quarta-feira, 15 de maio de 2013

QUIMICA FISICA



Estados da materia
Solidos
Liquidos
Gases
Altitude
Temperatura
Vaporiczação
Mergulho
Difusão dos gases
Trocas gasosas nos piulmões
Tensão superficial
Importancia biologica da tensão suyperfiicial
Viscosidade
Adsorção
Solubilidade
Soluçõesa
Unidades internacionais
Propriedades coligativas
Osmose
Dissociação electrolitica
Concentração hidrpgenionica
Regulação do pH
Coloides

CAPITULO 1

                                  ESTADOS DA MATERIA



Sólidos, liquidos e gases

Os sólidos têm forma e volume definidos. Embora a forma possa mudar, o volume fica sempre o mesmo. Por exemplo, quando uma barra de ferro é prensada e transformada numa lâmina fina, a sua forma muda, mas o volume continua o mesmo.
Os  líquidos têm um volume definido, mas não têm forma própria – tomam a do recipiente que os contém
Os gases não têm forma nem volume definidos – tendem a ocupar o volume máximo que lhes é oferecido.

Os sólidos e líquidos têm uma compressibilidade fraca, ao contrário dos gases


Videos






Some Characteristics of Gases, Liquids and Solids and the Microscopic Explanation for the Behavior
gas
liquid
solid
assumes the shape and volume of its container
particles can move past one another
assumes the shape of the part of the container which it occupies
particles can move/slide past one another
retains a fixed volume and shape
rigid - particles locked into place
compressible
lots of free space between particles
not easily compressible
little free space between particles
not easily compressible
little free space between particles
flows easily
particles can move past one another
flows easily
particles can move/slide past one another
does not flow easily
rigid - particles cannot move/slide past one another






Propriedades da matéria

                   


Teoria cinética



A existência destes  estados da matéria explica-se pela natureza das forças que unem átomos e moléculas.
As diferentes propriedades dos sólidos, líquidos e gases são explicadas pela teoria cinética.
Segundo esta teoria, as moléculas estão sujeitas a duas forças opostas: as forças de coesão e as forças de dispersão.
Nos gases as forças  de coesão são nulas, nos sólidos são intensas e nos  líquidos são  intermédias.
A estrutura geral dos líquidos é igual à dos sólidos mas como as ligações são mais fracas, a estrutura não é tão estável nem tão ordenada.
Os sólidos têm uma estrutura cristalina mantida estável por ligações iónicas 





Solidos



 Liquidos


 Gases

 

Mudanças de estado



Uma substância pode mudar de estado desde que se alterem as forças  de  coesão ou de dispersão






A mudança de um estado da matéria para  outro denomina-se transição de fase

Passagem gás –liquido


A passagem gás-líquido faz-se quer aumentando a pressão que ao pôr as moléculas mais próximas aumenta as forças de coesão, quer diminuindo a temperatura que ao diminuir a velocidade das moléculas diminui as forças de dispersão



Passagem para energia cinetica maior

A mudança de um estado para outro em que a  energia cinética seja maior (sólido-líquido-gás)  necessita do fornecimento de energia, como o calor, ao sistema .


1

Passagem para energia cinetica menor

Pelo contrário a passagem para estados de energia cinética menor (gás- líquido- sólido) liberta energia  



 


CAPITULO 2

SOLIDOS


Caracteristicas


Não compressiveis
Geralmente têm unidades de repetição

Classificação

Amorfos
Cristalinos


Sólidos amorfos


Não têm um ponto de fusão definido
Não têm unidades de repetição


Sólidos cristalinos 

Dividem-se em:
¨      Ionicos
¨      Covalentes
¨      Moleculares
¨      Metalicos

Sólidos ionicos

São constituídos por unidades repetidas de iões


Sólidos moleculares

São constituídos por unidades repetidas de moléculas


Sólidos covalentes

Unidades de repetição de átomos unidos por ligações covalentes

Sólidos metálicos

As unidades de repetição são átomos metalicos

A Summary of Properties of Types of Solids


Type of Solid
Melting Point
Hardness
Conductivity
Molecular
Low
Soft to Brittle
Nonconducting
Metallic
Varies
Variable Hardness Malleable
Conducting
Ionic
High to Very High
Hard and Brittle
Nonconducting Solid Conducting Liquid
Covalent Network
Very High
Very Hard
Usually Nonconducting





CAPITULO 3

 GASES


Teoria cinetica


Os gases são constituidos por pequenas moleculas separadas por grandes distancias, pelo que não há forças de coesão.
Estas moleculas movem-se a grandes velocidades –a molecula de oxigenio move-se a cerca de 1,8 km/seg
As moléculas dos gases viajam em linha recta e a grande velocidade até encontrarem outras moléculas ou a parede do recipiente. Sempre que isto acontece, as moléculas mudam de direcção, resultando no conjunto um movimento confuso de moléculas em todas as direcções.
As moléculas quando chocam entre si ou com as paredes do recipiente, não perdem velocidade – são elásticas. Ao chocarem com as paredes do recipiente as moléculas exercem um impulso mecânico e portanto fazem pressão.




Video


  

Pressão dos gases



Definição

As moléculas dos gases chocam frequentemente com a parede do recipiente, desviando-se sem perda de energia cinética e exercendo uma força sobre a parede. Esta força dividida sobre a superfície total em que actua é a pressão do gás.
Esta pressão observa-se medindo a pressão que deve ser aplicada externamente para evitar que o gás se expanda  


Unidades de pressão

A pressão é definida como uma força por unidade de área

                Pressão= Força/Área


Definição de pressão

A unidade de pressão no sistema SI é o pascal -  força de um newton por metro quadrado.
Em física e química, as unidades mais usadas são as atmosferas, em que 1 atm equivale a 101325 Pa
Ainda se utilizam outras unidades de pressão

Unidades de pressão

Units of Pressure
1 pascal (Pa)
1 N*m-2 = 1 kg*m-1*s-2
1 atmosphere (atm)
1.01325*105 Pa
1 atmosphere (atm)
760 torr
1 bar
105 Pa


Medida da pressão

O barómetro é um tubo vertical fechado numa extremidade e aberto noutra. A extremidade aberta é colocada verticalmente
num recipiente com mercúrio. A pressão atmosférica forçará o mercúrio a subir no tubo até que o peso do mercúrio balance a pressão atmosférica  







Ao nível do mar a pressão é de 760 mm

Animação


Lei de Boyle



A pressão dos gases deve-se ao choque das moléculas com o recipiente que os contém.
 Para um mesmo número de moléculas quanto maior for o recipiente menos choques haverá e portanto a pressão será menor








Animação



Motores de combustão


Nos motores de combustão o movimento deve-se ao aumento de pressão  causado pela diminuição do volume causado pela compressão efectuada pelo pistão

Máquina a vapor



Na máquina a vapor o movimento desencadeia-se pelo aumento de pressão num recipiente em que o liquido passa a gás por aquecimento




Lei de Dalton


Esta lei diz que  a pressão exercida por uma mistura de gases é o somatório das suas pressões parciais:



 


(2)    Pt = P1 + P2 + P3 + ...                                Pt – pressão total 
                                                                               P1, P2, P3 ... pressões parciais



Denomina-se pressão parcial à pressão que exerceria cada gás se este ocupasse o espaço total. Calcula-se multiplicando a pressão total pela sua fracção molal:
(3)    Pp = XP  
                                              
X - fracção molal                                                                                                 
P- pressão total

Pp  pressão parcial

 

 

 

A pressão parcial designa-se por um P seguido em índice do gás a que se refere.




Lei de Henry


O numero de moleculas dissolvidas de um gás é proporcional à sua pressão ou, no caso de uma mistura de gases, à sua pressão parcial
Aumentando a pressão aumenta a solubilidade




Pressões parciais dos gases atmosféricos ao nível do mar


O ar atmosférico e uma mistura  de azoto, oxigénio, anidrido carbónico e vapor de água

Gases do ar atmosférico
Gás
Percentagem

Azoto

Oxigénio
Anidrido carbónico
Vapor de água
74,09
19,67
  0,04
  6,20



Aplicando  a lei de Dalton, se a pressão  total é o somatório das  pressões totais, a pressão parcial de cada gás calcula-se multiplicando a percentagem em que se encontra na mistura pele pressão total (neste caso 760)

Pressão parcial dos gases a 760mm

Gás

Pressão parcial

Azoto
Oxigénio
Anidrido carbónico
Vapor de água
563,4
149,3
0,3
47     



Pressões parciais nas grandes altitudes



Nas grandes altitudes a pressão atmosférica desce, atingindo a 5400m um valor correspondendo a metade da pressão ao nível do  mar (380mm Hg). As pressões parciais serão menores e   os gases dissolvem-se menos . A 9200m a pressão de vapor de água dentro dos alvéolos (47mm) igualaria a pressão atmosférica, pelo que a água dos alvéolos entraria em ebulição.

Pressões parciais a varias altitude

0 metros  6100 metros    15250 metros

             Pressão atm.                         760           349                   47
                    pN2                                 569            238                  15
                    pO2                                104            40                      1
                    pCO2                              40            24                     24
                    pH2O                              47            47                     47                  


Câmara hiperbárica

As câmaras hiperbáricas são uma aplicação da lei de Henry. Permitem a administração de oxigénio a uma pressão superior à atmosférica. Por exemplo, na intoxicação pelo óxido de carbono, a administração de oxigénio sob pressão permite fazer sair o óxido de carbono  e substituí-lo pelo oxigénio.



Lei de Gay-Lussac ou de Charles 

A pressão constante o volume é proporcional à temperatura absoluta, o que significa que o volume aumenta de 1/173 quando a temperatura sobe 1º K e baixa o mesmo valor com a descida de 1º K
O mesmo se passa com a pressão – a volumes constantes, a pressão é proporcional à temperatura absoluta.
Como consequencia desta lei, à temperatura absoluta, um gás não ocupa volume nem exerce pressão










Lei de Avogadro


Esta  lei diz que a pressão e temperatura  semelhantes, volumes iguais de gases correspondem  sempre ao mesmo número de moléculas.




