Estados da materia
Solidos
Liquidos
Gases
Altitude
Temperatura
Vaporiczação
Mergulho
Difusão dos gases
Trocas gasosas nos piulmões
Tensão superficial
Importancia biologica da tensão suyperfiicial
Viscosidade
Adsorção
Solubilidade
Soluçõesa
Unidades internacionais
Propriedades coligativas
Osmose
Dissociação electrolitica
Concentração hidrpgenionica
Regulação do pH
Coloides
CAPITULO 1
ESTADOS DA MATERIA
Sólidos, liquidos e gases
Os sólidos têm forma e volume definidos. Embora a forma possa mudar, o
volume fica sempre o mesmo. Por exemplo, quando uma barra de ferro é prensada e
transformada numa lâmina fina, a sua forma muda, mas o volume continua o mesmo.
Os líquidos têm um volume
definido, mas não têm forma própria – tomam a do recipiente que os contém
Os gases não têm forma nem volume definidos – tendem a ocupar o volume
máximo que lhes é oferecido.
Os sólidos e líquidos têm uma compressibilidade fraca, ao contrário dos
gases
Teoria cinética
Solidos
Liquidos
Mudanças
de estado
Passagem gás –liquido
Caracteristicas
Sólidos amorfos
A Summary
of Properties of Types of Solids
Pressão dos gases
Lei de Boyle
Máquina a vapor
Lei
de Dalton
Pp pressão parcial
A pressão parcial designa-se
por um P seguido em índice do gás a que se refere.
Lei de Henry
Pressões parciais dos gases
atmosféricos ao nível do mar
Pressão parcial dos gases a 760mm
Pressões parciais nas grandes
altitudes
Lei de Avogadro
Temperature conversions
between the three temperature scales:
kelvin / degree Celsius conversions (exact):
degree Fahrenheit / degree Celsius conversions (exact):
Common temperature comparisons:
VAPORZAÇÃO
Factores influenciando a tensão superficial
Temperatura
Substancias dissolvidas
Teorema de Gibbs
Consequencias da tensão superficial
Capilaridade
Imbibição capilar
VISCOSIDADE
Estrutura química
Temperatura
Substâncias em suspensão
Adsorção de gases em sólidos
Isoterma de Langmuir
Adsorção apolar
Adsorção polar
Temperatura
Natureza química do adsorvente
Superfície
SOLUBILIDADE
Relações com
estrutura química
Se agitarmos uma substancia
em dois solventes não miscíveis ela distribuir-se-á nos dois solventes, encontrando-se em mais
quantidade no solvente em que for mais solúvel.
Extracção
Difusão
Compostos covalentes não polares
Compostos covalentes polares
Solventes apolares
Solventes polares
H2O +
HCl ¾® H3O+ + Cl-
Expressão em percentagem
Peso de soluto por volume de solução ( p/v)
Concentração molar
Concentração molal
Unidades coerentes
Aumento
da temperatura de ebulição
Lei
de Raoult
Concentração de uma substância de peso molecular conhecido
Determinação do peso molecular
Explicação
da osmose
Como
podemos escrever
Esta equação é
semelhante à de Gay-Lussac.
PV =
nRT
Como R é igual a 0,082,
podemos escrever
Pressão
oncótica
Movimento
de líquidos entre capilares e espaço intersticial
EDEMA
Moléculas e propriedades
coligativas
Factor de Van’t Hoff
Neste caso concreto o factor será 1,7/0,93 = 1,8
Condutores de 1ª e 2ª espécie
Aniões e catiões
Ácidos
Bases
Sais
HCl ¾® H+ + Cl-
H2SO4 ¾® 2 H+ + SO4
Como na neutralidade H+ = OH-
Consideremos o exemplo do tampão
acido acético - acetato de sódio
(2) CH3COONa
+ HCl ¾® CH3COOH + NaCl
NaOH + CH3COOH ¾® CH3COONa + H2O
HA D H+ + A-
O pH óptimo e os pH de
paragem são específicos para cada ser
vivo
pH DOS LÍQUIDOS BIOLÓGICOS
Ácido carbónico-
bicarbonato de sódio
CO3H2
+ NaOH ¾¾® CO3HNa + H2O
CO3HNa + HCl ¾¾® CO3H2
+ CO3HNa
Fosfato
monosódico- fosfato disódico
Sistema
proteinatos – proteínas
Hemoglobina
Hb +
O ¾¾® Hb-O
A oxihemoglobina é mais ácida que
a hemoglobina.
Hb-O ¾¾¾® Hb
Mecanismos
respiratórios
Mecanismos
renais
Excreção de bicarbonato
Reabsorção de bicarbonato
Produção de bicarbonatos
ACIDOSE E ALCALOSE
Combinações
entre os vários estados da matéria
Sols e gels
Gelificação
Suspensoides
Emulsoides
Floculação
Coloides
protectores
Movimentos
brownianos
Diálise
Difusão
Filtração
Sedimentação
Electroforese
Um coloide submetido a um campo eléctrico, manifesta as características eléctricas das partículas.
Como têm todas a mesma carga eléctrica,
migram todas para o mesmo polo
Adsorção
Viscosidade
Imbibição
Videos
Some Characteristics
of Gases, Liquids and Solids and the Microscopic Explanation for the Behavior
|
||
gas
|
liquid
|
solid
|
assumes the shape and volume of
its container
particles can move past one another |
assumes the shape of the part of
the container which it occupies
particles can move/slide past one another |
retains a fixed volume and shape
rigid - particles locked into place |
compressible
lots of free space between particles |
not easily compressible
little free space between particles |
not easily compressible
little free space between particles |
flows easily
particles can move past one another |
flows easily
particles can move/slide past one another |
does not flow easily
rigid - particles cannot move/slide past one another |
Propriedades da matéria
Teoria cinética
A existência destes
estados da matéria explica-se pela natureza das forças que unem átomos e
moléculas.
As diferentes
propriedades dos sólidos, líquidos e gases são explicadas pela teoria cinética.
Segundo esta teoria, as moléculas estão sujeitas a duas forças opostas:
as forças de coesão e as forças de dispersão.
Nos gases as
forças de coesão são nulas, nos sólidos
são intensas e nos líquidos são intermédias.
A estrutura geral dos líquidos é igual à dos sólidos mas como as
ligações são mais fracas, a estrutura não é tão estável nem tão ordenada.
Os sólidos têm
uma estrutura cristalina mantida estável por ligações iónicas
Solidos
Gases
Mudanças
de estado
Uma substância pode mudar de estado desde que se alterem as forças de
coesão ou de dispersão
A mudança de
um estado da matéria para outro
denomina-se transição de fase
Passagem gás –liquido
A passagem gás-líquido faz-se quer aumentando
a pressão que ao pôr as moléculas mais próximas aumenta as forças de
coesão, quer diminuindo a temperatura
que ao diminuir a velocidade das moléculas diminui as forças de dispersão
Passagem para energia cinetica maior
A mudança de
um estado para outro em que a energia
cinética seja maior (sólido-líquido-gás)
necessita do fornecimento de energia, como o calor, ao sistema .
1
|
Passagem para energia cinetica menor
Pelo contrário
a passagem para estados de energia cinética menor (gás- líquido- sólido)
liberta energia
CAPITULO 2
SOLIDOS
Caracteristicas
Não compressiveis
Geralmente têm unidades de repetição
Classificação
Amorfos
Cristalinos
Não têm um ponto de fusão definido
Não têm unidades de repetição
Sólidos cristalinos
Dividem-se em:
¨
Ionicos
¨
Covalentes
¨
Moleculares
¨
Metalicos
Sólidos ionicos
São constituídos por unidades repetidas de iões
Sólidos moleculares
São constituídos por unidades repetidas de moléculas
Sólidos covalentes
Unidades de repetição de átomos unidos por ligações
covalentes
Sólidos metálicos
As unidades de repetição são átomos metalicos
Type of Solid
|
Melting Point
|
Hardness
|
Conductivity
|
Molecular
|
Low
|
Soft to Brittle
|
Nonconducting
|
Metallic
|
Varies
|
Variable Hardness Malleable
|
Conducting
|
Ionic
|
High to Very High
|
Hard and Brittle
|
Nonconducting Solid Conducting Liquid
|
Covalent Network
|
Very High
|
Very Hard
|
Usually Nonconducting
|
CAPITULO 3
GASES
Teoria cinetica
Os gases são constituidos por pequenas moleculas separadas
por grandes distancias, pelo que não há forças de coesão.
Estas moleculas movem-se a grandes velocidades –a molecula
de oxigenio move-se a cerca de 1,8 km/seg
As moléculas
dos gases viajam em linha recta e a grande velocidade até encontrarem outras
moléculas ou a parede do recipiente. Sempre que isto acontece, as moléculas
mudam de direcção, resultando no conjunto um movimento confuso de moléculas em
todas as direcções.
As moléculas quando chocam entre si ou com as paredes do recipiente, não
perdem velocidade – são elásticas. Ao chocarem com as paredes do recipiente as
moléculas exercem um impulso mecânico e portanto fazem pressão.
Video
Pressão dos gases
Definição
As moléculas dos gases chocam frequentemente
com a parede do recipiente, desviando-se sem perda de energia cinética e
exercendo uma força sobre a parede. Esta força dividida sobre a superfície
total em que actua é a pressão do gás.
Esta pressão observa-se medindo a
pressão que deve ser aplicada externamente para evitar que o gás se
expanda
Unidades de pressão
A pressão é definida como uma força por unidade de área
Pressão= Força/Área
Definição de pressão
A unidade de pressão no sistema
SI é o pascal - força de um newton por metro quadrado.
Em física e química, as unidades
mais usadas são as atmosferas, em
que 1 atm equivale a 101325 Pa
Ainda se utilizam outras unidades
de pressão
Unidades
de pressão
Units of Pressure
|
|
1 pascal (Pa)
|
1 N*m-2 = 1 kg*m-1*s-2
|
1 atmosphere (atm)
|
1.01325*105 Pa
|
1 atmosphere (atm)
|
760 torr
|
1 bar
|
105 Pa
|
Medida da pressão
O barómetro é um tubo vertical fechado numa extremidade e
aberto noutra. A extremidade aberta é colocada verticalmente
num recipiente com mercúrio. A pressão atmosférica forçará o
mercúrio a subir no tubo até que o peso do mercúrio balance a pressão atmosférica
Ao nível do mar a pressão é de 760 mm
Animação
Lei de Boyle
A pressão dos gases
deve-se ao choque das moléculas com o recipiente que os contém.
Para um mesmo número de
moléculas quanto maior for o recipiente menos choques haverá e portanto a
pressão será menor
Animação
Motores de combustão
Nos motores de combustão o
movimento deve-se ao aumento de pressão
causado pela diminuição do volume causado pela compressão efectuada pelo
pistão
Máquina a vapor
Na
máquina a vapor o movimento desencadeia-se pelo aumento de pressão num
recipiente em que o liquido passa a gás por aquecimento
Lei
de Dalton
Esta lei diz que a pressão exercida por uma mistura de gases é
o somatório das suas pressões parciais:
(2) Pt
= P1 + P2 + P3 + ... Pt – pressão total
P1, P2, P3 ... pressões parciais
Denomina-se pressão parcial à
pressão que exerceria cada gás se este ocupasse o espaço total. Calcula-se
multiplicando a pressão total pela sua fracção molal:
(3) Pp
= XP
X - fracção molal
P- pressão total
Pp pressão parcial
A pressão parcial designa-se
por um P seguido em índice do gás a que se refere.
