timidinamonofosfato (TMP)


O uracilo só se encontra nos ribonucleotidos e a timina nos desoxi.
No organismo existem nucleótidos que não fazem parte dos ácidos nucleicos.


Nucleotidos que não fazem parte de acidos nucleicos
.
Nucleotidos cíclicos

Existem nucleotidos  cíclicos, nomeadamente os AMP e GMP cíclicos


Nucleosidos di e tri-fosfato

Existem também nucleosidos di e trifosfatados


Nucleosidos di e trifosfatados

RIBONUCLEOSIDOS
DESOXIRIBONUCLEOSIDOS
Difosfato
Trifosfato
Difosfato
Trifosfato
ADP
GDP
CDP
UDP
ATP
GTP
CTP
UTP
dADP
dGDP
dCDP
dCDP
dATP
dGTP
dCTP
dU
Designam-se acrescendo aos nucleósidos as palavras di ou trifosfato ou às iniciais das bases DP ou TP.
Estes nucleosidos fosfatados podem desempenhar as seguintes funções:
    1. .Armazenamento de energia (ATP)
    2. Transporte de moléculas necessárias para sínteses (UDP-glicose, CDP-colina, etc.)

Outros compostos contendo nucleótidos.


Os nucleótidos podem fazer parte de compostos de interesse biológico, como os nicotinaminanucleotido di e trifosfato (NAD e NADP), flavinamonucleótido (FMN) e coenzima A




Capitulo 17
Ácidos nucleicos


Revisões de conjunto













Nomenclatura




Estrutura primária







Os nucleotidos ligam-se entre si através do ácido fosfórico por uma ligação diester




.
É costume adoptar uma representação diagramática




Ácido desoxiribonucleico (DNA)

O DNA tem duas cadeias polinucleotidicas enroladas uma sobre a outra.
Os dois polinucleotidos correm em direcções antiparalelas
Para  explicar a largura constante da hélice, WATSON e CRICK propuseram que a purina de uma cadeia se emparelharia sempre com a pirimidina doutra pois que  as interacções pirimiidina-pirimidina (muito estreitas) ou purina-purina (muito largas ) não eram realizáveis.
As duas cadeias são mantidas unidas por ligações ponte de hidrogénio.
 Como  as relações adenina/timina e guanina citosina são iguais a 1, os mesmos autores propuseram que a adenina se ligaria sempre à  timina e   a guanina à citosina (ou metilcitosina) – são os pares complementares .
As duas cadeias são mantidas unidas por ligações ponte de hidrogénio.
 Como  as relações adenina/timina e guanina citosina são iguais a 1, os mesmos autores propuseram que a adenina se ligaria sempre à  timina e   a guanina à citosina (ou metilcitosina) – são os pares complementares . sempre à  timina e   a guanina à citosina (ou metilcitosina) – são os pares complementares .














Entre a timina e adenina há duas pontes de hidrogénio e entre a guanina e a citosina três


CARACTERIZAÇÃO DO DNA

Cada pessoa tem um DNA diferente. Calculou-se que a possibilidade de duas pessoas terem um DNA igual seria de 1 para 10 biliões ou seja cerca de duas vezes a população mundial.
Como a quantidade de DNA se pode fazer com quantidades mínimas, esta pesquisa é utilizada frequentemente em provas de paternidade. Recentemente foi utilizada na identificação de vítimas do maremoto do Sueste Asiatico.

Ácido ribonucleico


Diferenças com o DNA

Tem uma só cadeia
As purinas são as mesmas mas nas pirimidinas tem o uracilo em vez da timina

Tipos de  RNA

  • Mensageiro
  • Ribossomico
  • De transporte


RNA mensageiro(mRNA)

É sintetizado no núcleo a partir do DNA (transcrição) sendo portanto as suas bases complementares deste.
Depois de sintetizado passa  para o citoplasma e fixa-se nos ribosomas onde codifica a síntese das proteínas.
Esta codificação é feita porque cada sequência de três bases da sua estrutura (codão) é responsável pela  colocação de um aminoácido.

RNA ribosómico (rRNA)

Representa 65% do peso do ribosoma e 80% do RNA celular

 RNA de transporte(tRNA)

Transporta os aminoácidos para os ribosomas.
Coloca os aminoácidos no sítio exacto porque tem uma sequência complementar do respectivo codão   (anticodão).













 














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