À temperatura de OºC e à pressão de 1 atmosfera , uma molécula de qualquer gás ocupa um volume de 22,4 l.



cortesia de thinkquest


Equação dos gases perfeitos

As leis de Boyle e de Gay-Lussac  podem-se condensar na equação

       PV = KT    (K–constante que depende da massa  e da constituição química do   gás)

Esta equação denomina-se equação dos gases perfeitos porque só se verificaria rigorosamente num gás ideal, verificando-se apenas de um modo aproximado nos gases existentes. A equação aproxima-se tanto mais da realidade quanto menor for a pressão ou maior a temperatura.
Como pela lei de Avogaro à mesma temperatura e pressão um volume igual corresponde ao mesmo número de moléculas, podemos considerar  PV/T constante:



PV
=
 ou  PV = RT
(V – volume de uma molécula de  gás)

T

Se houver  n  moléculas:

                        PV = nRT

R é denominada constante molal dos gases e tem o mesmo valor para todos os gases. Como calcular o valor de R?

Esta  equação (9) pode ser reformulada:

(10)
R =
PV

nT


Para  P = 1  (1  atmosfera)  e  n = 1 (1 molécula),  segundo  a  lei de  Avogadro  a  Oº  (T = 273) uma molécula ocupa o volume de 22,4 litros. Substituindo estes valores em (10):

(10)
R =
1 x 22 ,4
=
0,082
P = 1
n = 1
T = 273
V=22,4

1 x 273




CAPITULO 4
ALTITUDE


Definição

Define-se  alta altitude como uma altitude superior a 1500m
Consideram-se três níveis de altitude 


                                     Níveis de altitude ( em metros)

                                                                                     
                                                                               Alta                       1500-2500      
                                                                              Muito alta             2500-5500
                                                                              Extrema                 >5500 

Nas altas atitudes a adaptação é suficiente
Nas altitudes muito altas é necessária aclimatação
Nas altitudes extremas a aclimatação é impossível

Consequências das altitudes altas

Oxigénio

A pressão parcial de oxigénio e a pressão atmosférica diminuem com a altitude 

Pressão atmosférica e  PO2


Altitude                           Pressão atmosferica                PO2
______________________mmHg___________________________________________                                                    760                                  90-95
2800m (9200ft)                              543                                   60
6100m (20140ft)                            356                                   35
15250                                                47                                    1




Temperatura

A temperatura desce 6,5º cada 1000m  

Temperaturas

Altitude(m)      Temperatura         
0                          15                  
2000                     8,5                
4000                    -11                 
6000                    -24                 
8000                    -37                 
10000                  -50               


Luz ultravioleta

A penetração da luz ultravioleta aumenta 4 por cento cada\300m aumento o perigo de cegueira \e queimaduras
O reflexo da luz na neve e gelo pode aumentar muito a temperatura em espaços fechados como tendas

Desidratação

É causada por perdas insensíveis  e  esforço

Adaptação crónica

Poliglobulia – Os andinos transportam mais oxigénio no sangue aumentando o numero de glóbulos vermelhos   poliglobulia

Acido 2,3 bisfosfoglicerico – Este acido, formado por um desvio da glicolise, o ciclo de Rapoport- Luebring, faz a oxihemoglobina libertar oxidenio com mais facilidade

NO – Nos tibetanos o pulmão segrega grandes quantidades de NO que ao dilatar os vasos permite oferecer aos tecidos mais sangue por unidade de tempo


CAPITULO 5

Temperatura


Termometria

Se dois corpos estão a temperaturas diferentes, o calor fluirá do mais quente para o mais frio até as temperaturas ficarem as mesmas.
É o principio da termometria – a temperatura é medida indirectamente colocando um instrumento calibrado em contacto com  o objecto a medir.

Escalas de temperatura

O termómetro utiliza uma quantidade facilmente mensurável como o comprimento duma coluna de mercúrio que varia com a temperatura
A escala de temperatura é totalmente arbitraria, tornando-se necessário definir unidades.
A  escala Celsus  define o 0 como a temperatura de congelação da água e 100 como a de ebulição, à pressão de 1atm, dividindo o espaço de 0 a 100 em 100 unidades, os graus centigrados.
Na escala Fahrenheit o 0 é a temperatura mais fria que se podia obter na altura( mistura de gelo com sal). O l00 representa a temperatura do corpo (mais exactamente 96,8). Nesta escala a agua gela a 32 e ferve a 212    

Consultar



Temperatura absoluta

Em l787 CARLES descreveu que o volume de um gás perfeito diminuía de 1/273 por grau a partir de 0, podendo-se prever que a 273 o volume seria 0. Dà-se a -273 a designação de zero absoluto e à escala em que -273 é 0, escala Kelvin.





Há formulas de conversão destas escalas

From
to Fahrenheit
to Celsius
to Kelvin
ºF
F
(ºF – 32)/1.8
(ºF-32)*5/9+273.15
ºC
(ºC * 1.8) + 32
C
ºC + 273.15
K
(K-273.15)*9/5+32
K – 273.15
K


Temperature conversions between the three temperature scales:

kelvin / degree Celsius conversions (exact):

  • kelvin = degree Celsius + 273.15
  • degree Celsius = kelvin - 273.15

degree Fahrenheit / degree Celsius conversions (exact):

  • degree F = degree C x 1.8 + 32.
  • degree C = (degree F - 32.) / 1.8



cortesia de Don Hilger

Conversão entre Fahrenheit e Celsus

Temperature
oC
oF
-20
-4
-15
5
-10
14
-5
23
0
32
5
41
10
50
15
59
20
68
25
77
30
86
35
95
40
104
45
113
50
122
  

Common temperature comparisons:

temperature
Degree Celsius
degree Fahrenheit
symbol
°C
°F
boiling point of water
100.
212.
average human body temperature
37.
98.6
average room temperature
20. to 25.
68. to 77.
melting point of ice
0.
32.
cortesia de Don Hilger





CAPITULO 6 

VAPORZAÇÃO



É a passagem de um líquido ao estado gasoso.
Necessita de energia, quase sempre fornecida como calor. P.ex. 1  mol de água necessita de 10 quilocalorias para se vaporizar.


Explicação

Consideremos um líquido colocado num recipiente . As moléculas situadas no interior  são atraídas em todas as direcções pelas moléculas circundantes ao contrário das superficiais que não têm moléculas acima.
Deste modo as forças de coesão são menores nas moléculas superficiais escapando algumas a estas forças. As que escapam vão para a atmosfera (vaporização) podendo algumas ser recapturadas.








Quando o número de moléculas que escapam é igual ao das  recapturadas diz-se que o ambiente está  saturado.

Pressão de vapor

A pressão de vapor é a tendência de um líquido em se vaporizar. Define-se como a pressão que exercem as moléculas vaporizadas no vácuo e em equilíbrio com o líquido, a uma determinada temperatura.
 Por exemplo, se colocarmos  água  num frasco à temperatura de 20º no vácuo,  medir-se-á uma pressão de 17,5mm. Hg, valor que corresponde à pressão de vaporização. A pressão de vapor aumenta com a temperatura.
A temperatura de ebulição diminui com a pressão atmosferica


Evaporação e ebulição

Evaporação é a vaporização das moléculas colocadas à superfície.
A ebulição  é  a vaporização de toda a massa do líquido por formação de bolhas de vapor no seu interior, por aumento de temperatura ou diminuição de pressão.
Para haver ebulição, a pressão de vapor  tem de ser superior à pressão externa. No caso da água a temperatura de ebulição é de l00º para uma pressão de 760mm. Hg.

Animações


APLICAÇÕES BIOLÓGICAS

A água absorve uma grande quantidade de calor corporal evaporando-se à superfície da pele, contribuindo assim para arrefecer o organismo. Cada grama de água que se evapora na pele consome 0,6 cal
Existe sempre no organismo a  evaporação continua de água proveniente dos pulmões, mucosa bucal e pele. É a perda insensível de água  correspondendo a um desperdício insensível de calor  por evaporação.
Quando a temperatura corporal aumenta esta evaporação torna-se um processo activo e sensível pela transpiração. A actividade física intensa pode acarretar um aumento de temperatura de 2 a 3º. Este aumento de temperatura é compensado pela transpiração que produz 1 a 2 litros de suor por dia, consumindo 600 a 1200 cal.



DESTILAÇÃO

Cada líquido tem uma temperatura de ebulição ou  ponto de ebulição  constante e característico.
Esta propriedade permite a purificação do líquido ou de substâncias nele dissolvidas por  destilação.
O líquido é aquecido num recipiente. O vapor formado pela ebulição do líquido entra num condensador onde é arrefecido, originando novamente um líquido que é colhido noutro recipiente







Se a destilação se fizer no vácuo, a temperatura necessária será menor (destilação no vácuo).
A destilação é utilizada não só para purificar líquidos, como na preparação de água destilada, mas também para concentrar substâncias dissolvidas. De facto, no balão ficam,  devido à evaporação,  uma solução muito concentrada ou no caso da evaporação total do solvente, apenas as substâncias dissolvidas .





CAPITULO 7

MERGULHO A GRANDES PROFUNDIDADES


Pressão

Nas grandes profundidades, como consequência da pressão exercida pela massa de água, a pressão aumenta. Considera-se que por cada 10 metros de profundidade, a pressão aumenta de 1 atmosfera (760mm). Assim, a 30 metros, a pressão será de 4 atmosferas (3040mm). Isto implica, segundo a lei de Henry, que os gases se dissolvam quatro vezes mais

Azoto.

·        À pressão atmosférica, embora o azoto seja o gás mais abundante e portanto com maior pressão parcial, devido à sua pouca solubilidade não se encontra em grandes quantidades no sangue. Todavia, a uma pressão quadrupla da habitual, a sua quantidade aumenta grandemente. Uma consequência do mergulho prolongado é a narcose pelo azoto, devida à sua acção sobre o cérebro.
Embolia gasosa

A embolia gasosa é o acidente mais grave da subida à superfície.Com o aumento de pressão devido à profundidade ,os gases, nomeadamente o azoto, estarão dissolvidos em  maior quantidade e libertar-se-ão para o sangue como bolhas gasosas, originando embolias.




Toxicidade do oxigénio

A exposição prolongada ao oxigénio durante a recuperação pode ser tóxica. A exposição prolongada ao oxigénio  durante mais de 8 horas pode ser tóxica para os pulmões e sistema nervoso
Nos pulmões observa-se dor subesternal, tosse e paradoxalmente uma menor distribuição de oxigenio aos tecidos
O grande perigo é a acção no SNC, observando-se náuseas, fadiga, ansiedade, confusão, falta de coordenação, convulsões
Nas câmaras hiperbáricas o oxigénio é administrado a uma pressão parcial máxima de 2,8  Bata com “quebras de ar” regulares.
Para tratamentos de mergulhos a grandes profundidades o hélio é usado como diluente.