Lei de Henry
O numero de
moleculas dissolvidas de um gás é proporcional à sua pressão ou, no caso de uma
mistura de gases, à sua pressão parcial
Aumentando a
pressão aumenta a solubilidade
Pressões parciais dos gases
atmosféricos ao nível do mar
O ar atmosférico e uma mistura de azoto, oxigénio, anidrido carbónico e vapor de água
Gases do ar atmosférico
Gás
|
Percentagem
|
Azoto
Oxigénio
Anidrido
carbónico
Vapor de
água
|
74,09
19,67
0,04
6,20
|
Aplicando a lei de Dalton, se a pressão total é o somatório das pressões totais, a pressão parcial de cada
gás calcula-se multiplicando a percentagem em que se encontra na mistura pele
pressão total (neste caso 760)
Pressão parcial dos gases a 760mm
Gás
|
Pressão parcial
|
Azoto
Oxigénio
Anidrido
carbónico
Vapor de
água
|
563,4
149,3
0,3
47
|
Pressões parciais nas grandes
altitudes
Nas grandes
altitudes a pressão atmosférica desce, atingindo a 5400m um valor
correspondendo a metade da pressão ao nível do mar (380mm Hg). As pressões parciais serão
menores e os gases dissolvem-se menos .
A 9200m a pressão de vapor de água dentro dos alvéolos (47mm) igualaria a
pressão atmosférica, pelo que a água dos alvéolos entraria em ebulição.
Pressões
parciais a varias altitude
0 metros
6100 metros 15250 metros
Pressão atm. 760 349 47
pN2 569 238 15
pO2 104
40 1
pCO2 40 24 24
pH2O 47 47 47
Câmara hiperbárica
As câmaras hiperbáricas são uma aplicação da lei de
Henry. Permitem a administração de oxigénio a uma pressão superior à
atmosférica. Por exemplo, na intoxicação pelo óxido de carbono, a administração
de oxigénio sob pressão permite fazer sair o óxido de carbono e substituí-lo pelo oxigénio.
Lei de Gay-Lussac ou de Charles
A pressão
constante o volume é proporcional à temperatura absoluta, o que significa que o
volume aumenta de 1/173 quando a temperatura sobe 1º K e baixa o mesmo valor
com a descida de 1º K
O mesmo se
passa com a pressão – a volumes constantes, a pressão é proporcional à
temperatura absoluta.
Como
consequencia desta lei, à temperatura absoluta, um gás não ocupa volume nem
exerce pressão
Lei de Avogadro
Esta lei diz que a pressão e temperatura semelhantes, volumes iguais de gases
correspondem sempre ao mesmo número de
moléculas.
À temperatura de OºC e à
pressão de 1 atmosfera , uma molécula de qualquer gás ocupa um volume de 22,4
l.
cortesia de thinkquest
Equação dos
gases perfeitos
As leis de Boyle e de Gay-Lussac podem-se condensar na equação
PV =
KT (K–constante
que depende da massa e da constituição
química do gás)
Esta equação denomina-se equação dos gases perfeitos porque só
se verificaria rigorosamente num gás ideal, verificando-se apenas de um modo
aproximado nos gases existentes. A equação aproxima-se tanto mais da realidade
quanto menor for a pressão ou maior a temperatura.
Como pela lei de Avogaro à
mesma temperatura e pressão um volume igual corresponde ao mesmo número de
moléculas, podemos considerar PV/T constante:
PV
|
=
|
R ou PV = RT
|
(V – volume de uma molécula
de gás)
|
|
T
|
Se houver n moléculas:
PV
= nRT
R é denominada constante
molal dos gases e tem o mesmo valor para todos os gases. Como calcular o
valor de R?
Esta equação
(9) pode ser reformulada:
(10)
|
R =
|
PV
|
nT
|
Para P = 1
(1 atmosfera) e n =
1 (1 molécula), segundo a lei
de Avogadro a
Oº (T = 273) uma molécula ocupa o
volume de 22,4 litros. Substituindo estes valores em (10):
(10)
|
R =
|
1 x
22 ,4
|
=
|
0,082
|
P = 1
n = 1
T = 273
V=22,4
|
1 x
273
|
CAPITULO 4
ALTITUDE
Definição
Define-se alta
altitude como uma altitude superior a 1500m
Consideram-se três níveis de altitude
Níveis de altitude ( em metros)
Alta 1500-2500
Muito alta 2500-5500
Extrema >5500
Nas altas atitudes a adaptação é suficiente
Nas altitudes muito altas é necessária aclimatação
Nas altitudes extremas a aclimatação é impossível
Consequências das
altitudes altas
Oxigénio
A pressão parcial de oxigénio e a pressão atmosférica
diminuem com a altitude
Pressão atmosférica e PO2
Altitude Pressão
atmosferica PO2
______________________mmHg___________________________________________
760
90-95
2800m (9200ft) 543 60
6100m (20140ft) 356 35
15250
47
1
Temperatura
A temperatura desce 6,5º cada 1000m
Temperaturas
Altitude(m) Temperatura
0
15
2000
8,5
4000
-11
6000 -24
8000
-37
10000 -50
Luz ultravioleta
A penetração da luz ultravioleta aumenta 4 por cento
cada\300m aumento o perigo de cegueira \e queimaduras
O reflexo da luz na neve e gelo pode aumentar muito a
temperatura em espaços fechados como tendas
Desidratação
É causada por perdas insensíveis e
esforço
Adaptação crónica
Poliglobulia – Os
andinos transportam mais oxigénio no sangue aumentando o numero de glóbulos
vermelhos poliglobulia
Acido 2,3
bisfosfoglicerico – Este acido, formado por um desvio da glicolise, o ciclo
de Rapoport- Luebring, faz a oxihemoglobina libertar oxidenio com mais
facilidade
NO – Nos
tibetanos o pulmão segrega grandes quantidades de NO que ao dilatar os vasos
permite oferecer aos tecidos mais sangue por unidade de tempo
CAPITULO 5
Temperatura
Termometria
Se dois corpos estão a temperaturas diferentes, o calor fluirá do mais
quente para o mais frio até as temperaturas ficarem as mesmas.
É o principio da termometria – a temperatura é medida indirectamente
colocando um instrumento calibrado em contacto com o objecto a medir.
Escalas de temperatura
O termómetro utiliza uma quantidade facilmente mensurável como o comprimento
duma coluna de mercúrio que varia com a temperatura
A escala de temperatura é totalmente arbitraria, tornando-se necessário
definir unidades.
A escala Celsus define o 0 como a
temperatura de congelação da água e 100 como a de ebulição, à pressão de 1atm,
dividindo o espaço de 0 a 100 em 100 unidades, os graus centigrados.
Na escala Fahrenheit o 0 é a
temperatura mais fria que se podia obter na altura( mistura de gelo com sal). O
l00 representa a temperatura do corpo (mais exactamente 96,8). Nesta escala a
agua gela a 32 e ferve a 212
Consultar
Temperatura
absoluta
Em l787 CARLES descreveu que o volume de um gás perfeito diminuía de
1/273 por grau a partir de 0, podendo-se prever que a 273 o volume seria 0.
Dà-se a -273 a designação de zero absoluto e à escala em que -273 é 0, escala
Kelvin.
Há formulas de conversão destas escalas
From
|
to
Fahrenheit
|
to
Celsius
|
to
Kelvin
|
ºF
|
F
|
(ºF
– 32)/1.8
|
(ºF-32)*5/9+273.15
|
ºC
|
(ºC
* 1.8) + 32
|
C
|
ºC
+ 273.15
|
K
|
(K-273.15)*9/5+32
|
K
– 273.15
|
K
|
Temperature conversions
between the three temperature scales:
kelvin / degree Celsius conversions (exact):
- kelvin = degree Celsius +
273.15
- degree Celsius = kelvin -
273.15
degree Fahrenheit / degree Celsius conversions (exact):
- degree F = degree C x 1.8 + 32.
- degree C = (degree F -
32.) / 1.8
cortesia de Don Hilger
Conversão entre Fahrenheit e Celsus
Temperature
|
|
oC
|
oF
|
-20
|
-4
|
-15
|
5
|
-10
|
14
|
-5
|
23
|
0
|
32
|
5
|
41
|
10
|
50
|
15
|
59
|
20
|
68
|
25
|
77
|
30
|
86
|
35
|
95
|
40
|
104
|
45
|
113
|
50
|
122
|
Common temperature comparisons:
temperature
|
Degree Celsius
|
degree Fahrenheit
|
symbol
|
°C
|
°F
|
boiling point of water
|
100.
|
212.
|
average human body temperature
|
37.
|
98.6
|
average room temperature
|
20. to 25.
|
68. to 77.
|
melting point of ice
|
0.
|
32.
|
cortesia de Don Hilger
CAPITULO 6
VAPORZAÇÃO
É a passagem de um líquido
ao estado gasoso.
Necessita de energia,
quase sempre fornecida como calor. P.ex. 1
mol de água necessita de 10 quilocalorias para se vaporizar.
Explicação
Consideremos um líquido
colocado num recipiente . As moléculas situadas no interior são atraídas em todas as direcções pelas
moléculas circundantes ao contrário das superficiais que não têm moléculas
acima.
Deste modo as forças de
coesão são menores nas moléculas superficiais escapando algumas a estas forças.
As que escapam vão para a atmosfera (vaporização)
podendo algumas ser recapturadas.
Quando o número de
moléculas que escapam é igual ao das
recapturadas diz-se que o ambiente está saturado.
Pressão de
vapor
A pressão de vapor é a tendência de um líquido em se vaporizar.
Define-se como a pressão que exercem as moléculas vaporizadas no vácuo e em
equilíbrio com o líquido, a uma determinada temperatura.
Por exemplo, se colocarmos água
num frasco à temperatura de 20º no vácuo, medir-se-á uma pressão de 17,5mm. Hg, valor
que corresponde à pressão de vaporização. A pressão de vapor aumenta com a
temperatura.
A temperatura de ebulição
diminui com a pressão atmosferica
Evaporação
e ebulição
Evaporação é a
vaporização das moléculas colocadas à superfície.
A ebulição é a vaporização de toda a massa do líquido por
formação de bolhas de vapor no seu interior, por aumento de temperatura ou
diminuição de pressão.
Para haver ebulição, a
pressão de vapor tem de ser superior à
pressão externa. No caso da água a temperatura de ebulição é de l00º para uma
pressão de 760mm. Hg.
Animações
APLICAÇÕES
BIOLÓGICAS
A água absorve uma grande quantidade de calor
corporal evaporando-se à superfície da pele, contribuindo assim para arrefecer
o organismo. Cada grama de água que se evapora na pele consome 0,6 cal
Existe sempre no organismo a evaporação continua de água proveniente dos
pulmões, mucosa bucal e pele. É a perda
insensível de água correspondendo a
um desperdício insensível de calor por evaporação.