Barotrauma

È a lesão dos tecidos causada por aumento de pressão ou por diferenças de pressão. No mergulho pode provocar lesões em cavidades:
·        Ruptura do tímpano
·        Lesão dos seios nasais
·        Explosão dos dentes
·        Ruptura do tecido pulmonar

Para mais detalhes sobre mergulho ler




CAPITULO 8

DIFUSÃO DE GASES



A difusão é o estabelecimento de um equilíbrio de concentrações pelo fluxo dos gases na direcção do mais concentrado para o menos concentrado.


                          
Efusão
É a difusão de gases através de uma membrana

Factores condicionando a difusão

Gradiente de concentrações

 Condiciona a existência da própria difusão:
Se não houver diferenças de concentração não há difusão.

Densidade dos gases

 Condiciona a velocidade da difusão: - quanto maior for a densidade do gás, menor será a velocidade de difusão.

Solubilidade e temperatura
O volume de um gás dissolvido num líquido depende não só da sua pressão parcial, como definida pela lei de Henry, mas também da solubilidade e da temperatura.
Os diferentes gases têm solubilidades muito diferentes na água, portanto no plasma.
Dos gases do sangue o anidrido carbónico é o mais solúvel, o oxigénio é  20 vezes menos e o azoto praticamente insolúvel. Como consequência  à pressão total de 1 atmosfera dissolver-se-á muito mais anidrido carbónico que  oxigénio e pouquíssimo azoto. Como vimos, a pressão parciais mais elevadas a dissolução do azoto pode ser considerável.
temperatura  é outro factor a considerar. O aumento de temperatura aumenta a solubilidade dos gases e a diminuição baixa.


Absorção

É a  fixação de um gás num líquido  ou num sólido  em toda a sua massa por uma reacção química.
Nos gases do sangue é o caso do oxigénio que se liga à hemoglobina formando oxihemoglobina e do  anidrido carbónico que se combina com a hemoglobina para formar  carboxihemoglobina e com a água para formar ácido carbónico.
No sangue 3% do oxigénio  encontra-se dissolvido e 97% como oxihemoglobina. No caso do anidrido carbónico 10% encontra-se dissolvido, 80% como ácido carbónico (45% no plasma e 35% nos glóbulos) e 10% como carboxihemoglobina.







CAPITULO 9

TROCAS GASOSAS NOS PULMÕES


As trocas gasosas realizam-se nos alvéolos pulmonares.
Estes estão rodeados pelos capilares da circulação pulmonar.
A sua ansa aferente contém sangue pobre em oxigénio e rico em anidrido carbónico transportados pelas artérias pulmonares, provenientes do ventrículo direito

Trocas gasosas
Durante a sua passagem pelos capilares pulmonares, o sangue carregar-se-á de oxigénio num muito curto período de tempo. Ao mesmo tempo, o anidrido carbónico difunde-se no sentido inverso sendo eliminado pela expiração. A estas trocas de anidrido carbónico e oxigénio, chama-se  trocas gasosas.
Após as trocas, a ansa eferente dos capilares conterá um sangue rico em oxigénio e pobre em anidrido carbónico que será transportado para a aurícula esquerda pelas veias pulmonares e seguidamente  pela  aorta para  distribuir oxigénio aos órgãos e tecidos. .

Composição do gás alveolar

A composição do ar atmosférico é muito diferente da do gás alveolar

Pressões parciais no gás alveolar

Gás
Ar atmosférico
Ar alveolar
Azoto
Oxigénio
Anidrido carbónico
Vapor de água
563,4
149,3
   0,3
 47,0
569,0
104,0
  40,0
  47,0


Estes valores explicam o sentido das trocas gasosas




Animações



Estas pressões parciais são fortemente influenciadas pela frequência e amplitude da  respiração. Uma forte ventilação  alveolar conduz muito oxigénio aos alvéolos, aumentando a pressão parcial de oxigénio e eliminando rapidamente o anidrido carbónico.



Trocas gasosas nos pulmões

Dá-se o nome de  respiração externa às trocas gasosas entre os alvéolos e o sangue. Estas trocas são influenciadas pelos seguintes factores:
¨      Pressão parcial
¨      Oxigenação do sangue
¨      Espessura da membrana alveolo-capilar

Pressão parcial e solubilidade

A diferença das pressões  parciais do oxigénio entre o ar alveolar (104 mm) e o sangue venoso(40 mm) cria um gradiente de 64mm que obriga ao fluxo na direcção alveolo-sangue. O equilíbrio das pressões é muito rápido, fazendo-se em cerca de 0,25 seg.
O anidrido carbónico segue um trajecto inverso com um gradiente de concentração de 5 (40 contra 45), sendo em seguida expulso pela expiração.



ESPESSURA DA MEMBRANA ALVEOLO-CAPILAR

Em pulmões normais, a membrana que separa os alvéolos dos capilares (membrana alveolo-capilar) tem uma espessura muito reduzida – 0,5 a 1 mm – permitindo uma difusão muito eficaz.
No caso de uma  pneumonia ou de um edema pulmonar, a espessura aumentará, afectando grandemente a eficácia da difusão .
Quanto maior for área da membrana capilar, maiores serão as trocas gasosas. Embora cada alvéolo tenha um diâmetro de 0,3hm., a área total dos alveolos é de 140 m2 o que corresponde a 40 vezes a área da pele. A área oferecida pelos capilares é da mesma ordem de grandeza. É fácil de compreender que a difusão diminua bastante quando a área alveolar diminuir.
E o caso da destruição dos septos interalveolares no enfisema




Enfisema

Após as trocas, a ansa eferente dos capilares conterá um sangue rico em oxigénio e pobre em anidrido carbónico que será transportado para a aurícula esquerda pelas veias pulmonares e seguidamente  pela  aorta para  distribuir oxigénio aos órgãos e tecidos. .




                                                                              
CAPITULO 10
.
TENSÃO SUPERFICIAL


Se pusermos uma pequena quantidade de água numa lâmina de vidro esta toma uma forma lenticular em vez de se espalhar pela lâmina,  realizando de um certo modo um pseudo-sólido.
..







A água comporta-se como se estivesse dotada de uma película superficial mantida sob tensão, capaz de sustentar objectos mais densos do que ela. É particularmente marcante o sulco deixado por certos insectos que flutuam na água, como os “ alfaiates “ dando a ideia de à medida que avançam vão rompendo a película
Ora, este fenómeno é fruto da exitência da tensão superficial.
Quando as forças de atracção na superficie excedem a tensão superficial,o liquido tende a molhar a superficie 


Explicação



Enquanto que as moléculas de um líquido no interior de um recipiente são atraídas pelas forças de coesão em todas as direcções, as da superfície são apenas atraídas pelas moléculas existentes no interior. Devido a este facto a película do liquido mostra a existência de uma tensão à superfície (tensão superficial) comportando-se como se fosse uma membrana tensa.





  

Um exemplo ajudar-nos-á a compreender melhor este fenómeno. Se num copo com mercúrio acrescentarmos pó de licopódio, esta ficará à superfície. Se introduzirmos uma vareta de vidro, o pó penetrará na profundidade do líquido, contígua a zona em que a vareta foi introduzida, voltando a ocupar a superfície se se remover a vareta. Tudo se passou como se a superfície do  líquido fosse uma membrana tensa, deprimível  pela varet 
                          
Se se acrescentar ao mercúrio uma substancia que baixe a tensão superficial, como os sais biliares, este fenómeno não se passa e  a flor de enxofre mergulhará totalmente no liquido
                                      

Factores influenciando a tensão  superficial


Temperatura


A tensão superficial diminui com o aumento da temperatura pois que a agitação térmica das moléculas diminui as forças de atracção.








Substancias dissolvidas

A introdução de uma substancia num liquido pode modificar a sua tensão superficial, por alterar as forças de coesão existentes.
As substancias polares aumentam a tensão superficial por aumentarem as forças de atracção.
As substancias apolares, como os detergentes e os sais biliares, interferem com a forças de coesão, baixando a tensão superficial.


Teorema de Gibbs


Segundo  o  teorema de Gibbs, as moléculas que baixam a tensão superficial concentram-se à superfície e as que a elevam afastam-se da superfície.

Consequencias da tensão superficial


Forma de uma gota

A forma de uma gota depende da relação entre duas forças – gravidade e tensão superficial.
Se pusermos uma gota grande numa lâmina, a gravidade predomina e a gota espalha-se pela lâmina.
Se a gota for pequena, a acção da gravidade é  praticamente nula e, como irá predominar a tensão superficial, a gota tende a ocupar a mínima superfície possível, tomando uma forma esférica

                                                                                                                                  

Capilaridade


A tensão superficial produz o desnivelamento de um líquido em contacto com uma parede.
Se o líquido molha a parede, é exercida uma tracção de baixo para cima – há uma elevação do líquido fazendo este um ângulo constante dependendo do líquido e da natureza da parede  formando-se um menisco concavo
Se  o  líquido não molha a parede, há uma depressão do líquido, formando-se um ângulo com um sentido inverso do anterior
Se se  mergulha num líquido um tubo estreito aberto nas suas duas extremidades o líquido penetrará no tubo com um nível superior ou inferior ao nível do líquido, conforme o líquido molha ou não molha, formando meniscos côncavos ou convexos


When liquid water is confined in a tube, its surface (meniscus) has a concave shape because water wets the surface and creeps up the side


When liquid water is confined in a tube, its surface (meniscus) has a concave shape because water wets the surface and creeps up the side.
Mercury does not wet glass - the cohesive forces within the drops are stronger than the adhesive forces between the drops and glass. When liquid mercury is confined in a tube, its surface (meniscus) has a convex shape because the cohesive forces in liquid mercury tend to draw it into a drop.


  




Imbibição capilar


A água penetra facilmente nos sólidos porosos pois que cada canalículo escavado no sólido se comporta como um tubo estreito por onde a água caminha.
Como os canalículos dos corpos porosos são muito estreitos, a subida da água pode atingir grandes alturas.
 É o que se passa colocando verticalmente uma tira de papel numa tina com água 





CAPITULO 11

IMPORTANCIA BIOLOGICA DA TENSÃO SUPERFICIAL


Digestão dos lipidos

A diminuição da tensão superficial provocada pelos sais biliares tem importância  digestão dos lípidos.
 Os lípidos são digeridos por uma lipase. Este enzima actua sobre a superfície das gotículas dos lípidos. Por conseguinte,  quanto maior for a superfície de cada partícula, maior será a  área total oferecida à acção da lipase.
. Como os sais biliares baixam a tensão superficial, permitem a formação de gotículas de lípidos muito pequenas, oferecendo assim uma grande superfície de absorção 
Este facto é tão importante que quando a bílis não chega ao intestino por obstrução das vias biliares, a absorção dos lípidos está muito diminuída.