Quando a temperatura corporal aumenta esta evaporação
torna-se um processo activo e sensível pela transpiração. A actividade física
intensa pode acarretar um aumento de temperatura de 2 a 3º. Este aumento de
temperatura é compensado pela transpiração que produz 1 a 2 litros de suor por
dia, consumindo 600 a 1200 cal.
DESTILAÇÃO
Cada líquido tem uma temperatura de ebulição ou ponto de ebulição constante e característico.
Esta propriedade permite a purificação do líquido ou de substâncias nele
dissolvidas por destilação.
O líquido é aquecido num recipiente. O vapor formado pela ebulição do
líquido entra num condensador onde é arrefecido, originando novamente um
líquido que é colhido noutro recipiente
Se a destilação se fizer no vácuo, a temperatura
necessária será menor (destilação no
vácuo).
A destilação é utilizada não só para purificar
líquidos, como na preparação de água destilada, mas também para concentrar
substâncias dissolvidas. De facto, no balão ficam, devido à evaporação, uma solução muito concentrada ou no caso da
evaporação total do solvente, apenas as substâncias dissolvidas .
CAPITULO 7
MERGULHO A GRANDES PROFUNDIDADES
Pressão
Nas grandes
profundidades, como consequência da pressão exercida pela massa de água, a
pressão aumenta. Considera-se que por cada 10 metros de profundidade, a pressão
aumenta de 1 atmosfera (760mm). Assim, a 30 metros, a pressão será de 4
atmosferas (3040mm). Isto implica, segundo a lei de Henry, que os gases se
dissolvam quatro vezes mais
Azoto.
·
À
pressão atmosférica, embora o azoto seja o gás mais abundante e portanto com
maior pressão parcial, devido à sua pouca solubilidade não se encontra em
grandes quantidades no sangue. Todavia, a uma pressão quadrupla da habitual, a
sua quantidade aumenta grandemente. Uma consequência do mergulho prolongado é a
narcose pelo azoto, devida à sua acção sobre o cérebro.
Embolia gasosa
A embolia
gasosa é o acidente mais grave da subida à superfície.Com o aumento de pressão
devido à profundidade ,os gases, nomeadamente o azoto, estarão dissolvidos
em maior quantidade e libertar-se-ão
para o sangue como bolhas gasosas, originando embolias.
Toxicidade do oxigénio
A exposição
prolongada ao oxigénio durante a recuperação pode ser tóxica. A exposição
prolongada ao oxigénio durante mais de 8
horas pode ser tóxica para os pulmões e sistema nervoso
Nos pulmões
observa-se dor subesternal, tosse e paradoxalmente uma menor distribuição de
oxigenio aos tecidos
O grande
perigo é a acção no SNC, observando-se náuseas, fadiga, ansiedade, confusão,
falta de coordenação, convulsões
Nas câmaras
hiperbáricas o oxigénio é administrado a uma pressão parcial máxima de 2,8 Bata com “quebras de ar” regulares.
Para
tratamentos de mergulhos a grandes profundidades o hélio é usado como diluente.
Barotrauma
È a lesão dos
tecidos causada por aumento de pressão ou por diferenças de pressão. No
mergulho pode provocar lesões em cavidades:
·
Ruptura
do tímpano
·
Lesão
dos seios nasais
·
Explosão
dos dentes
·
Ruptura
do tecido pulmonar
Para mais detalhes sobre mergulho ler
CAPITULO 8
DIFUSÃO DE GASES
A difusão é o estabelecimento de um equilíbrio de
concentrações pelo fluxo dos gases na direcção do mais concentrado para o menos
concentrado.
Efusão
É a difusão de gases através de uma membrana
Factores condicionando a difusão
Gradiente
de concentrações
Condiciona a existência da própria difusão:
Se não houver diferenças de concentração não há
difusão.
Densidade
dos gases
Condiciona a velocidade da difusão: - quanto maior for a densidade do
gás, menor será a velocidade de difusão.
Solubilidade e temperatura
O volume de um gás
dissolvido num líquido depende não só da sua pressão parcial, como definida
pela lei de Henry, mas também da solubilidade e da temperatura.
Os diferentes gases têm
solubilidades muito diferentes na água, portanto no plasma.
Dos gases do sangue o
anidrido carbónico é o mais solúvel, o oxigénio é 20 vezes menos e o azoto praticamente
insolúvel. Como consequência à pressão
total de 1 atmosfera dissolver-se-á muito mais anidrido carbónico que oxigénio e pouquíssimo azoto. Como vimos, a
pressão parciais mais elevadas a dissolução do azoto pode ser considerável.
A temperatura
é outro factor a considerar. O
aumento de temperatura aumenta a solubilidade dos gases e a diminuição baixa.
Absorção
É a fixação de um gás num líquido ou
num sólido em toda a sua massa por uma
reacção química.
Nos gases do sangue é o
caso do oxigénio que se liga à hemoglobina formando oxihemoglobina e do anidrido carbónico que se combina com a
hemoglobina para formar
carboxihemoglobina e com a água para formar ácido carbónico.
No sangue 3% do
oxigénio encontra-se dissolvido e 97%
como oxihemoglobina. No caso do anidrido carbónico 10% encontra-se dissolvido,
80% como ácido carbónico (45% no plasma e 35% nos glóbulos) e 10% como
carboxihemoglobina.
CAPITULO 9
TROCAS GASOSAS NOS PULMÕES
As trocas gasosas
realizam-se nos alvéolos pulmonares.
Estes estão rodeados pelos
capilares da circulação pulmonar.
A sua ansa aferente contém
sangue pobre em oxigénio e rico em anidrido carbónico transportados pelas
artérias pulmonares, provenientes do ventrículo direito
Trocas gasosas
Durante a sua passagem pelos capilares pulmonares, o sangue
carregar-se-á de oxigénio num muito curto período de tempo. Ao mesmo tempo, o
anidrido carbónico difunde-se no sentido inverso sendo eliminado pela
expiração. A estas trocas de anidrido carbónico e oxigénio, chama-se trocas
gasosas.
Após as trocas, a ansa
eferente dos capilares conterá um sangue rico em oxigénio e pobre em anidrido
carbónico que será transportado para a aurícula esquerda pelas veias pulmonares
e seguidamente pela aorta para
distribuir oxigénio aos órgãos e tecidos. .
Composição do gás alveolar
A composição
do ar atmosférico é muito diferente da do gás alveolar
Pressões parciais no gás alveolar
Gás
|
Ar atmosférico
|
Ar alveolar
|
Azoto
Oxigénio
Anidrido
carbónico
Vapor de
água
|
563,4
149,3
0,3
47,0
|
569,0
104,0
40,0
47,0
|
Estes valores explicam o
sentido das trocas gasosas
Animações
Estas pressões parciais
são fortemente influenciadas pela frequência e amplitude da respiração. Uma forte ventilação alveolar conduz muito oxigénio aos alvéolos,
aumentando a pressão parcial de oxigénio e eliminando rapidamente o anidrido
carbónico.
Trocas gasosas nos pulmões
Dá-se o nome de respiração externa às trocas gasosas
entre os alvéolos e o sangue. Estas trocas são influenciadas pelos seguintes
factores:
¨
Pressão parcial
¨
Oxigenação do sangue
¨
Espessura da membrana alveolo-capilar
Pressão parcial e solubilidade
A diferença das
pressões parciais do oxigénio entre o ar
alveolar (104 mm) e o sangue venoso(40 mm) cria um gradiente de 64mm que obriga
ao fluxo na direcção alveolo-sangue. O equilíbrio das pressões é muito rápido,
fazendo-se em cerca de 0,25 seg.
O anidrido carbónico segue
um trajecto inverso com um gradiente de concentração de 5 (40 contra 45), sendo
em seguida expulso pela expiração.
ESPESSURA DA MEMBRANA ALVEOLO-CAPILAR
Em pulmões normais, a membrana que separa os
alvéolos dos capilares (membrana
alveolo-capilar) tem uma espessura muito reduzida – 0,5 a 1 mm – permitindo uma difusão muito eficaz.
No caso de uma
pneumonia ou de um edema pulmonar, a espessura aumentará, afectando
grandemente a eficácia da difusão .
Quanto maior for área da membrana capilar, maiores
serão as trocas gasosas. Embora cada alvéolo tenha um diâmetro de 0,3hm., a área total dos alveolos é de 140 m2 o que
corresponde a 40 vezes a área da pele. A área oferecida pelos capilares é da
mesma ordem de grandeza. É fácil de compreender que a difusão diminua bastante
quando a área alveolar diminuir.
E o caso da destruição dos septos interalveolares
no enfisema
Enfisema
Após as trocas, a ansa
eferente dos capilares conterá um sangue rico em oxigénio e pobre em anidrido
carbónico que será transportado para a aurícula esquerda pelas veias pulmonares
e seguidamente pela aorta para
distribuir oxigénio aos órgãos e tecidos. .
CAPITULO 10
.
TENSÃO SUPERFICIAL
Se pusermos uma pequena
quantidade de água numa lâmina de vidro esta toma uma forma lenticular em vez
de se espalhar pela lâmina, realizando
de um certo modo um pseudo-sólido.
.. | |||
A água comporta-se como se
estivesse dotada de uma película superficial mantida sob tensão, capaz de
sustentar objectos mais densos do que ela. É particularmente marcante o sulco
deixado por certos insectos que flutuam na água, como os “ alfaiates “ dando a
ideia de à medida que avançam vão rompendo a película
Ora, este
fenómeno é fruto da exitência da tensão superficial.
Quando as
forças de atracção na superficie excedem a tensão superficial,o liquido tende a
molhar a superficie
Explicação
Enquanto que as moléculas de um líquido no interior de um recipiente são
atraídas pelas forças de coesão em todas as direcções, as da superfície são
apenas atraídas pelas moléculas existentes no interior. Devido a este facto a
película do liquido mostra a existência de uma tensão à superfície (tensão superficial) comportando-se como
se fosse uma membrana tensa.
Um exemplo ajudar-nos-á a
compreender melhor este fenómeno. Se num copo com mercúrio acrescentarmos pó de
licopódio, esta ficará à superfície. Se introduzirmos uma vareta de vidro, o pó
penetrará na profundidade do líquido, contígua a zona em que a vareta foi
introduzida, voltando a ocupar a superfície se se remover a vareta. Tudo se
passou como se a superfície do líquido
fosse uma membrana tensa, deprimível
pela varet
Se se acrescentar ao
mercúrio uma substancia que baixe a tensão superficial, como os sais biliares,
este fenómeno não se passa e a flor de
enxofre mergulhará totalmente no liquido
Factores influenciando a tensão superficial
Temperatura
A tensão superficial diminui com o aumento da temperatura pois que a
agitação térmica das moléculas diminui as forças de atracção.
Substancias dissolvidas
A introdução
de uma substancia num liquido pode modificar a sua tensão superficial, por
alterar as forças de coesão existentes.
As substancias
polares aumentam a tensão superficial por aumentarem as forças de atracção.
As substancias apolares, como os detergentes e os sais biliares,
interferem com a forças de coesão, baixando a tensão superficial.
Teorema de Gibbs
Segundo o teorema de Gibbs, as
moléculas que baixam a tensão superficial concentram-se à superfície e as que a
elevam afastam-se da superfície.