Tensão superficial nos alveolos
Durante a expiração os alvéolos têm tendência a colapsarem-se  por duas razões:
·        Elasticidade dos pulmões devido à existência de fibras elásticas;
·        Tensão superficial da água que é o principal constituinte de película que cobre a parede interna dos alvéolos.
A tensão superficial da água seria suficientemente elevada para fazer um colapso total dos alvéolos durante a expiração, tornando necessário um grande gasto de energia para dilatar os alvéolos na inspiração.
Para evitar isto, o pulmão segrega uma molécula com actividade detergente, o surfactante que  diminui a tensão superficial da água. Calculou-se que o surfactante diminui cerca de dez vezes a tensão superficial da água.




Síndroma de malestar respiratório  do recém nascido

O surfactante começa a ser produzido a partir do sétimo mês da gravidez. Por esta razão os fetos prematuros nascem com uma quantidade deficiente de surfactante pelo que os alvéolos tendem a colapsar-se criando grandes dificuldades respiratórias .
A esta doença dá-se o nome de  síndroma de malestar respiratório do recém-nascido ou  doença da membrana hialina.
Esta doença trata-se por meio de respiradores de pressão positiva, que impedem o colapso dos alvéolos e pela pulverização dos condutos aéreos com surfactante.




Detergentes


Moléculas anfifilicas ou anfipaticas


Os ácidos carboxilicos com mais de 10 carbonos têm um comportamento próprio na agua devido à presença  na mesma molécula de grupos hidrófilos (COOH) e hidrófobos (alquilos) – são moléculas anfifilas ou anfipaticas.
Estes ácidos flutuam na agua, por serem insolúveis, espalhando-se por toda a superfície formando uma camada monomolecular em que os grupos carboxilo estão ligados por pontes de hidrogénio à agua e as cadeias alquilo se alinham fora  da agua
Os sais de ácidos gordos com metais alcalinos são mais solúveis que os ácidos, comportando-se como surfactantes fortes. Os exemplos mais habituais são os sabões e os detergentes


Micelas

Quando pequenas quantidades destes surfactantes se dissolvem na agua dà-se  uma dispersão ao acaso das moléculas do soluto.
Quando a concentração é maior as moléculas reúnem-se reversivelmente em agregados polimoleculares, as micelas,  colocando-se as cadeias hidrófobas no centro da micela

Animação



Sabões  e detergentes

O agente de limpeza mais antigo e mais conhecido é o sabão.
Como são pouco ácidos, os metais alcalinos existentes nas aguas pesadas diminuem a sua acidez, diminuindo a eficácia e provocam a agregação das micelas.
Os detergentes não têm estes problemas por usarem ácidos muito mais fortes




  

CAPITULO 12

VISCOSIDADE




Uma característica geral dos líquidos é a sua fluidez, isto é, a sua adaptação  à  forma do recipiente que os contem. Todavia nem todos os líquidos fluem com a mesma facilidade – uns líquidos são mais “espessos” do que  outros. É o caso do leite em relação à água



Viscosidade do leite

Se deslocarmos um braço dentro de água, constatamos que o deslocamento é mais difícil que no ar e se o fizermos num recipiente com goma arábica constatamos que ainda é mais difícil.
A resistência de um líquido ao deslocamento chama-se  viscosidade. Deve-se  ao atrito das moléculas entre si. Quanto maiores forem as forças de coesão maior será o atrito e portanto a viscosidade.

Factores afectando a viscosidade 

Estrutura química


Para compostos da mesma classe a viscosidade  aumenta com o peso molecular. É o que se passa nos hidrocarbonetos alifaticos.
Nos compostos contendo grupos OH, estes podem formar ligações entre o H de uma molécula e o OH  da molécula adjacente, aumentando assim a viscosidade.
 É por esta razão que a viscosidade da água é maior que a do clorofórmio, embora este tenha um peso molecular mais elevado.


Temperatura


A viscosidade diminui rapidamente à medida que a temperatura aumenta. É bem conhecido o aumento da  fluidez (propriedade inversa da viscosidade) dos óleos com o aumento de temperatura


Substâncias em suspensão


Aumentam a viscosidade.
É por esta razão que a viscosidade do sangue e maior que a da água.


VISCOSIDADE DO SANGUE

O sangue é muito mais viscoso do que a água porque contem os glóbulos brancos e vermelhos e as proteínas plasmáticas. Nas mesmas condições flui mais lentamente que a água.
Nas situações de desidratação (perda de água) a viscosidade aumenta. Quando há perda de glóbulos vermelhos (hemorragias) a viscosidade diminui.
Há situações pouco frequentes que pode aumentar a viscosidade:
Ø  Agregação dos glóbulos vermelhos
Ø  Aumento do número de glóbulos vermelhos (poliglobulia)
Ø  Perda da deformabilidade normal dos glóbulos em certas anemias
.





CAPITULO 13

ADSORÇÃO

É a fixação de corpos gasosos ou em solução ao nível de superfícies ou, dizendo de outra maneira, a concentração numa interface.


Adsorção de gases em sólidos


É o caso da fixação do óxido de carbono no carvão activado existente, por exemplo, numa máscara anti-gás

7




Isoterma de Langmuir


A quantidade de gás adsorvido por unidade de peso de adsorvente aumenta com a pressão parcial do gás.
Há um valor a partir do qual a adsorção não se efectua por o adsorvente ficar saturado.
A curva relacionando adsorção com concentração denomina-se isoterma de Langmuir 






Adsorção de solutos em sólidos
  

A adsorção dos sólidos faz-se através das suas soluções. Há dois mecanismos possíveis:

Adsorção apolar


GIBBS demonstrou que as moléculas que baixam a tensão superficial tendem a concentrar-se na interface.
Se se baixar  a tensão entre a água e o  carvão activado, as substâncias dissolvidas concentrar-se-ão na interface. É a adsorção apolar.

Adsorção polar


Muitos sólidos quando em contacto com a água adquirem carga eléctrica. É o caso da sílica que se torna negativa podendo assim adsorver moléculas de carga positiva 
É a adsorção polar.


Características da adsorção


Selectividade

Um adsorvente posto na presença de vários solutos adsorve preferencialmente um deles.
Dum modo geral são adsorvidas mais facilmente substâncias tensioactivas e ou com estrutura complexa.

Temperatura

A quantidade de substância adsorvida diminui à medida que a temperatura  aumenta.
O aumento da energia cinética produzido pela temperatura diminui as forças de atracção para a superfície.

Natureza química do adsorvente

O carvão animal possui capacidades   adsortivas diferentes conforme o seu modo de preparação.
O carvão “activado” por ter sido aquecido várias horas a 700-800º é muito mais activo que outras formas de carvão.

Superfície

Quanto maior a superfície oferecida pelo adsorvente, tanto maior será a sua capacidade adsortiva.
Os melhores adsorventes são os que podem ser pulverizados  muito finamente ou então são muito porosos. São exemplos o carvão animal, o óxido de alumínio e o caulino.

Concentração do soluto

Existe uma relação directa entre a concentração no soluto e a quantidade adsorvida, definida pela isoterma de Langmuir.


Eluição

Pode-se inverter o  sentido da reacção, diluindo progressivamente o meio de dispersão.
Este fenómeno inverso da adsorção denomina-se  eluição.
A eluição observa-se, por exemplo, ao arrastar por meio de um solvente corantes retidos num adsorvente ou retirando os gases duma máscara anti-gases colocando-a no vácuo ou em pressão reduzida.






CAPITULO 14

SOLUBILIDADE



Solubilidade de liquidos

Dois líquidos são totalmente miscíveis quando as moléculas de um se dispersam homogeneamente nas do outro.


Relações com estrutura química



A  miscibilidade dos líquidos está relacionada com a sua estrutura química.
 Quanto mais semelhante for a polaridade, tanto maior será a solubilidade pois as moléculas dos dois líquidos originariam campos eléctricos  análogos.
Os líquidos orgânicos dissolvem-se em líquidos polares quando nas suas moléculas predominam grupos polares e nos apolares quando predominam grupos apolares.



Solubilidade de sólidos em líquidos


Soluções saturadas e não saturadas

Quando se põe em contacto um sólido com um líquido as moléculas do líquido ao chocarem com a rede cristalina do sólido arrancam fragmentos deste que se irão dispersar no líquido – o sólido dissolveu-se no líquido





A solução está  saturada  quando se estabelece um equilíbrio entre as partículas arrancadas e as que se depositam.
Quando se depositam mais partículas dos que as que saem a solução diz-se sobresaturada








Cristalização


A solubilidade aumenta quando a temperatura sobe e diminui quando desce.
 Colocando a solução a uma temperatura baixa, esta torna-se saturada ou sobresaturada porque a solubilidade diminuiu, depositando-se no fundo os cristais do sólido – cristalização.
Esta propriedade pode ser  utilizada para purificar ou separar sólidos. Empregando  temperaturas diferentes podem-se cristalizar vários sólidos existentes numa solução – cristalização fraccionada.

Partilha

Se agitarmos uma substancia em dois solventes não miscíveis ela distribuir-se-á  nos dois solventes, encontrando-se em mais quantidade no solvente em que for mais solúvel.
A razão entre a concentração num e noutro solvente denomina-se  coeficiente de partilha.
Esta propriedade é utilizada em vários processos de separação como a cromatografia de partilha.

Extracção


É um processo de separação em que se coloca um soluto em contacto com um líquido não miscível.
Se um dos componentes do soluto for solúvel no líquido não miscível, ele distribuir-se-á totalmente nesse solvente.


Difusão


Na ausência de agitação, a dissolução de um sólido solúvel faz-se lentamente começando pela parte do solvente mais próxima do sólido
A agitação aumenta a rapidez da difusão. A difusão faz-se sempre do mais concentrado para o menos concentrado.
  

Difusão facilitada e transporte activo

No organismo podem encontrar-se excepções às  regras da difusão.
 Nalguns casos é mais rápida do que prevista – difusão facilitada.
Por vezes a absorção faz-se num sentido contrário,  ou seja, do menos concentrado para o mais concentrado – transporte activo.
No transporte activo é sempre necessária energia.


Solubilidade de diferentes moleculas

A solubilidade das  moléculas depende muito do tipo de ligações que as constitui.