Consequencias da tensão superficial
Forma
de uma gota
A forma de uma gota
depende da relação entre duas forças – gravidade e tensão superficial.
Se pusermos uma gota
grande numa lâmina, a gravidade predomina e a gota espalha-se pela lâmina.
Se a gota for pequena, a
acção da gravidade é praticamente nula
e, como irá predominar a tensão superficial, a gota tende a ocupar a mínima
superfície possível, tomando uma forma esférica
Capilaridade
A tensão
superficial produz o desnivelamento de um líquido em contacto com uma parede.
Se o líquido molha a parede, é exercida uma tracção de baixo para cima –
há uma elevação do líquido fazendo este um ângulo constante dependendo do
líquido e da natureza da parede formando-se um menisco concavo
Se o
líquido não molha a parede, há uma depressão do líquido, formando-se um
ângulo com um sentido inverso do anterior
Se se mergulha num líquido um
tubo estreito aberto nas suas duas extremidades o líquido penetrará no tubo com
um nível superior ou inferior ao nível do líquido, conforme o líquido molha ou
não molha, formando meniscos côncavos ou convexos
When liquid water is
confined in a tube, its surface (meniscus) has a concave shape because water
wets the surface and creeps up the side
When
liquid water is confined in a tube, its surface (meniscus) has a concave
shape because water wets the surface and creeps up the side.
|
Mercury
does not wet glass - the cohesive forces within the drops are stronger than
the adhesive forces between the drops and glass. When liquid mercury is
confined in a tube, its surface (meniscus) has a convex shape because the
cohesive forces in liquid mercury tend to draw it into a drop.
|
Imbibição capilar
A água penetra
facilmente nos sólidos porosos pois que cada canalículo escavado no sólido se
comporta como um tubo estreito por onde a água caminha.
Como os
canalículos dos corpos porosos são muito estreitos, a subida da água pode
atingir grandes alturas.
É o que se passa colocando verticalmente uma
tira de papel numa tina com água
CAPITULO 11
IMPORTANCIA BIOLOGICA DA TENSÃO SUPERFICIAL
Digestão dos lipidos
A diminuição da tensão superficial provocada pelos
sais biliares tem importância digestão
dos lípidos.
Os lípidos
são digeridos por uma lipase. Este enzima actua sobre a superfície das
gotículas dos lípidos. Por conseguinte,
quanto maior for a superfície de cada partícula, maior será a área total oferecida à acção da lipase.
. Como os sais biliares baixam a tensão
superficial, permitem a formação de gotículas de lípidos muito pequenas,
oferecendo assim uma grande superfície de absorção
Este facto é tão importante que quando a bílis não
chega ao intestino por obstrução das vias biliares, a absorção dos lípidos está
muito diminuída.
Tensão
superficial nos alveolos
Durante a expiração os alvéolos têm tendência a
colapsarem-se por duas razões:
·
Elasticidade
dos pulmões devido à existência de fibras elásticas;
·
Tensão
superficial da água que é o principal constituinte de película que cobre a
parede interna dos alvéolos.
A tensão superficial da água seria suficientemente
elevada para fazer um colapso total dos alvéolos durante a expiração, tornando
necessário um grande gasto de energia para dilatar os alvéolos na inspiração.
Para evitar isto, o pulmão segrega uma molécula com
actividade detergente, o surfactante que diminui a tensão superficial da água.
Calculou-se que o surfactante diminui cerca de dez vezes a tensão superficial
da água.
Síndroma
de malestar respiratório do recém nascido
O surfactante começa a ser produzido a partir do
sétimo mês da gravidez. Por esta razão os fetos prematuros nascem com uma
quantidade deficiente de surfactante pelo que os alvéolos tendem a colapsar-se
criando grandes dificuldades respiratórias .
A esta doença dá-se o nome de síndroma
de malestar respiratório do recém-nascido ou doença
da membrana hialina.
Esta doença trata-se por meio de respiradores de
pressão positiva, que impedem o colapso dos alvéolos e pela pulverização dos
condutos aéreos com surfactante.
Detergentes
Moléculas anfifilicas
ou anfipaticas
Os ácidos carboxilicos com mais de 10 carbonos têm um
comportamento próprio na agua devido à presença
na mesma molécula de grupos hidrófilos (COOH) e hidrófobos (alquilos) –
são moléculas anfifilas ou anfipaticas.
Estes ácidos flutuam na agua, por serem insolúveis,
espalhando-se por toda a superfície formando uma camada monomolecular em que os
grupos carboxilo estão ligados por pontes de hidrogénio à agua e as cadeias
alquilo se alinham fora da agua
Os sais de ácidos gordos com metais alcalinos são mais
solúveis que os ácidos, comportando-se como surfactantes fortes. Os exemplos
mais habituais são os sabões e os detergentes
Micelas
Quando pequenas quantidades destes surfactantes se dissolvem
na agua dà-se uma dispersão ao acaso das
moléculas do soluto.
Quando a concentração é maior as moléculas reúnem-se
reversivelmente em agregados polimoleculares, as micelas, colocando-se as
cadeias hidrófobas no centro da micela
Animação
Sabões e detergentes
O agente de limpeza mais antigo e mais conhecido é o sabão.
Como são pouco ácidos, os metais alcalinos existentes nas
aguas pesadas diminuem a sua acidez, diminuindo a eficácia e provocam a
agregação das micelas.
Os detergentes não têm estes problemas por usarem ácidos
muito mais fortes
CAPITULO 12
VISCOSIDADE
Uma característica geral dos líquidos é a
sua fluidez, isto é, a sua adaptação
à forma do recipiente que os
contem. Todavia nem todos os líquidos fluem com a mesma facilidade – uns
líquidos são mais “espessos” do que
outros. É o caso do leite em relação à água
Viscosidade
do leite
Se deslocarmos um braço
dentro de água, constatamos que o deslocamento é mais difícil que no ar e se o
fizermos num recipiente com goma arábica constatamos que ainda é mais difícil.
A resistência de um líquido ao deslocamento chama-se viscosidade. Deve-se ao atrito das moléculas entre si. Quanto
maiores forem as forças de coesão maior será o atrito e portanto a viscosidade.
Factores afectando a viscosidade
Estrutura química
Para compostos da mesma
classe a viscosidade aumenta com o peso
molecular. É o que se passa nos hidrocarbonetos alifaticos.
Nos compostos
contendo grupos OH, estes podem formar ligações entre o H de uma molécula e o
OH da molécula adjacente, aumentando
assim a viscosidade.
É por esta razão que a viscosidade da água é
maior que a do clorofórmio, embora este tenha um peso molecular mais elevado.
Temperatura
A viscosidade diminui rapidamente à medida que a temperatura aumenta. É
bem conhecido o aumento da fluidez (propriedade inversa da
viscosidade) dos óleos com o aumento de temperatura
Substâncias em suspensão
Aumentam a viscosidade.
É por esta razão que a viscosidade do sangue e maior que a da água.
VISCOSIDADE
DO SANGUE
O sangue é muito mais viscoso do que a água porque
contem os glóbulos brancos e vermelhos e as proteínas plasmáticas. Nas mesmas
condições flui mais lentamente que a água.
Nas situações de desidratação (perda de água) a
viscosidade aumenta. Quando há perda de glóbulos vermelhos (hemorragias) a
viscosidade diminui.
Há situações pouco frequentes que pode aumentar a
viscosidade:
Ø Agregação dos glóbulos vermelhos
Ø Aumento do número de glóbulos vermelhos
(poliglobulia)
Ø Perda da deformabilidade normal dos glóbulos em
certas anemias
.
CAPITULO 13
ADSORÇÃO
É a fixação de
corpos gasosos ou em solução ao nível de superfícies ou, dizendo de outra
maneira, a concentração numa interface.
Adsorção de gases em sólidos
É o caso da
fixação do óxido de carbono no carvão activado existente, por exemplo, numa
máscara anti-gás
7
Isoterma de Langmuir
A quantidade de gás adsorvido por unidade de peso de adsorvente aumenta
com a pressão parcial do gás.
Há um valor a partir do qual a adsorção não se efectua por o adsorvente
ficar saturado.
A curva relacionando adsorção com concentração denomina-se isoterma de Langmuir
Adsorção de solutos em sólidos
A adsorção dos sólidos faz-se através das suas soluções. Há dois
mecanismos possíveis:
Adsorção apolar
GIBBS demonstrou que as moléculas que baixam a tensão superficial tendem
a concentrar-se na interface.
Se se baixar a tensão entre a
água e o carvão activado, as substâncias
dissolvidas concentrar-se-ão na interface. É a adsorção apolar.
Adsorção polar
Muitos sólidos quando em contacto com a água adquirem carga eléctrica. É
o caso da sílica que se torna negativa podendo assim adsorver moléculas de
carga positiva
É a adsorção polar.
Características da
adsorção
Selectividade
Um adsorvente posto na presença de vários
solutos adsorve preferencialmente um deles.
Dum modo geral são adsorvidas mais
facilmente substâncias tensioactivas e ou com estrutura complexa.
Temperatura
A quantidade de substância adsorvida
diminui à medida que a temperatura
aumenta.
O aumento da energia cinética produzido
pela temperatura diminui as forças de atracção para a superfície.
Natureza química do adsorvente
O carvão animal possui capacidades adsortivas diferentes conforme o seu modo de
preparação.
O carvão “activado” por ter sido aquecido
várias horas a 700-800º é muito mais activo que outras formas de carvão.
Superfície
Quanto maior a superfície
oferecida pelo adsorvente, tanto maior será a sua capacidade adsortiva.
Os melhores adsorventes
são os que podem ser pulverizados muito
finamente ou então são muito porosos. São exemplos o carvão animal, o óxido de
alumínio e o caulino.
Concentração
do soluto
Existe uma relação
directa entre a concentração no soluto e a quantidade adsorvida, definida pela
isoterma de Langmuir.
Eluição
Pode-se inverter
o sentido da reacção, diluindo
progressivamente o meio de dispersão.
Este fenómeno
inverso da adsorção denomina-se eluição.
A eluição observa-se,
por exemplo, ao arrastar por meio de um solvente corantes retidos num
adsorvente ou retirando os gases duma máscara anti-gases colocando-a no vácuo
ou em pressão reduzida.
CAPITULO 14
SOLUBILIDADE
Solubilidade
de liquidos
Dois líquidos são totalmente miscíveis quando as moléculas de um se
dispersam homogeneamente nas do outro.
Relações com
estrutura química
A miscibilidade dos líquidos está
relacionada com a sua estrutura química.
Quanto mais semelhante for a
polaridade, tanto maior será a solubilidade pois as moléculas dos dois líquidos
originariam campos eléctricos análogos.
Os líquidos orgânicos dissolvem-se em líquidos polares quando nas suas
moléculas predominam grupos polares e nos apolares quando predominam grupos
apolares.
Solubilidade de sólidos em
líquidos
Soluções saturadas e não saturadas
Quando se põe em contacto
um sólido com um líquido as moléculas do líquido ao chocarem com a rede
cristalina do sólido arrancam fragmentos deste que se irão dispersar no líquido
– o sólido dissolveu-se no líquido
A solução está saturada quando se estabelece um equilíbrio entre as
partículas arrancadas e as que se depositam.
Quando se depositam mais partículas dos que as que saem a solução diz-se
sobresaturada
Cristalização
A solubilidade aumenta quando a temperatura sobe e diminui quando desce.
Colocando a solução a uma
temperatura baixa, esta torna-se saturada ou sobresaturada porque a
solubilidade diminuiu, depositando-se no fundo os cristais do sólido – cristalização.
Esta propriedade pode ser
utilizada para purificar ou separar sólidos. Empregando temperaturas diferentes podem-se cristalizar
vários sólidos existentes numa solução – cristalização
fraccionada.
Partilha
Se agitarmos uma substancia
em dois solventes não miscíveis ela distribuir-se-á nos dois solventes, encontrando-se em mais
quantidade no solvente em que for mais solúvel.
A razão entre a concentração num e noutro solvente denomina-se coeficiente de partilha.
Esta propriedade é utilizada em vários processos de separação como a
cromatografia de partilha.
Extracção
É um processo
de separação em que se coloca um soluto em contacto com um líquido não
miscível.
Se um dos
componentes do soluto for solúvel no líquido não miscível, ele distribuir-se-á
totalmente nesse solvente.
Difusão
Na ausência de agitação, a
dissolução de um sólido solúvel faz-se lentamente começando pela parte do
solvente mais próxima do sólido
A agitação aumenta a rapidez da difusão. A difusão faz-se sempre do mais
concentrado para o menos concentrado.
Difusão
facilitada e transporte activo
No organismo podem encontrar-se excepções às regras da difusão.
Nalguns casos é mais rápida do
que prevista – difusão facilitada.
Por vezes a absorção faz-se num sentido contrário, ou seja, do menos concentrado para o mais
concentrado – transporte activo.
No transporte activo é sempre necessária energia.
Solubilidade de diferentes
moleculas
A solubilidade
das moléculas depende muito do tipo de
ligações que as constitui.
Compostos electrovalentes
em solventes polares
A temperatura ambiente os compostos iónicos dissociam-se
na água, devido ao seu carácter polar e à sua constante dieléctrica elevada.
Os dipolos da água são atraídos pelos iões dissociados
de modo a que o polo negativo do
oxigénio se coloca frente aos iões positivos e o polo positivo dos iões
hidrogénio frente aos iões negativos .
Deste modo as moléculas de água neutralizam parcialmente a carga dos iões
facilitando assim a sua manutenção em solução
cortesia de James Hardy
Animações
Bainhas de
solvatação
Os iões ficam rodeados por moléculas de água - bainhas de solvatação
Por outro lado, a água ao interpor-se
entre os iões reduz grandemente a sua
força de atracção.
Energia de
hidratação
A hidratação dos iões que provoca a solvatação, liberta energia – energia de hidratação que é utilizada
para vencer as forças de coesão que mantêm a rede do cristal unida
Quando as forças de coesão são superiores à energia de hidratação, o
composto é insolúvel. É o caso do sulfato de bário.
Compostos electrovalentes em solventes apolares
Os solventes apolares não
solvatam os iões e portanto não há energia de hidratação para vencer as forças
de coesão.
Por esta razão os compostos polares não são
solúveis em solventes apolares.
Compostos covalentes não polares
Dissolvem-se nos solventes apolares e não se
dissolvem nos polares.
Num composto
deste tipo, como o tetracloreto de carbono, não há atracção entre a água e o
composto. Nesta situação, as moléculas de água atraem-se entre si numa
disposição compacta, impedindo a difusão do composto.
No caso dos
solventes apolares, as moléculas do solvente por não terem cargas eléctricas,
não se atraem entre si, não impedindo a difusão das moléculas do composto.
Compostos covalentes polares
Estes compostos, como o HCl,
dissolvem-se tanto nos solventes polares como nos apolares, por razões
diferentes.
Solventes apolares
Dissolvem-se por difusão,
encontrando-se no solvente como moléculas não dissociadas.
cortesia de James Hardy
Solventes
não polares
Solventes polares
Os compostos reagem com o solvente:
H2O +
HCl ¾® H3O+ + Cl-
Neste caso as moléculas encontram-se dissociadas.
CAPITULO 15
SOLUÇÕES
Definições
Num sentido lato, uma
solução é uma mistura física e quimicamente homogénea. Num sentido estrito, as
soluções verdadeiras ou propriamente
ditas, ou simplesmente soluções, dizem respeito a misturas homogéneas de
sólidos em líquidos.
Chama-se soluto à substância
ou substâncias que se vão dissolver e solvente ao líquido que vai dissolver o
soluto.
Expressão das
concentrações
Expressão em percentagem
Peso de soluto por peso de solução (p/p)
Se pusermos 10g de cloreto
de sódio num balão e acrescentarmos solvente até perfazer 100g teremos uma solução de cloreto
de sódio a 10gr/l00g.
Peso de soluto por volume de solução ( p/v)
Seguindo o
mesmo exemplo para preparar uma solução a 10g/100ml de cloreto de sódio
poríamos 10gr de cloreto de sódio num balão aferido de 100ml e colocaremos
solvente até perfazer 100ml
Volume por volume(v/v)
Por exemplo, para preparar
uma solução a 8% (v/v ) de amónia em água
coloca-se num balão aferido 8ml de amónia e completa-se com água até
100
Concentração molar
É
o número de moléculas (abreviadamente moles) por litro de solução.
Concentração molal
É o número de moléculas por 1000g de solvente.
Fracção molal
A fracção molal do
constituinte duma solução é o número de moles deste constituinte dividido pelo
número total de moles existentes na solução:
F1
|
=
|
n1
|
F1 – fracção molal do constituinte 1
n1 –
número de
moles do constituinte 1
N – número total de moles
N = n1+ n2 + n3
+ ...
|
|
N
|
CAPITULO 16
UNIDADES INTERNACIONAIS
Conceito
A multiplicidade de unidades de medida levou ao estabelecimento de um
sistema internacional de unidades (unidades
S. I.).
Este sistema baseia-se em unidades
base correspondendo a quantidades físicas
independentes, referenciadas cada
uma a um único padrão existente num lugar definido.
Destas unidades derivam as unidades derivadas.
Nalguns casos em que não se determinam concentrações recorre-se a unidades
arbitrárias.
Para não ter números muito extensos ou muitas casas decimais pode-se
recorrer a prefixos.
Unidades base
Trata-se de
sete unidades que foram definidas a partir de
fenómenos físicos supostos imutáveis e totalmente reprodutíveis,
utilizando para cada unidade um padrão de referencia único no mundo
Unidades base
Quantidades de base
|
Nome
|
Símbolo
|
Comprimento
Massa
Quantidade
de substância
Temperatura
Tempo
Corrente
eléctrica
Intensidade
luminosa
|
Metro
Quilograma
Mole
Kelvin
Segundo
Ampere
Candela
|
m
Kg
mol
K
S
A
cd
|
Unidades derivadas
A partir destas unidades podem-se definir unidades derivadas,
multiplicando-as ou dividindo-as entre si.
Estas unidades são coerentes se a transformação não faz intervir qualquer
factor numérico, mesmo potências de 10 ( quadro 16.II), e não
coerentes no caso contrário (quadro
16.III).
Unidades coerentes
Quantidade
|
Nome
|
Símbolo
|
Superfície
Potencial
eléctrico
Energia
Força
Frequência
Pressão
Temperatura
Velocidade
Aceleração
Volume
|
Metro quadrado
Volt
Joule
Newton
Hertz
Pascal
Grau Celsius
Metro / segundo
Metro / segundo2
Metro cúbico
|
m2
V = kg m2
/ s3 A
J = m2 / s2
N = m / s2
Hz = 1 ciclo
/ s
Pa = Kg / m
s2
ºC = ºk-273.15
m / s
m / s2
m3
|
Unidades não coerentes
Quantidade
|
Nome
|
Símbolo
|
Volume
Depuração
Concentração
de massa
Concentração
de substância
Densidade
|
Litro
Litro por segundo
Kilograma por litro
Mol por litro
Kilograma por litro
|
I = dm3
l / s
kg / l
mol / l
kg / l
|
Unidades arbitrarias
Em certos
casos, como na actividade enzimática, não se determinam concentrações mas sim
actividades, pelo que se recorre a unidades arbitrárias.
Neste caso para evitar também a proliferação
de unidades arbitrárias foram definidas Unidades Internacionais (U.I.)
Prefixos
Os resultados
devem ser exprimidos no máximo por três algarismos e uma vírgula.
Para conseguir
este objectivo utilizam-se prefixos correspondendo a potências de 10
Prefixos
Factor
|
Prefixo
|
Símbolo do prefixo
|
1012
109
106
103
102
101
10-1
10-2
10-3
10-6
10-9
10-12
10-15
10-18
|
Ter
Giga
Mega
Kilo
Hecto
Deca
Deci
Centi
Mili
Micro
Nano
Pico
Femto
Ato
|
T
G
M
k
h
da
d
c
m
u
n
p
f
a
|
Factores de conversão
Em Química
Clínica o uso das unidades S.I. não se uniformizou.
Convém
portanto conhecer as equivalências entre unidades antigas e Unidades S
Em http://tcaep.co.uk/science/index.htm
encontra a lista de todas as Unidades Internacionais.
Em www.convert-me.com/en dispõe um
calculador que converte as unidades
CAPITULO 17
PROPRIEDADES COLIGATIVAS
São propriedades que dependem apenas do número total de partículas,
sejam elas moléculas não dissociadas ou iões.
Causas
Estas propriedades são devidas à
diminuição da pressão de vapor do
solvente pelas seguintes razões:
- As partículas diminuem o número de moléculas de
solvente existentes à superfície e portanto escaparão para a atmosfera
menos moléculas do solvente
cortesia de James Hardu
·
As
forças de atracção entre o solvente e o soluto aumentam as forças de coesão,
dificultando assim a libertação das moléculas do solvente.
Propriedades coligativas mais importantes
As
propriedades coligativas mais importantes são:
·
Aumento
da temperatura de ebulição
·
Abaixamento
do ponto de congelação
·
Osmose
Aumento
da temperatura de ebulição
À temperatura em que a
ebulição se inicia (temperatura de ebulição) a pressão de vapor iguala ou
supera a pressão atmosférica.
Quando a pressão de vapor
diminui, pela existência de partículas dissolvidas, é necessário fornecer mais
calor para igualar a pressão atmosférica – aumenta a temperatura de ebulição.
É o caso da maior temperatura de ebulição da
água salgada em relação à agua pura
Abaixamento do ponto de congelação
A congelação produz-se
quando a pressão de vapor do líquido é igual à do sólido.
Sendo assim, diminuindo a
pressão de vapor, terá que haver um maior abaixamento de temperatura para
igualar as pressões.
É por esta razão que a água salgada congela a
temperaturas mais baixas que a água pura porque,
tendo substâncias dissolvidas, a sua pressão de vapor é menor.
Lei
de Raoult
O abaixamento do ponto de congelação e o aumento da temperatura de
ebulição são proporcionais ao número de moléculas dissolvidas.
Esta propriedade tem sido
utilizada para determinar concentrações e pesos moleculares.