Compostos electrovalentes em solventes polares

A temperatura ambiente os compostos iónicos dissociam-se na água, devido ao seu carácter polar e à sua constante dieléctrica elevada.
Os dipolos da água são atraídos pelos iões dissociados de  modo a que o polo negativo do oxigénio se coloca frente aos iões positivos e o polo positivo dos iões hidrogénio frente aos iões negativos  . Deste modo as moléculas de água neutralizam parcialmente a carga dos iões facilitando assim a sua manutenção em solução      




cortesia de James Hardy



Animações



Bainhas de solvatação

Os iões ficam rodeados por moléculas de água - bainhas de solvatação






Por outro lado, a água ao interpor-se entre os iões reduz grandemente a sua  força de atracção.

Energia de hidratação

A hidratação dos iões que provoca a solvatação, liberta energia – energia de hidratação que é utilizada para vencer as forças de coesão que mantêm a rede do cristal unida
Quando as forças de coesão são superiores à energia de hidratação, o composto é insolúvel. É o caso do sulfato de bário.







Compostos electrovalentes em solventes apolares

Os solventes apolares não solvatam os iões e portanto não há energia de hidratação para vencer as forças de coesão.
Por  esta razão os compostos polares não são solúveis em solventes apolares.

Compostos covalentes não polares


Dissolvem-se nos solventes apolares e não se dissolvem nos polares.
Num composto deste tipo, como o tetracloreto de carbono, não há atracção entre a água e o composto. Nesta situação, as moléculas de água atraem-se entre si numa disposição compacta, impedindo a difusão do composto.
No caso dos solventes apolares, as moléculas do solvente por não terem cargas eléctricas, não se atraem entre si, não impedindo a difusão das moléculas do composto.


Compostos covalentes polares


Estes compostos, como o HCl,  dissolvem-se tanto nos solventes polares como nos apolares, por razões diferentes.
Solventes apolares

Dissolvem-se por difusão, encontrando-se no solvente como moléculas não dissociadas.


cortesia de James Hardy
 Solventes não polares
Solventes polares

Os compostos reagem com o solvente:

                               H2O + HCl  ¾®  H3O+  + Cl-


Neste caso as moléculas encontram-se dissociadas.







CAPITULO 15

SOLUÇÕES


Definições

Num sentido lato, uma solução é uma mistura física e quimicamente homogénea. Num sentido estrito, as soluções verdadeiras ou propriamente  ditas, ou simplesmente soluções, dizem respeito a misturas homogéneas de sólidos em líquidos.
Chama-se soluto à substância ou substâncias que se vão dissolver e  solvente ao líquido que vai dissolver o soluto.


Expressão das concentrações

Expressão em percentagem


Peso de soluto por  peso de solução (p/p)

Se pusermos 10g de cloreto de sódio num balão e acrescentarmos solvente até  perfazer 100g teremos uma solução de cloreto de sódio a 10gr/l00g.


Peso de soluto por volume  de solução ( p/v)


Seguindo o mesmo exemplo para preparar uma solução a 10g/100ml de cloreto de sódio poríamos 10gr de cloreto de sódio num balão aferido de 100ml e colocaremos solvente até perfazer 100ml


Volume por volume(v/v)

Por exemplo, para preparar uma solução a 8% (v/v ) de amónia em água  coloca-se num balão aferido 8ml de amónia e completa-se com água até 100 


Concentração molar


É o número de moléculas (abreviadamente moles) por litro de solução.

Concentração molal


É o número de moléculas por 1000g de solvente.

Fracção molal

A fracção molal do constituinte duma solução é o número de moles deste constituinte dividido pelo número total de moles existentes na solução:

 F1
=
n1

F1fracção molal do constituinte 1
n1 –  número de moles do constituinte 1
N – número total de moles
N = n1+ n2 + n3 + ...
N






CAPITULO 16

                                                       UNIDADES INTERNACIONAIS



Conceito


A multiplicidade de unidades de medida levou ao estabelecimento de um sistema internacional de unidades (unidades S. I.).
Este sistema baseia-se em unidades base correspondendo a quantidades físicas  independentes,  referenciadas cada uma a um único padrão existente num lugar definido.
Destas unidades derivam as unidades derivadas.
Nalguns casos em que não se determinam concentrações recorre-se a unidades arbitrárias.
Para não ter números muito extensos ou muitas casas decimais pode-se recorrer a prefixos.


Unidades base

Trata-se de sete unidades que foram definidas a partir de  fenómenos físicos supostos imutáveis e totalmente reprodutíveis, utilizando para cada unidade um padrão de referencia único no mundo

Unidades base
Quantidades de base
Nome
Símbolo
Comprimento
Massa
Quantidade de substância
Temperatura
Tempo
Corrente eléctrica
Intensidade luminosa
Metro
Quilograma
Mole
Kelvin
Segundo
Ampere
Candela

m
Kg
mol
K
S
A
cd




Unidades derivadas


A partir destas unidades podem-se definir unidades derivadas, multiplicando-as ou dividindo-as entre si.
Estas unidades são coerentes  se a transformação não faz intervir qualquer factor numérico,  mesmo  potências de 10 ( quadro 16.II),  e não coerentes  no caso contrário (quadro 16.III).


Unidades coerentes


Quantidade
Nome
Símbolo
Superfície
Potencial eléctrico
Energia
Força
Frequência
Pressão
Temperatura
Velocidade
Aceleração
Volume
Metro quadrado
Volt
Joule
Newton
Hertz
Pascal
Grau Celsius
Metro / segundo
Metro / segundo2
Metro cúbico
m2
V = kg m2 / s3 A
J =  m2 / s2
N =  m / s2
Hz = 1 ciclo / s
Pa = Kg / m s2
ºC = ºk-273.15
m / s
m / s2
m3


Unidades não coerentes

Quantidade
Nome
Símbolo
Volume
Depuração
Concentração de massa
Concentração de substância
Densidade
Litro
Litro por segundo
Kilograma por litro
Mol por litro
Kilograma por litro
I = dm3
l / s
kg / l
mol / l
kg / l


Unidades arbitrarias


Em certos casos, como na actividade enzimática, não se determinam concentrações mas sim actividades,  pelo que se recorre   a unidades arbitrárias.
 Neste caso para evitar também a proliferação de unidades arbitrárias foram definidas Unidades Internacionais (U.I.)


Prefixos

Os resultados devem ser exprimidos no máximo por três algarismos e uma vírgula.
Para conseguir este objectivo utilizam-se prefixos correspondendo a potências de 10

Prefixos

Factor
Prefixo
Símbolo do prefixo
1012
109
106
103
102
101
10-1
10-2
10-3
10-6
10-9
10-12
10-15
10-18
            Ter
Giga
Mega
Kilo
Hecto
Deca
Deci
Centi
Mili
Micro
Nano
Pico
Femto
Ato
T
G
M
k
h
da
d
c
m
u
n
p
f
a




Factores de conversão

Em Química Clínica o uso das unidades S.I. não se uniformizou.
Convém portanto conhecer as equivalências entre unidades antigas e Unidades S

Em http://tcaep.co.uk/science/index.htm encontra a lista de todas as Unidades Internacionais.
Em www.convert-me.com/en dispõe um calculador que converte as unidades 




CAPITULO 17

                                                    PROPRIEDADES COLIGATIVAS




São propriedades que dependem apenas do número total de partículas, sejam elas moléculas não dissociadas ou iões.


Causas

 Estas propriedades são devidas à diminuição da pressão de vapor do  solvente pelas seguintes razões:

  • As partículas diminuem o número de moléculas de solvente existentes à superfície e portanto escaparão para a atmosfera menos moléculas do solvente



cortesia de James Hardu








·        As forças de atracção entre o solvente e o soluto aumentam as forças de coesão, dificultando assim a libertação das moléculas do solvente.



Propriedades coligativas mais importantes


As propriedades coligativas mais importantes são:
·        Aumento da temperatura   de ebulição 




·        Abaixamento do ponto de congelação
·        Osmose


Aumento da temperatura de ebulição


À temperatura em que a ebulição se inicia (temperatura de ebulição) a pressão de vapor iguala ou supera a pressão atmosférica.
Quando a pressão de vapor diminui, pela existência de partículas dissolvidas, é necessário fornecer mais calor para igualar a pressão atmosférica – aumenta a temperatura de ebulição.
 É o caso da maior temperatura de ebulição da água salgada em relação à agua pura


Abaixamento do ponto de congelação


A congelação produz-se quando a pressão de vapor do líquido é igual à do sólido.
Sendo assim, diminuindo a pressão de vapor, terá que haver um maior abaixamento de temperatura para igualar as pressões.
 É por esta razão que a água salgada congela a temperaturas mais baixas que a água pura porque, tendo substâncias dissolvidas, a sua pressão de vapor é menor.


Lei de Raoult


O abaixamento do ponto de congelação e o aumento da temperatura de ebulição são proporcionais ao número de moléculas  dissolvidas.
Esta  propriedade tem sido utilizada para determinar concentrações e pesos moleculares.
O método mais utilizado tem sido a determinação do abaixamento do ponto de congelação (crioscopia).
Segundo a lei de Raoult o abaixamento do ponto de congelação é dado pela seguinte fórmula:


(1)

t = K

C

t – Abaixamento do ponto de congelação
C – concentração molal
M – peso molecular
K – constante característica de cada solvente

M


O valor de K para a água é de 1,86, pelo que a equação (1) poderá ser reformulada para o caso da água:

(2)

t = 1,86

C

M




Aplicações da lei de Raoult

 


Concentração de uma substância de peso molecular conhecido

Isolando C da equação (2) teremos:

(3)

C = t

M

1,86


Sendo todos os outros valores conhecidos basta fazer contas. Vejamos com um exemplo. Qual a concentração de sacarose (peso molecular = 342) que baixou o ponto de congelação de 0,486.
Aplicando os números em (2):

C =

0,486 x 342

= 85,5

1,86

A concentração da sacarose será de 85,5g de sacarose em 1000 g de água.


Determinação do peso molecular

Calcula-se  isolando M na equação (2)

M =
1,86 C
T


Determinação do número  de moles

Para esta determinação  basta uma regra de três simples, tendo em conta que 1mol de  qualquer substância dissolvida em água baixa o ponto de congelação de 1,86

1  mol ¾¾ 1,86
M ¾¾¾¾  t     

Donde

(4)

M =

T

1,86









CAPITULO 18
OSMOSE


Experiencia de DUTROCHET

A noção de osmose deve-se a DUTROCHET.
 Este autor idealizou um aparelho, o osmómetro, constituído por um tubo encerrado na sua extremidade inferior por uma membrana permeável ao solvente e não ao soluto (membrana semipermeável)
Se se colocar este aparelho  preenchido com água com açúcar num recipiente contendo só água, observa-se a entrada de água para dentro do tubo com a consequente subida de nível (


Conceito

A osmose é a passagem do solvente da solução mais concentrada para a menos concentrada quando as duas soluções estão separadas por uma membrana semipermeável.

Animação: .

Pressão osmotica

Denomina-se pressão osmótica  à força que contraria esta subida do líquido provocada pela osmose

Explicação da osmose


Para que haja osmose  é necessário que haja uma membrana semipermeável, isto é, que deixe passar as moléculas do solvente, mas não as do soluto 
Como as moléculas do soluto não atravessam a membrana, o equilíbrio de concentrações só se poderá conseguir pela difusão do solvente
Como explicar a difusão do solvente? Cada molécula de soluto ao se dissolver liga-se a várias moléculas de solvente, neste caso a água. Por conseguinte, no lado da  membrana em que há mais soluto, há menos solvente livre





Animação:


Trajecto do solvente

Como a difusão se faz sempre do mais concentrado para o menos concentrado, está assim explicado o sentido da difusão do solvente




Passagem do solvente


                                                            Membrana impermeável ao soluto



Cada molécula do soluto
liga-se  a varias de agua


concentração de moléculas
de agua livre no soluto


difusão da agua  na direcção
agua-soluto






Leis de Van’t Hoff



VAN’T HOFF procurou  relacionar a pressão osmótica com a equação dos gases perfeitos.
.A temperatura constante a pressão osmótica está relacionada com a concentração:

P
= K ou P = KC

P – pressão osmótica

K – constante
C – concentração
C
 

Como


C  =
M

M – peso do soluto
V – volume do solvente

V


podemos escrever


P = K
M

V


ou

(5)       PV = KM

Notemos a semelhança entre esta equação e a que exprime a lei de Boyle-Mariotte


A temperatura constante  a pressão osmótica é proporcional à concentração

(6)

P

= K

T

Esta equação é semelhante à de Gay-Lussac.


Sendo a pressão osmótica regida por equações equivalentes às das leis dos gases tem que se admitir que  também se aplica a  equação dos gases perfeitos 
.Estas semelhanças com as leis dos gases levou  VAN’T HOFF a concluir que a pressão osmótica  é igual à pressão que o soluto exerceria se fosse um gás ocupando o mesmo volume da solução.


Tal como a descrevemos com as outras propriedades coligativas a pressão osmótica pode ser utilizada para determinar o peso  molecular. A equação dos gases perfeitos é

PV = nRT


Como R é igual a 0,082, podemos escrever


(7)

PV = 0,082  nRT  ou  n =

PV

0,082 T

fórmula esta que nos permite determinar o peso molecular.




Membranas celulares e pressão osmotica

A pressão osmótica depende do número total de partículas. As soluções com o mesmo número de partículas exercem-se a mesma pressão osmótica e portando dizem-se isoosmóticas.
Uma solução que contenha mais partículas que outra diz-se hiperosmótica e a que contiver menos, hipoosmótica
As membranas celulares não se comportam como as membranas semipermeáveis da experiência de Dutrochet , pois são permeáveis a pequenas moléculas como os iões e impermeáveis às grandes como as proteínas.
As substâncias que se difundem atingem rapidamente um equilíbrio não exercendo pressão osmótica. A pressão osmótica é devida apenas às moléculas que não atravessam a membrana.
Á pressão osmótica exercida por essas moléculas denomina-se tonicidade.
Em relação à tonicidade que exerce uma solução em relação a outra esta pode ser isotónica, hipotónica e hipertónica.


Glóbulos vermelhos e tonicidade

A isotonia dos eritrocitos corresponde a suma solução de cloreto de sódio a 0,8g% (solução isotónica).
Em contacto com esta solução os glóbulos não sofrem alterações. Quando em  soluções hipotónicas o glóbulo aumenta de volume, podendo rebentar a membrana e sair a hemoglobina para o exterior (hemólise).
Perante uma solução hipertónica perde água, ficando a membrana encarquilhada







Acção de solutos hipo e hipertonicos



Pressão oncótica


Se  a membrana capilar fosse uma membrana semipermeável, a pressão osmótica seria exercida por todas as partículas dissolvidas no sangue mas como as pequenas partículas atravessam a membrana, a pressão osmótica efectiva é exercida pelas proteínas do plasma as únicas que não atravessam a membrana.
 A pressão osmótica exercida pelas proteínas do plasma denomina-se  pressão oncótica.


Movimento de líquidos entre capilares e espaço intersticial


Estas trocas resultam do balanço entre a pressão hidrostática criada pela pressão arterial e a pressão oncótica.
Na extremidade arteriolar a pressão arterial suplanta a pressão oncótica e, portanto, o movimento é para o espaço intersticial .
 Na extremidade venosa passa-se o contrário



EDEMA


Quando as proteínas do plasma diminuem quer por falta de ingestão em casos de grandes fomes, quer porque devido a uma inflamação a membrana capilar se torna permeável, a pressão oncótica não suplanta a pressão arterial na extremidade venosa, como é habitual, o que acarreta uma grande saída de líquido para o espaço intersticial .
Esta acumulação de líquido no espaço intersticial leva à tumefacção dos tecidos e é denominada edema.









CAPITULO 19


                                                      DISSOCIAÇÃO ELECTROLITICA


Moléculas e propriedades coligativas


Enquanto que as moléculas orgânicas têm propriedades coligativas idênticas com a mesma concentração molal, o mesmo se não passa com as inorgânicas.
 Por exemplo uma solução 0,5 M de soda congela a -1,7º embora pela lei de Raoult  devesse congelar a -0,93º.


Factor de Van’t Hoff



Esta diferença quantifica-se pelo factor de van’t Hoff:

i = valor observado                        i – factor de van’t Hoff
                           valor esperado

 

Neste caso concreto o factor será 1,7/0,93 = 1,8

Como explicar esta diferença?
Enquanto que as moléculas orgânicas não se dissociam e portanto o número de moléculas é igual ao número de partículas, as inorgânicas dissociam-se e assim aumenta o número de partículas




                                          5mols                                      5 mols

                                         5 particulas                           5x2 particulas
                                                    


                                             Não dissociada                    dissociada

Dissociação


Condutores de 1ª e 2ª espécie


As substâncias que se não ionisam não deixam passar a corrente eléctrica e não sofrem qualquer alteração. São condutores de 1ª espécie
As ionizáveis quando dissolvidas deixam passar a corrente eléctrica e decompõem-se. São  condutores de 2ª espécie ou electrólitos

Aniões e catiões


O NaCl em solução  ioniza-se em Na+ e Cl--.
Passando a corrente eléctrica o Cl- dirige-se para o polo positivo (ânodo) e o Na+  para o negativo (cátodo)
Generalizando,  os iões negativos são atraídos  para o ânodo (aniões) e os positivos para o cátodo (catiões)

Resumindo:

Os electrólitos em solução dissociam-se em duas ou mais partículas, os iões
Cada ião exerce propriedades coligativas de intensidade semelhante à de uma molécula não dissociada
Todos os iões têm uma carga eléctrica, positiva ou negativa


Acidos, bases e sais
  
Ácidos

Classicamente eram definidos como  moléculas que ao dissociarem-se libertavam iões H+ :

                                          HCl  ¾® H+  + Cl-

Actualmente definem-se como  dadores de protões (representados na equação pelo H+). Como os protões não se encontram livres, terão que se combinar com outra molécula.
 Quando o solvente é a água, combinam-se com esta        .




Bases



Definiam-se antes como moléculas que ao se dissociarem libertavam iões oxidrilo (OH-)

                                      NaOH  ¾®  Na+   +  OH-

Actualmente uma base é definida como um aceitador de protões


Há moléculas que se podem comportar  como bases ou como ácidos  

Sais


São moléculas que ao se dissociarem libertam iões diferentes dos da água .
 



Equivalente-grama

Dá-se o nome de equivalente químico ou equivalente-grama de uma substancia à quantidade expressa em gramas que se combina, liberta ou substitui um átomo grama de hidrogénio. 




Vejamos os seguintes exemplos:

                                                 HCl   ¾®  H+ + Cl-     

 

                                                H2SO4   ¾®   2 H+ + SO4


No primeiro caso o ião Cl- está relacionado com um átomo de hidrogénio. No segundo o SO4 está relacionado com dois. Diz-se que no primeiro caso a valência é 1 e no segundo 2 


HCl   ¾®   H+ + Cl-
            Valência 1
H2SO4  ¾®  2H+ + SO4
             Valência 2


O equivalente-grama calcula-se, como é evidente, dividindo o peso atómico pela valência.
Muitas vezes utiliza-se a milésima parte do equivalente, o miliequivalente. (mEq)
Para converter uma concentração expressa em mg/l  em mEq aplica-se a fórmula:

mEq =

C

x valência
C – concentração em mg/l
PA
PA – peso atómico




Normalidade

Uma solução normal tem um equivalente grama por litro de solução.
A normalidade representa-se pela  letra N.
A utilização desta notação aproxima-se da realidade das reacções químicas pois que uma molécula reage com outra molécula, mas um grama não reage com outro grama


Electrólitos fortes e fracos

O ácido clorídrico em solução dissocia-se completamente, mas o ácido acético não
. Diz-se que o ácido clorídrico é um ácido forte e que o ácido acético é um ácido fraco
Generalizando, um electrólito forte  dissocia-se na sua totalidade e um electrólito fraco não, sendo tanto mais fraco quanto menos se dissociar.

Animação

A intensidade da dissociação exprime-se pelo grau de dissociação ou seja pela fracção de mol que se dissociou. No caso do ácido clorídrico o seu valor é de 1 e no do ácido acético é próximo de 0.