O método mais utilizado tem sido a determinação do abaixamento do ponto
de congelação (crioscopia).
Segundo a lei de Raoult o
abaixamento do ponto de congelação é dado pela seguinte fórmula:
(1)
|
t =
K
|
C
|
t – Abaixamento do ponto de congelação
C – concentração molal
M – peso molecular
K – constante característica de cada solvente
|
|
M
|
O valor de K para a água é de 1,86, pelo que a equação (1) poderá ser
reformulada para o caso da água:
(2)
|
t =
1,86
|
C
|
M
|
Aplicações da lei de Raoult
Concentração de uma substância de peso molecular conhecido
Isolando C da equação (2) teremos:
(3)
|
C = t
|
M
|
1,86
|
Sendo todos os outros valores conhecidos basta fazer contas. Vejamos com
um exemplo. Qual a concentração de sacarose (peso molecular = 342) que baixou o
ponto de congelação de 0,486.
Aplicando os números em (2):
C
=
|
0,486 x 342
|
= 85,5
|
1,86
|
A concentração da sacarose será de 85,5g de sacarose em 1000 g de água.
Determinação do peso molecular
Calcula-se isolando M
na equação (2)
M =
|
1,86 C
|
T
|
Determinação do
número de moles
Para esta determinação basta uma
regra de três simples, tendo em conta que 1mol de qualquer substância dissolvida em água baixa
o ponto de congelação de 1,86
1 mol ¾¾ 1,86
M ¾¾¾¾ t
Donde
(4)
|
M =
|
T
|
1,86
|
CAPITULO
18
OSMOSE
Experiencia de DUTROCHET
A noção de osmose deve-se
a DUTROCHET.
Este autor idealizou um aparelho, o osmómetro, constituído por um tubo
encerrado na sua extremidade inferior por uma membrana permeável ao solvente e
não ao soluto (membrana semipermeável)
Se se colocar este
aparelho preenchido com água com açúcar
num recipiente contendo só água, observa-se a entrada de água para dentro do
tubo com a consequente subida de nível (
Conceito
A osmose é a passagem do solvente da solução mais concentrada para a
menos concentrada quando as duas soluções estão separadas por uma membrana
semipermeável.
Animação: .
Pressão
osmotica
Denomina-se
pressão osmótica à força que contraria
esta subida do líquido provocada pela osmose
Explicação
da osmose
Para que haja osmose é
necessário que haja uma membrana semipermeável, isto é, que deixe passar as
moléculas do solvente, mas não as do soluto
Como as moléculas do soluto não atravessam a membrana, o equilíbrio de
concentrações só se poderá conseguir pela difusão do solvente
Como explicar a difusão do solvente? Cada molécula de soluto ao se
dissolver liga-se a várias moléculas de solvente, neste caso a água. Por
conseguinte, no lado da membrana em que
há mais soluto, há menos solvente livre
Animação:
Trajecto do solvente
Como a difusão
se faz sempre do mais concentrado para o menos concentrado, está assim
explicado o sentido da difusão do solvente
Passagem do solvente
Membrana impermeável ao soluto
Cada
molécula do soluto
liga-se a varias de agua
concentração
de moléculas
de agua
livre no soluto
difusão
da agua na direcção
agua-soluto
Leis de Van’t Hoff
VAN’T HOFF procurou relacionar a pressão osmótica com a equação
dos gases perfeitos.
.A temperatura constante a
pressão osmótica está relacionada com a concentração:
P
|
= K ou P = KC
|
P – pressão osmótica
K – constante
C – concentração
|
C
|
Como
C =
|
M
|
M – peso do soluto
V – volume do solvente
|
|
V
|
podemos escrever
P
= K
|
M
|
V
|
ou
(5) PV = KM
Notemos a semelhança entre esta equação e a que exprime a lei de
Boyle-Mariotte
A temperatura constante a pressão osmótica é proporcional à
concentração
(6)
|
P
|
= K
|
T
|
Esta equação é
semelhante à de Gay-Lussac.
Sendo a pressão osmótica regida por equações equivalentes às das leis
dos gases tem que se admitir que também
se aplica a equação dos gases perfeitos
.Estas semelhanças com as leis dos gases levou VAN’T HOFF a concluir que a pressão osmótica é
igual à pressão que o soluto exerceria se fosse um gás ocupando o mesmo volume
da solução.
Tal
como a descrevemos com as outras propriedades coligativas a pressão osmótica
pode ser utilizada para determinar o peso
molecular. A equação dos gases perfeitos é
PV =
nRT
Como R é igual a 0,082,
podemos escrever
(7)
|
PV =
0,082 nRT ou n
=
|
PV
|
0,082 T
|
fórmula esta que nos permite determinar o peso
molecular.
Membranas celulares e pressão osmotica
A pressão osmótica depende do número total de partículas. As soluções
com o mesmo número de partículas exercem-se a mesma pressão osmótica e portando
dizem-se isoosmóticas.
Uma solução que contenha mais partículas que outra diz-se hiperosmótica
e a que contiver menos, hipoosmótica
As membranas celulares não se comportam como as membranas semipermeáveis
da experiência de Dutrochet , pois são permeáveis a pequenas moléculas como os
iões e impermeáveis às grandes como as proteínas.
As substâncias que se difundem atingem
rapidamente um equilíbrio não exercendo pressão osmótica. A pressão osmótica é
devida apenas às moléculas que não atravessam a membrana.
Á pressão osmótica exercida por essas
moléculas denomina-se tonicidade.
Em relação à tonicidade que exerce uma
solução em relação a outra esta pode ser isotónica, hipotónica e hipertónica.
Glóbulos vermelhos e tonicidade
A isotonia dos eritrocitos
corresponde a suma solução de cloreto de sódio a 0,8g% (solução isotónica).
Em contacto com esta
solução os glóbulos não sofrem alterações. Quando em soluções hipotónicas o glóbulo aumenta de
volume, podendo rebentar a membrana e sair a hemoglobina para o exterior (hemólise).
Perante uma solução
hipertónica perde água, ficando a membrana encarquilhada
Acção de solutos hipo
e hipertonicos
Pressão
oncótica
Se a membrana capilar fosse uma membrana
semipermeável, a pressão osmótica seria exercida por todas as partículas
dissolvidas no sangue mas como as pequenas partículas atravessam a membrana, a
pressão osmótica efectiva é exercida pelas proteínas do plasma as únicas que não
atravessam a membrana.
A pressão osmótica exercida pelas proteínas do
plasma denomina-se pressão oncótica.
Movimento
de líquidos entre capilares e espaço intersticial
Estas trocas resultam do
balanço entre a pressão hidrostática criada pela pressão arterial e a pressão
oncótica.
Na extremidade arteriolar a pressão arterial suplanta a pressão
oncótica e, portanto, o movimento é para o espaço intersticial .
Na extremidade venosa passa-se
o contrário
EDEMA
Quando as proteínas do plasma diminuem quer por
falta de ingestão em casos de grandes fomes, quer porque devido a uma
inflamação a membrana capilar se torna permeável, a pressão oncótica não
suplanta a pressão arterial na extremidade venosa, como é habitual, o que
acarreta uma grande saída de líquido para o espaço intersticial .
Esta acumulação de líquido no espaço intersticial
leva à tumefacção dos tecidos e é denominada edema.
CAPITULO 19
DISSOCIAÇÃO ELECTROLITICA
Moléculas e propriedades
coligativas
Enquanto que as moléculas orgânicas têm propriedades coligativas
idênticas com a mesma concentração molal, o mesmo se não passa com as
inorgânicas.
Por exemplo uma solução 0,5 M de
soda congela a -1,7º embora pela lei de Raoult
devesse congelar a -0,93º.
Factor de Van’t Hoff
Esta diferença quantifica-se pelo factor
de van’t Hoff:
i = valor observado i – factor de van’t
Hoff
valor esperado
Neste caso concreto o factor será 1,7/0,93 = 1,8
Como explicar esta diferença?
Enquanto que as moléculas orgânicas não
se dissociam e portanto o número de moléculas é igual ao número de partículas,
as inorgânicas dissociam-se e assim aumenta o número de partículas
5mols 5 mols
5
particulas
5x2 particulas
|
|||
Não
dissociada dissociada
Dissociação
Condutores de 1ª e 2ª espécie
As substâncias que se não ionisam não deixam passar a corrente eléctrica
e não sofrem qualquer alteração. São condutores
de 1ª espécie
As ionizáveis quando dissolvidas deixam passar a corrente eléctrica e
decompõem-se. São condutores de 2ª espécie ou electrólitos
Aniões e catiões
O NaCl em solução ioniza-se em Na+ e Cl--.
Passando a corrente eléctrica o Cl- dirige-se para o polo
positivo (ânodo) e o Na+ para
o negativo (cátodo)
Generalizando, os iões
negativos são atraídos para o ânodo (aniões) e os positivos para o cátodo (catiões)
Resumindo:
Os electrólitos em solução dissociam-se em duas ou mais partículas, os iões
Cada ião exerce propriedades coligativas de intensidade semelhante à de
uma molécula não dissociada
Todos os iões têm uma carga eléctrica, positiva ou negativa
Acidos, bases e sais
Ácidos
Classicamente
eram definidos como moléculas que ao
dissociarem-se libertavam iões H+ :
HCl ¾® H+ + Cl-
Actualmente definem-se como dadores de protões (representados na
equação pelo H+). Como os protões não se encontram livres, terão que
se combinar com outra molécula.
Quando o solvente é a água,
combinam-se com esta .
Bases
Definiam-se antes como
moléculas que ao se dissociarem libertavam iões oxidrilo (OH-)
NaOH ¾® Na+ + OH-
Actualmente uma base é definida como um aceitador de protões
Há moléculas que se podem comportar
como bases ou como ácidos
Sais
São moléculas que ao se
dissociarem libertam iões diferentes dos da água .
Equivalente-grama
Dá-se o nome de equivalente químico
ou equivalente-grama de uma
substancia à quantidade expressa em gramas que se combina, liberta ou substitui
um átomo grama de hidrogénio.
Vejamos os seguintes exemplos:
HCl ¾® H+ + Cl-
H2SO4 ¾® 2 H+ + SO4
No primeiro caso o ião Cl-
está relacionado com um átomo de hidrogénio. No segundo o SO4 está
relacionado com dois. Diz-se que no primeiro caso a valência é 1 e no segundo
2
HCl ¾® H+
+ Cl-
|
Valência 1
|
H2SO4 ¾® 2H+
+ SO4
|
Valência 2
|
O equivalente-grama calcula-se, como é evidente, dividindo o peso
atómico pela valência.
Muitas vezes utiliza-se a milésima parte do equivalente, o miliequivalente. (mEq)
Para converter uma concentração expressa em mg/l em mEq aplica-se a fórmula:
mEq =
|
C
|
x valência
|
C – concentração em mg/l
|
PA
|
PA – peso atómico
|
Normalidade
Uma solução normal tem um
equivalente grama por litro de solução.
A normalidade representa-se pela
letra N.
A utilização desta notação aproxima-se da realidade das reacções
químicas pois que uma molécula reage com outra molécula, mas um grama não reage
com outro grama
Electrólitos fortes e
fracos
O ácido clorídrico em solução dissocia-se completamente, mas o ácido
acético não
. Diz-se que o ácido clorídrico é um ácido forte e que o ácido acético é um ácido fraco
Generalizando, um electrólito
forte dissocia-se na sua totalidade
e um electrólito fraco não, sendo
tanto mais fraco quanto menos se dissociar.
Animação
A intensidade da dissociação exprime-se pelo grau de dissociação ou seja pela fracção de mol que se dissociou.
No caso do ácido clorídrico o seu valor é de 1 e no do ácido acético é próximo
de 0.
Osmol
É a quantidade de soluto cuja pressão osmotica corresponde
a 1 mol
Para moleculas não dissociadas, mol e osmol são identicos
Para moleculas dissociaveis, o osmol depende do numero de
iões dissociados
CAPITULO 20
CONCENTRAÇÃO HIDROGENIONICA
Acidez e alcalinidade
Quando numa solução há mais iões
H+ que OH- esta diz-se ácida e no caso contrário alcalina
Reacções acida e alcalina
Quando as concentrações de H+ e OH- são iguais, a
solução diz-se neutra.
A água pura é neutra, o que
significa H+ = OH-. .
Este dado permite-nos calcular a concentração de H+ na
neutralidade:
(1) H+ x H+ = 10-14
Como na neutralidade H+ = OH-
H+ x H+ =
10–14 e portanto H+
= 10-7
Portanto, a concentração de 10-7 equivale à neutralidade,
correspondendo valores superiores à acidez e inferiores à alcalinidade
Conceito de pH
A expressão da
concentração hidrogeniónica com expoentes negativos é pouco prática. Por isso
ela foi substituída pela notação pH ou seja pelo cologaritmo da concentração
hidrogeniónica.
Sendo assim o pH da
neutralidade é 7 pois o cologaritmo de 10–7 é 7.
O emprego de uma notação logarítmica tem as
seguintes consequências:
Quanto maior for o pH, menor será a concentração
hidrogenionica
Como se trata de uma notação logarítmica, as variações não são lineares.
No exemplo do quadro 20.II quando duplica a concentração hidrogenionica , o pH
desce 0,3 e quando quintuplica 0,7
Variações
da concentração hidrogenionica e de pH
H+
|
Ph
|
Descida do pH
|
1 x 10-7
|
7
|
-
|
2 x 10-7
|
6,7
|
0,3
|
5 x 10-7
|
6,3
|
0,7
|
10 x 10-7
|
6
|
1
|
Tampões
São soluções cujo pH não
varia ou varia pouco quando se acrescentam ácidos ou bases fortes.
São constituídos pela mistura de um ácido fraco e de uma base forte ou
de uma base forte e um ácido fraco.
Mecanismo de acção
Consideremos o exemplo do tampão
acido acético - acetato de sódio
Se se acrescentar um ácido como o HCl, este combinar-se-á com o acetato
de sódio:
(2) CH3COONa
+ HCl ¾® CH3COOH + NaCl
O H+ do HCl passou a fazer parte do ácido acético, ácido
muito pouco dissociável que portanto não irá alterar o pH
Se se acrescentar uma base, esta combinar-se-á com o ácido acético:
NaOH + CH3COOH ¾® CH3COONa + H2O
Deste modo o OH da NaOH vai integrar uma molécula pouco
dissociável, a água.
Quer dizer, nos sistemas tampões o
H+ dos ácidos fortes ou o OH- das bases fortes passam a
fazer parte de moléculas pouco dissociáveis
Mecanismo dos sistemas tampões
Animações
Equação de Henderson-Hasselbach
Podemos aplicar ao efeito tampão a lei da acção das massas. Na
dissociação de um ácido fraco temos:
HA D H+ + A-
K =
|
[H+] [A-]
|
HA
|
H+ =
|
K [HA]
|
A-
|
1
|
=
|
[A-]
|
[H+]
|
K [HA]
|
(4)
|
pH
= pK + log
|
[A-]
|
[HA]
|
Como o ácido é fraco, este encontra-se praticamente não dissociado ou
seja como AH. O sal pelo contrário
encontra-se quase totalmente dissociado correspondendo na equação a A-
Rescrevendo a equação 2 teremos:
(5)
|
pH = pK + log
|
Sal
|
Ácido
|
Esta equação é conhecida pelo nome de equação de Henderson-Hasselbach
Anfólitos
São electrólitos susceptíveis de possuir ao mesmo tempo funções acidas e
básicas. É o caso da água.
Esta propriedade alarga-se a
todas as moléculas com a fórmula geral HO-R-H,
o que permite à molécula libertar ou um ião OH- ou um ião H+.
Os dois iões, H+ e OH- não se podem dissociar ao
mesmo tempo, dependendo a dissociação da acidez ou alcalinidade do meio.
Em meio ácido a forte concentração de iões H+ exteriores inibe a dissociação da função ácida,
passando-se o contrário em meios alcalinos
Ponto
isoelectrico
Para um pH intermédio entre estes dois extremos, o ponto isoeléctrico, a dissociação dos dois iões será equilibrada –
será electricamente neutro e designa-se por hermafrodita ou zwitterion
Submetendo um anfólito à corrente eléctrica este deslocar-se-á para o
polo correspondente ao maior número de iões dissociados – para o polo negativo
em meio ácido e para o positivo e meio
alcalino.
No ponto isoeléctrico (ião hermafrodita) comporta-se como uma molécula
neutra e não sofre a acção da corrente eléctrica.
pH óptimo e pH de paragem
O funcionamento de um ser vivo só é possível numa escala reduzida de pH, o pH óptimo. Nos valores para lá do pH óptimo (pH de paragem), o funcionamento do organismo não é possível
O pH óptimo e os pH de
paragem são específicos para cada ser
vivo
pH DOS LÍQUIDOS BIOLÓGICOS
Liquido
|
PH
|
Plasma
sanguíneo
Suco
gástrico
Suco
pancreático
Leite
humano
Saliva
Urina
|
7,4
1,5-3
7,8-8
7,4
6,4-7
5-8
|
CAPITULO 21
Regulação do pH
Embora o meio interno
necessite de um pH óptimo em que são admitidas apenas pequenas variações, o
organismo é submetido a uma série de “vagas de assalto”, ácidas ou alcalinas,
de que terá que se defender.
A chegada de alimentos ao tubo digestivo e a sua subsequente digestão tendem a provocar
alterações do pH, tendendo para a acidez no regime cárneo e para a alcalinidade
no vegetariano.
Por outro lado o estômago
“consome” H+ para formar HCl e
sobrecarrega-o em bicarbonato,
havendo uma vaga alcalina após as refeições.
No decorrer do metabolismo vão ocorrer
situações que alteram o pH como sejam a eliminação de alguns iões pela
urina, a produção de ácido carbónico pelos tecidos, a produção de ácido láctico
na glicólise.
Todavia, apesar destas vagas de assalto o pH mantém-se dentro dos
valores desejáveis. Para manter estes
objectivos o organismo socorre-se de sistemas
tampões e de mecanismos
fisiológicos.
Sistemas tampão
Os sistemas tampões utilisados são:
·
ácido
carbónico - bicarbonato
·
fosfato
monosódico - fosfato disódico
·
proteínas
·
hemoglobina
Ácido carbónico-
bicarbonato de sódio
É composto por um ácido fraco, o ácido carbónico (H2CO3)
e o seu sal, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) actuando por mecanismo
idêntico ao par ácido acético - acetato de sódio
É o único sistema tampão importante do liquido extracelular.
Na presença de uma vaga alcalina
o ácido carbónico transforma-se em bicarbonato
CO3H2
+ NaOH ¾¾® CO3HNa + H2O
Na presença de uma vaga acida o
bicarbonato transforma-se em ácido carbónico fig. 21.1
CO3HNa + HCl ¾¾® CO3H2
+ CO3HNa
CO3H2
|
vaga alcalina
vaga
ácida
|
CO3HNa
|
Reserva alcalina
Se bem que o bicarbonato de sódio seja sempre considerado como o exemplo
do sal de ácido carbónico, outros catiões podem ter a mesma acção. No interior
da célula em que o sódio é pouco abundante, o bicarbonato de potássio pode
desempenhar a mesma acção.
A capacidade tampão deste sistema depende da concentração do ião HCO3- ou reserva alcalina. No líquido
intersticial este valor normalmente é de 25 mmol/l.
Fosfato
monosódico- fosfato disódico
O seu funcionamento é idêntico ao ácido carbónico – bicarbonato
PO4Na2H
|
vaga ácida
vaga
alcalina
|
PO4NaH2
|
Sistema
fosfato monosodico-disodico
Como este sistema existe em pequenas quantidades no sangue, desempenha
um papel pouco relevante na regulação do pH mas constitui um sistema muito
eficaz na urina e nos líquidos intracelulares.
Sistema
proteinatos – proteínas
O poder tampão das proteínas
deve-se ao facto de serem anfólitos, ou seja, à propriedade de se comportarem
como ácidos ou como bases conforme o pH.
Assim numa vaga alcalina comportam-se como ácidos e formam proteinatos e
numa vaga ácida como bases formando sais de proteínas
Sal
de proteína
|
vaga alcalina
vaga
ácida
|
Proteinato
|
Sistema proteinatos - proteinas
Hemoglobina
Um caso particular da acção
tampão das proteínas é a hemoglobina. A hemoglobina transforma-se em
oxihemoglobina por oxidação do seu grupo prostetico, ou seja da proteína que
entra na sua composição:
Hb +
O ¾¾® Hb-O
A oxihemoglobina é mais ácida que
a hemoglobina.
Quando a oxihemoglobina liberta oxigénio ao nível dos tecidos esta
torna-se mais alcalina podendo captar iões H+ provenientes da
dissociação do ácido carbónico, o que contribui para regular o pH
Hb-O ¾¾¾® Hb
(+ ácida) (+ alcalina)
Mecanismos
respiratórios
O anidrido carbónico não eliminado
pode combinar-se com a água,
catalisada pelo enzima anidrase
carbónica originando ácido carbónico
que se poderá dissociar
Normalmente o anidrido carbónico é expulso pelos pulmões à medida que se
forma nos tecidos fazendo deslocar a reacção para a esquerda
Quando há excesso de H+, o centro respiratório é
estimulando provocando respirações profundas e rápidas, causando uma maior
eliminação de CO2 e desviando ainda mais a reacção para a esquerda ,
reduzindo-se assim a concentração de H+
Quando o pH aumenta (alcalose), a
frequência respiratória diminui e
portanto é eliminado menos CO2,deslocando-se a reacção para a
direita , formando-se mais H+ que compensa a alcalose.
Estas
correcções respiratórias do pH sanguíneo fazem-se em menos de um minuto.
Esta regulação
é menos rápida que a dos sistemas tampão estudados mas é duas vezes maior que a
acção de todos os tampões reunidos.
Todas as alterações importantes do sistema
respiratório perturbam o equilíbrio
ácido-base. A retenção da anidrido carbónico provoca acidose e a sua
eliminação excessiva provoca alcalose.
Quando a causa do desequilíbrio ácido-base é respiratória fala-se em acidose e alcalose
respiratórias.