Osmol

É a quantidade de soluto cuja pressão osmotica corresponde a  1 mol
Para moleculas não dissociadas, mol e osmol são identicos
Para moleculas dissociaveis, o osmol depende do numero de iões dissociados










 

                                                                  CAPITULO 20

CONCENTRAÇÃO HIDROGENIONICA

 


Acidez e alcalinidade

Quando numa solução há mais iões  H+ que OH- esta diz-se ácida e no caso contrário alcalina

Reacções acida e alcalina



Quando as concentrações de H+ e OH- são iguais, a solução diz-se neutra.
 A  água pura é neutra, o que significa H+ = OH-. .
Este dado permite-nos calcular a concentração de H+ na neutralidade:

                                                   (1)   H+ x H+  = 10-14

Como na neutralidade H+ = OH-


                                                        H+ x H+  = 10–14  e portanto    H+ = 10-7

Portanto, a concentração de 10-7 equivale à neutralidade, correspondendo valores superiores à acidez e inferiores à alcalinidade 




Conceito de pH

A expressão da concentração hidrogeniónica com expoentes negativos é pouco prática. Por isso ela foi substituída pela notação pH ou seja pelo cologaritmo da concentração hidrogeniónica.
Sendo assim o pH da neutralidade é 7 pois o cologaritmo de 10–7 é 7.
 O emprego de uma notação logarítmica tem as seguintes consequências:
Quanto maior for o pH, menor será a concentração hidrogenionica





Como se trata de uma notação logarítmica, as variações não são lineares. No exemplo do quadro 20.II quando duplica a concentração hidrogenionica , o pH desce 0,3 e quando quintuplica 0,7

Variações da concentração hidrogenionica e de pH

 

H+

Ph

Descida do pH

  1 x 10-7

7

-

  2 x 10-7

6,7

0,3

  5 x 10-7

6,3

0,7

10 x 10-7

6

1



     


Tampões

São soluções cujo pH não varia ou varia pouco quando se acrescentam ácidos ou bases fortes.
São constituídos pela mistura de um ácido fraco e de uma base forte ou de uma base forte e um ácido fraco.

Mecanismo de acção

Consideremos o exemplo do tampão acido acético - acetato de sódio

Se se acrescentar um ácido como o HCl, este combinar-se-á com o acetato de sódio:

                   (2)            CH3COONa + HCl    ¾®   CH3COOH + NaCl


O H+ do HCl passou a fazer parte do ácido acético, ácido muito pouco dissociável que portanto não irá alterar o pH
Se se acrescentar uma base, esta combinar-se-á com o ácido acético:

                  NaOH + CH3COOH  ¾®        CH3COONa + H2O


Deste modo o OH da  NaOH vai integrar uma molécula pouco dissociável, a água.
Quer dizer, nos sistemas tampões o H+ dos ácidos fortes ou o OH- das bases fortes passam a fazer parte de moléculas pouco dissociáveis  






Mecanismo dos sistemas tampões




Animações



Equação de Henderson-Hasselbach


Podemos aplicar ao efeito tampão a lei da acção das massas. Na dissociação de um ácido fraco temos:

HA  D H+  +  A-


K  =

[H+] [A-]
HA

H+ =
K [HA]
A-

1
=
[A-]
[H+]
K [HA]

(4)
pH = pK + log
 [A-]
[HA]


Como o ácido é fraco, este encontra-se praticamente não dissociado ou seja como AH. O sal pelo contrário encontra-se quase totalmente dissociado correspondendo na equação a A-
Rescrevendo a equação 2 teremos:

(5)
pH = pK + log
Sal
Ácido

Esta equação é conhecida pelo nome de equação de Henderson-Hasselbach



Anfólitos

São electrólitos susceptíveis de possuir ao mesmo tempo funções acidas e básicas. É o caso da água.
 Esta propriedade alarga-se a todas as moléculas com a fórmula geral HO-R-H, o que permite à molécula libertar ou um ião OH- ou um ião H+.
Os dois iões, H+ e OH- não se podem dissociar ao mesmo tempo, dependendo a dissociação da acidez ou alcalinidade do meio.
Em meio ácido a forte concentração de iões H+ exteriores  inibe a dissociação da função ácida, passando-se o contrário em meios alcalinos

Ponto isoelectrico

Para um pH intermédio entre estes dois extremos, o ponto isoeléctrico, a dissociação dos dois iões será equilibrada – será electricamente neutro e designa-se por hermafrodita ou zwitterion
Submetendo um anfólito à corrente eléctrica este deslocar-se-á para o polo correspondente ao maior número de iões dissociados – para o polo negativo em meio ácido e para o positivo e  meio alcalino.
No ponto isoeléctrico (ião hermafrodita) comporta-se como uma molécula neutra e não sofre a acção da corrente eléctrica.



pH óptimo e pH de paragem

O funcionamento de um ser vivo só é possível numa escala  reduzida de pH, o pH óptimo. Nos valores para lá do pH óptimo (pH de paragem), o funcionamento do organismo não é possível

O pH óptimo e os pH de paragem  são específicos para cada ser vivo  

 

 

pH DOS LÍQUIDOS BIOLÓGICOS


Liquido
PH
Plasma sanguíneo     
Suco gástrico              
Suco pancreático        
Leite humano             
Saliva                         
Urina                         
            7,4
            1,5-3
            7,8-8
            7,4
            6,4-7
            5-8        
 



 


 
CAPITULO 21
Regulação do pH



Embora o meio interno necessite de um pH óptimo em que são admitidas apenas pequenas variações, o organismo é submetido a uma série de “vagas de assalto”, ácidas ou alcalinas, de que terá que se defender.
A chegada de alimentos ao tubo digestivo e a  sua subsequente digestão tendem a provocar alterações do pH, tendendo para a acidez no regime cárneo e para a alcalinidade no vegetariano.
Por outro lado o  estômago “consome” H+ para formar HCl e  sobrecarrega-o  em bicarbonato, havendo uma vaga alcalina após as refeições.
No decorrer do metabolismo vão ocorrer  situações que alteram o pH como sejam a eliminação de alguns iões pela urina, a produção de ácido carbónico pelos tecidos, a produção de ácido láctico na glicólise.
Todavia, apesar destas vagas de assalto o pH mantém-se dentro dos valores desejáveis. Para  manter estes objectivos o organismo socorre-se de sistemas  tampões  e de mecanismos fisiológicos.


Sistemas tampão


Os sistemas tampões utilisados são:
·        ácido carbónico - bicarbonato
·        fosfato monosódico - fosfato disódico
·        proteínas
·        hemoglobina



Ácido carbónico- bicarbonato de sódio


É composto por um ácido fraco, o ácido carbónico (H2CO3) e o seu sal, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) actuando por mecanismo idêntico ao par ácido acético - acetato de sódio
É o único sistema tampão importante do liquido extracelular.
Na presença de uma vaga alcalina o ácido carbónico transforma-se em bicarbonato

                                      CO3H2 + NaOH    ¾¾®   CO3HNa  + H2O


Na presença de uma vaga acida o bicarbonato transforma-se em ácido carbónico fig. 21.1


                                              CO3HNa + HCl    ¾¾®    CO3H2 + CO3HNa






CO3H2
vaga alcalina


vaga ácida

CO3HNa





Reserva alcalina

Se bem que o bicarbonato de sódio seja sempre considerado como o exemplo do sal de ácido carbónico, outros catiões podem ter a mesma acção. No interior da célula em que o sódio é pouco abundante, o bicarbonato de potássio pode desempenhar  a mesma acção.
A capacidade tampão deste sistema depende da concentração  do ião HCO3- ou reserva alcalina. No líquido intersticial este valor normalmente é de 25 mmol/l.


Fosfato monosódico- fosfato disódico



O seu funcionamento é idêntico ao ácido carbónico – bicarbonato



PO4Na2H
vaga ácida


vaga alcalina

PO4NaH2

Sistema fosfato monosodico-disodico

Como este sistema existe em pequenas quantidades no sangue, desempenha um papel pouco relevante na regulação do pH mas constitui um sistema muito eficaz na urina e nos líquidos intracelulares.


Sistema proteinatos – proteínas



O poder  tampão das proteínas deve-se ao facto de serem anfólitos, ou seja, à propriedade de se comportarem como ácidos ou como bases conforme o pH.
Assim numa vaga alcalina comportam-se como ácidos e formam proteinatos e numa vaga ácida como bases formando sais de proteínas 




Sal de proteína
vaga alcalina


vaga ácida

Proteinato

Sistema proteinatos - proteinas

Hemoglobina



Um  caso particular da acção tampão das proteínas é a hemoglobina. A hemoglobina transforma-se em oxihemoglobina por oxidação do seu grupo prostetico, ou seja da proteína que entra na sua composição:

 

                                          Hb + O   ¾¾®  Hb-O


A oxihemoglobina é mais ácida que a hemoglobina.

Quando a oxihemoglobina liberta oxigénio ao nível dos tecidos esta torna-se mais alcalina podendo captar iões H+ provenientes da dissociação do ácido carbónico, o que contribui para regular o pH

Hb-O    ¾¾¾®  Hb

  (+ ácida)              (+ alcalina)







Mecanismos  respiratórios



O anidrido carbónico não eliminado  pode combinar-se com  a água, catalisada pelo enzima anidrase carbónica  originando ácido carbónico que se poderá dissociar
Normalmente o anidrido carbónico é expulso pelos pulmões à medida que se forma nos tecidos fazendo deslocar a reacção para a esquerda




Quando há excesso de H+, o centro respiratório é estimulando provocando respirações profundas e rápidas, causando uma maior eliminação de CO2 e desviando ainda mais a reacção para a esquerda , reduzindo-se assim a concentração de H+

Quando o pH  aumenta (alcalose), a frequência respiratória  diminui e portanto é eliminado menos CO2,deslocando-se a reacção para a direita , formando-se mais H+ que compensa a alcalose.
Estas correcções respiratórias do pH sanguíneo fazem-se em menos de um minuto.
Esta regulação é menos rápida que a dos sistemas tampão estudados mas é duas vezes maior que a acção de todos os tampões reunidos.
Todas as alterações importantes do sistema respiratório perturbam o  equilíbrio ácido-base. A retenção da anidrido carbónico provoca acidose e a sua eliminação excessiva provoca  alcalose.
Quando a causa do desequilíbrio ácido-base  é respiratória fala-se em acidose e alcalose respiratórias.



Mecanismos renais



Embora os pulmões eliminem o acido carbónico sob a forma de anidrido carbónico e água, só os rins têm a capacidade de eliminar os outros ácidos formados no metabolismo  celular.
Além disso só os rins são capazes de regular as concentrações sanguíneas de substâncias alcalinas e renovar os tampões  bicarbonato e fosfato que se gastaram na regulação dos iões H+ no líquido extracelular.
Uma parte do bicarbonato é eliminada pelos pulmões como anidrido carbónico e água.
Para compensar os desequilíbrios do pH provocados pela alimentação e pelo metabolismo o rim recorre aos seguintes mecanismos:
Ø  Excreção de bicarbonato
Ø  Reabsorção e excreção de bicarbonato




Excreção de bicarbonato


A perda de iões HCO3 corresponde ao aumento de H+ desviando-se a equação para a direita. Assim para reabsorver bicarbonatos haverá secreção de H+ e, pelo contrário, quando for excretado um excesso de bicarbonato, haverá retenção de H+ ,
Os iões H+ segregados provêm da dissociação do ácido carbónico  formado nas células tubulares pela combinação do anidrido carbónico com a água . Para cada  H+ segregado  para o lume, será reabsorvido do filtrado um ião H+ para manter o equilíbrio electroquímico
Quanto maior for a abundância   dos capilares renais em anidrido carbónico, mais rápida será a secreção de H+ e por conseguinte este sistema reage tanto ao  aumento como à diminuição do pH.     