Mecanismos
renais
Embora os pulmões eliminem
o acido carbónico sob a forma de anidrido carbónico e água, só os rins têm a
capacidade de eliminar os outros ácidos formados no metabolismo celular.
Além disso só os rins são capazes de regular as concentrações sanguíneas
de substâncias alcalinas e renovar os tampões
bicarbonato e fosfato que se gastaram na regulação dos iões H+
no líquido extracelular.
Uma parte do bicarbonato é eliminada pelos pulmões como anidrido
carbónico e água.
Para compensar os desequilíbrios do pH provocados pela alimentação e
pelo metabolismo o rim recorre aos seguintes mecanismos:
Ø Excreção de bicarbonato
Ø Reabsorção e excreção de bicarbonato
Excreção de bicarbonato
A perda de iões HCO3
corresponde ao aumento de H+ desviando-se a equação para a direita.
Assim para reabsorver bicarbonatos haverá secreção de H+ e, pelo
contrário, quando for excretado um excesso de bicarbonato, haverá retenção de H+
,
Os iões H+ segregados provêm da dissociação do ácido
carbónico formado nas células tubulares
pela combinação do anidrido carbónico com a água . Para cada H+ segregado para o lume, será reabsorvido do filtrado um ião
H+ para manter o equilíbrio electroquímico
Quanto maior for a abundância
dos capilares renais em anidrido carbónico, mais rápida será a secreção
de H+ e por conseguinte este sistema reage tanto ao aumento como à diminuição do pH.
Reabsorção de bicarbonato
Para manter este reservatório de bases representado pelo bicarbonato ou reserva alcalina a eliminação dos iões H+ pelo rim
poderá não ser suficiente sendo necessário conservar as reservas de bicarbonato
pela sua reabsorção.
As células tubulares são impermeáveis ao bicarbonato e portanto não o
podem reabsorver mas podem enviar para os capilares bicarbonatos sintetizados
no seu citoplasma . Quer dizer, o ácido carbónico sintetizado na célula dissocia-se em H+ que vai para o
lume do tubulo e bicarbonato que vai
para os capilares e assim para cada H+
que é filtrado entra um bicarbonato para os capilares.
Produção de bicarbonatos
Entram aqui em jogo dois mecanismos:
Ø Excreção de H+ tamponados
Ø Excreção de iões NH4+
Excreção de H+ tamponados
Os iões H+ introduzidos pela alimentação têm que ser
compensados pela produção de novos iões bicarbonato.
Todavia os iões H+ formados pela dissociação do ácido
carbónico e excretados para o filtrado
têm que ser tamponados para manter a
acidez da urina dentro dos limites fisiológicos
O principal tampão renal é, como
vimos, o sistema fosfato monosódico -
fosfato disódico.
O H+ é transportado para os tubulos renais pela bomba Na+/H+
combinando-se com o fosfato de sódio para
O Na+ libertado é transportado para a célula pela bomba Na+/H+ por troca
Na+ e é transportado para os capitais renais pela bomba de sódio
Excreção
de NH4+
O outro mecanismo é a produção de amoníaco na célula renal pelo metabolismo da glutamina.
O amoníaco pode difundir-se através das células para servir de tampão a
aval ou combinar-se com o H+ para formar NH+4
que é excretada pela urina como cloreto de amónio.
ACIDOSE E ALCALOSE
A falha do sistemas tampões ou dos mecanismos
fisiológicos em manter o pH a níveis normais leva à acidose ou à alcalose.
Acidose
Ocorre quando o pH cai abaixo de 7,35.
A acidose
respiratória surge quando o sistema respiratório não elimina bastante
anidrido carbónico.
A acidose
metabólica surge quando há uma
produção aumentada de ácidos como o acido láctico e corpos cetónicos ou quando os rins têm uma capacidade
diminuída de eliminar iões H+
Alcalose
Ocorre quando o pH do sangue ultrapassa 7,45.
A alcalose respiratória
deve-se a hiperventilação pulmonar.
A alcalose
metabólica deve-se à eliminação rápida do H+ no organismo, por
exemplo, após vómitos intensos.
CAPITULO 22
COLOIDES
Conceito
Além das membranas
semipermeáveis que deixam passar o solvente e não o soluto, há as membranas
dialiticas que deixam passar os solutos mas não as soluções com partículas mais
grosseiras.
O termo coloide foi dado por GRAHAM para
designar substâncias que não difundem não dialisam e deixam resíduos
semelhantes à cola.
Diferença entre coloides e
cristalóides
Cristalóide
coloide
Difusão + -
Diálise + -
Evaporação cristal cola
O
termo coloide na realidade refere-se mais a um estado de agregação da matéria
do que a uma classe particular de substâncias pois que muitos cristaloides em determinadas
condições se podem comportar como coloides e vice-versa.
Pode-se considerar uma solução coloidal como intermédia entre uma
solução verdadeira e uma suspensão, admitindo-se que o seu diâmetro está
compreendido entre 0,1 e 0,001 m . f
Soluções coloides suspensões
·
·
0,001 0,1 m
|
Fases de um coloide
Num coloide distinguem-se duas fases, uma fase que existe em maior
quantidade a fase dispersante onde se vai dispersar a fase dispersa
Num coloide podem-se encontrar
todas as combinações possíveis entre os
estados de matéria, excepto a combinação gás-gás
Combinações
entre os vários estados da matéria
Fase dispersa
|
Fase dispersante
|
Exemplo
|
Sólido
Sólido
Sólido
Líquido
Líquido
Líquido
Gás
Gás
|
Sólido
Líquido
Gás
Sólido
Líquido
Gás
Sólido
Líquido
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Rubi (ouro-sílica)
Ouro coloidal (ouro-água)
Fumo (cinza-ar)
Opala (água-sílica)
Leite (gordura-água)
Nevoeiro (água-ar)
Pedra-pomos (ar-silicato)
Espuma (água-ar)
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Sols e gels
Quando um coloide tem um aspecto fluido, denomina-se sol.
Os sols denominam-se frequentemente conforme a natureza da fase dispersante:
hidrosol, aerosol, etc.
Os coloides com estruturas mais rígidas denominam-se gels.
Gelificação
Certos coloides como a gelatina podem existir como gels ou como sols. A
altas temperaturas e com concentrações baixas de gelatina, a mistura comporta-se como um
hidrosol.
Se a concentração de gelatina aumentar e a temperatura diminuir, a
gelatina transforma-se em gel (gelificação)
dando-se uma inversão das fases do coloide – no primeiro caso era a água e
neste a gelatina
Sinerese
Nos gels pode-se observar um
fenómeno de retracção ( sinerese)
por perda da parte dispersante. Neste caso o gel torna-se muito mais viscoso.
Na coagulação do sangue, o gel de fibrina expulsa o soro por um mecanismo
de sinerese
Tixotropia
Um hidrogel
pode-se transformar em hidrosol
apenas por agitação – tixotropia ou peptização
Emulsoides e
suspensoides
Os coloides podem-se classificar em suspensoides e emulsoides
Suspensoides
Os suspensoides são
liófobos, isto é, as fases dispersa e dispersante repelem-se. Mantêm-se em
suspensão pela acção de cargas eléctricas.
As partículas não se agregam porque,
tendo todas a mesma carga eléctrica,
repelem-se umas às outras. Por esta razão floculam rapidamente quando a carga
eléctrica é neutralizada.
Emulsoides
Os emulsoides são liófilos – as duas fases não se repelem. O seu factor
de estabilidade é a orientação da fase dispersante à volta das partículas
coloidais
Quando desaparece a camada de moléculas da fase dispersante, quase
sempre água, o emulsoide perde o seu mecanismo fundamental de estabilidade, comportando-se
como um suspensoide quando se anulam as cargas eléctricas
Floculação
A remoção da água faz-se acrescentando substâncias com afinidade para a
água como o álcool ou pela acção do calor que desorganiza a camada de hidratação
do coloide(fig. 22.6
Coloides
protectores
Os suspensoides floculam pela
acção dos sais.
Todavia se acrescentarmos um emulsoide, a quantidade de sais necessários
para fazer a floculação aumenta porque formam um invólucro protector do
suspensoide
Um coloide que tenha uma acção deste tipo denomina-se coloide protector.
Propriedades dos coloides
Fenómeno de Tyndal
Se um feixe de luz intensa atravessar um sol, um observador colocado lateralmente
observará que no trajecto do feixe o líquido se mostra opalescente devido à
“iluminação” das partículas coloidais .
cortesia de James Hardy
Fenómeno de
Tyndall
Este efeito, conhecido pelo nome
de fenómeno Tyndall, não se observa apenas
quando a fase dispersante é líquida
É o caso da “iluminação” das partículas de poeira dum quarto quando
observadas através da frincha de uma porta.
Ultramicroscópio
As partículas coloidais pelo seu tamanho não podem ser vistas pelo
microscópio ordinário mas podem ser vistas utilizando o fenómeno Tyndall
através do ultramicroscópio em que o microscópio não é iluminado pela luz
directa mas apenas pela luz dispersa, que incide lateralmente.
Movimentos
brownianos
As partículas coloidais estão animadas de um movimento muito rápido em
zig-zag, o movimento browniano
Diálise
Por definição, os coloides
não dialisam.
Esta propriedade pode ser
aproveitada para a separação dos coloides dos cristaloides. Se
pusermos uma solução contendo um coloide e um cristaloide (p.ex albumina e
cloreto de sódio) haverá a difusão do cristaloide para fora da membrana, mas
não do coloide.
Se a água for renovada
algumas vezes, após algum tempo o saco conterá
praticamente só albumina pois a grande parte dos cristaloides já terá
difundido para o exterior
Difusão
Devido às suas dimensões,
os coloides difundem muito menos que os cristaloides.
Filtração
As partículas coloidais são suficientemente pequenas para atravessarem o
papel de filtro vulgar, ao contrário das suspensões que ficam retidas.
Há certas membranas, como as de colódio, cujos poros deixam passar as
partículas da fase dispersante mas não as
constituindo a fase dispersa.
Este é o fundamento de um método
de separação que utiliza estas membranas associadas à aplicação de pressão, a ultrafiltração.
Sedimentação
As partículas coloidais não sedimentam pela acção da gravidade nem
quando centrifugadas em centrifugas
simples.
Todavia se forem submetidas à acção de centrífugas extremamente potentes
(ultracentrifugas) sedimentarão
Electroforese
Um coloide submetido a um campo eléctrico, manifesta as características eléctricas das partículas.
Como têm todas a mesma carga eléctrica,
migram todas para o mesmo polo
Adsorção
As partículas coloidais oferecem
uma grande superfície e por isso a adsorção é intensa.
Em 1c.c. de albumina a 15% a superfície total das micelas é de 1,4m2.
A totalidade das partículas
coloidais do organismo humano corresponde a 2 milhões de metros quadrados.
Viscosidade
A existência de partículas provoca um grande
atrito interno e portanto viscosidade.
Imbibição
É a absorção de água feita pelos coloides hidrófilos, com libertação de
calor.
Pressão osmótica
As partículas coloidais
influenciam a pressão osmótica. Por exemplo, a gelatina a 15% exerce a pressão
osmótica de 8 mm.Hg.
A pressão osmótica exercida pelas proteínas do plasma denomina-se pressão oncótica
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