Reabsorção de bicarbonato


Para manter este reservatório de bases representado pelo bicarbonato ou reserva alcalina   a eliminação dos iões H+ pelo rim poderá não ser suficiente sendo necessário conservar as reservas de bicarbonato pela sua reabsorção.
As células tubulares são impermeáveis ao bicarbonato e portanto não o podem reabsorver mas podem enviar para os capilares bicarbonatos sintetizados no seu citoplasma . Quer dizer, o ácido carbónico sintetizado na célula  dissocia-se em H+ que vai para o lume do tubulo  e bicarbonato que vai para os capilares  e assim para cada H+ que é filtrado entra um bicarbonato para os capilares.




Produção de bicarbonatos


Entram aqui em jogo dois mecanismos:
Ø  Excreção de H+ tamponados
Ø  Excreção de iões NH4+

Excreção de H+ tamponados


Os iões H+ introduzidos pela alimentação têm que ser compensados pela produção de novos iões bicarbonato.
Todavia os iões H+ formados pela dissociação do ácido carbónico e excretados   para o filtrado têm que ser tamponados para  manter a acidez da urina dentro dos limites fisiológicos
 O principal tampão renal é, como vimos,  o sistema fosfato monosódico - fosfato disódico.
O H+ é transportado para os tubulos renais pela bomba Na+/H+ combinando-se com o fosfato de sódio para  O Na+ libertado é transportado para a célula pela bomba Na+/H+ por troca Na+ e é transportado para os capitais renais pela bomba de sódio






Excreção de NH4+

O outro mecanismo é a produção de amoníaco na célula renal  pelo metabolismo da glutamina.
O amoníaco pode difundir-se através das células para servir de tampão a aval ou combinar-se com o H+ para formar NH+4 que é excretada pela urina como cloreto de amónio.







ACIDOSE E  ALCALOSE


A falha do sistemas tampões ou dos mecanismos fisiológicos em manter o pH a níveis normais leva à acidose ou à alcalose.

Acidose

Ocorre quando o pH cai abaixo de 7,35.
A acidose respiratória surge quando o sistema respiratório não elimina bastante anidrido carbónico.
A acidose metabólica  surge quando há uma produção aumentada de ácidos como o acido láctico e  corpos cetónicos  ou quando os rins têm uma capacidade diminuída de eliminar iões H+

Alcalose

Ocorre quando o pH do sangue ultrapassa 7,45.
A alcalose respiratória deve-se a hiperventilação pulmonar.
A alcalose metabólica deve-se à eliminação rápida do H+ no organismo, por exemplo, após vómitos intensos.




CAPITULO 22

COLOIDES



Conceito

Além das membranas semipermeáveis que deixam passar o solvente e não o soluto, há as membranas dialiticas que deixam passar os solutos mas não as soluções com partículas mais grosseiras.
O termo coloide foi dado por GRAHAM para designar substâncias que não difundem não dialisam e deixam resíduos semelhantes à cola.

Diferença entre coloides e cristalóides
                                        Cristalóide                    coloide
Difusão                                 +                                   -
Diálise                                   +                                  -
Evaporação                       cristal                             cola

O termo coloide na realidade refere-se mais a um estado de agregação da matéria do que a uma classe particular de substâncias pois que muitos cristaloides em determinadas condições se podem comportar como coloides e vice-versa.
Pode-se considerar uma solução coloidal como intermédia entre uma solução verdadeira e uma suspensão, admitindo-se que o seu diâmetro está compreendido entre  0,1 e 0,001 m .  f

 

                   Soluções                      coloides                        suspensões
                                                                          ·                  ·
                                                                       0,001            0,1 m                           
                                                    



 

Fases de um coloide


Num coloide distinguem-se duas fases, uma fase que existe em maior quantidade a  fase dispersante  onde se vai dispersar a fase dispersa
Num coloide  podem-se encontrar todas as combinações  possíveis entre os estados de matéria, excepto a combinação gás-gás



Combinações entre os vários estados da matéria

Fase dispersa
Fase dispersante
Exemplo
Sólido
Sólido
Sólido
Líquido
Líquido
Líquido
Gás
Gás
Sólido
Líquido
Gás
Sólido
Líquido
Gás
Sólido
Líquido
Rubi (ouro-sílica)
Ouro coloidal (ouro-água)
Fumo (cinza-ar)
Opala (água-sílica)
Leite (gordura-água)
Nevoeiro (água-ar)
Pedra-pomos (ar-silicato)
Espuma (água-ar)




Sols  e gels


Quando um coloide tem um aspecto fluido, denomina-se  sol. Os sols denominam-se frequentemente conforme a natureza da fase dispersante: hidrosol, aerosol, etc.
Os coloides com estruturas mais rígidas denominam-se gels.
  

Gelificação



Certos coloides como a gelatina podem existir como gels ou como  sols. A  altas temperaturas e com concentrações baixas de  gelatina, a mistura comporta-se como um hidrosol.
Se a concentração de gelatina aumentar e a temperatura diminuir, a gelatina transforma-se em gel (gelificação) dando-se uma inversão das fases do coloide – no primeiro caso era a água e neste a gelatina
  

Sinerese


Nos gels  pode-se observar um fenómeno de retracção ( sinerese) por perda da parte dispersante. Neste caso o gel torna-se muito mais viscoso.
Na coagulação do sangue, o gel de fibrina expulsa o soro por um mecanismo de sinerese



Tixotropia


Um hidrogel  pode-se  transformar em hidrosol apenas por agitaçãotixotropia ou peptização

Emulsoides e suspensoides

Os coloides podem-se classificar em suspensoides e emulsoides

Suspensoides


Os suspensoides são liófobos, isto é, as fases dispersa e dispersante repelem-se. Mantêm-se em suspensão pela acção de cargas eléctricas. 
 As partículas não se agregam porque, tendo  todas a mesma carga eléctrica, repelem-se umas às outras. Por esta razão floculam rapidamente quando a carga eléctrica é neutralizada.

Emulsoides



Os emulsoides são liófilos – as duas fases não se repelem. O seu factor de estabilidade é a orientação da fase dispersante à volta das partículas coloidais
Quando desaparece a camada de moléculas da fase dispersante, quase sempre água, o emulsoide perde o seu mecanismo fundamental de estabilidade, comportando-se como um suspensoide quando se anulam as cargas eléctricas
  

Floculação


A remoção da água faz-se acrescentando substâncias com afinidade para a água como o álcool ou pela acção do calor que desorganiza a camada de hidratação do coloide(fig. 22.6
  

Coloides protectores



Os  suspensoides floculam pela acção dos sais.
Todavia se acrescentarmos um emulsoide, a quantidade de sais necessários para fazer a floculação aumenta porque formam um invólucro protector do suspensoide
Um coloide que tenha uma acção deste tipo denomina-se  coloide protector.

  

Propriedades dos coloides


Fenómeno de Tyndal

Se um feixe de luz intensa atravessar um sol, um observador colocado lateralmente observará que no trajecto do feixe o líquido se mostra opalescente devido à “iluminação” das partículas coloidais .







cortesia de James Hardy
Fenómeno de Tyndall

 Este efeito, conhecido pelo nome de  fenómeno Tyndall,  não se observa apenas quando a fase dispersante é líquida
É o caso da “iluminação” das partículas de poeira dum quarto quando observadas através da frincha de uma porta.

Ultramicroscópio


As partículas coloidais pelo  seu tamanho não podem ser vistas pelo microscópio ordinário mas podem ser vistas utilizando o fenómeno Tyndall através do ultramicroscópio em que o microscópio não é iluminado pela luz directa mas apenas pela luz dispersa, que incide lateralmente.

Movimentos brownianos



As partículas coloidais estão animadas de um movimento muito rápido em zig-zag, o movimento browniano











Diálise



Por definição, os coloides não dialisam.
Esta propriedade pode ser aproveitada  para  a separação dos coloides dos cristaloides. Se pusermos uma solução contendo um coloide e um cristaloide (p.ex albumina e cloreto de sódio) haverá a difusão do cristaloide para fora da membrana, mas não do coloide.
Se a água for renovada algumas vezes, após algum tempo o saco conterá  praticamente só albumina pois a grande parte dos cristaloides já terá difundido para o exterior      


Difusão


Devido às suas dimensões, os coloides difundem muito menos que os cristaloides.


Filtração


As partículas coloidais são suficientemente pequenas para atravessarem o papel de filtro vulgar, ao contrário das suspensões que ficam retidas.
Há certas membranas, como as de colódio, cujos poros deixam passar as partículas da fase dispersante mas não as  constituindo a fase dispersa.
 Este é o fundamento de um método de separação que utiliza estas membranas associadas à aplicação de pressão, a  ultrafiltração.


Sedimentação



As partículas coloidais não sedimentam pela acção da gravidade nem quando centrifugadas em centrifugas  simples.
Todavia se forem submetidas à acção de centrífugas extremamente potentes (ultracentrifugas) sedimentarão


Electroforese


Um coloide submetido a um campo eléctrico, manifesta as  características eléctricas das partículas.

Como têm todas  a mesma carga eléctrica, migram todas para o mesmo polo   


Adsorção



As  partículas coloidais oferecem uma grande superfície e por isso a adsorção é intensa.
Em 1c.c. de albumina a 15% a superfície total das micelas é de 1,4m2.
 A totalidade das partículas coloidais do organismo humano corresponde a 2 milhões de metros quadrados.

Viscosidade



A  existência de partículas provoca um grande atrito interno e portanto viscosidade.


Imbibição


É a absorção de água feita pelos coloides hidrófilos, com libertação de calor.


Pressão osmótica


As partículas coloidais influenciam a pressão osmótica. Por exemplo, a gelatina a 15% exerce a pressão osmótica de 8 mm.Hg.
A pressão osmótica exercida pelas proteínas do plasma denomina-se pressão oncótica






















Sem comentários:

Enviar um comentário