segunda-feira, 20 de maio de 2013

METABOLISMO DOS LIPIDOS

METABOLISMO DOS LIPIDOS

Capitulo 1
CATABOLISMO DOS ACIDOS GORDOS




Beta-oxidação



Beta oxidação
Sintese dos acidos  gordos
Patologia dos bacidos gordos
Metabolismo dosn eicosanoides
Metabolismo dos acidos gordos
Cetogenese
Metabolismo   dos glicerofosfolipidos
Metabolismo dos esfingolipidos
Lipidoses
Metabolismo do colesterol
Acidos biliares

Activação

Os ácidos gordos têm que se transformar na sua forma activa, o acil-CoA
É a única reacção que necessita de ATP
A  reacção é catalisada pela acetil-CoA sintetase ou tiocinase
Faz-se no  retículo para os ácidos de longa cadeia e nas mitocondrias para os de curta ou media cadeia


Entrada nas mitocondrias

Os acil-CoA não atravessam a membrana mitocondrial, sendo transportados pela carnitina
A carnitina palmitoiltransferase I, situada na face  exterior da face interna das mitocondrias, forma a acilcarnitina.
A acilcarnitina é transferida para a superficie interior, onde a CPT II separa o acilo da carnitina


Etapas
.
1ª desidrogenação

Forma-se um acil-CoA insaturado pela acção da acil-CoA deidrogenase
Õ enzima é uma flavoproteina
O hidrogénio é transportado pela flavoproteina  transportadora de electrões (EFT) para a ubiquinona






Hidratação

O acil-CoA insaturado é hidratado em beta-hidroxiacilCoA
O enzima é a enoil-CoA hidratase ou crotonase


.



2ª desidrogenação

O carbono beta é desidrogenado pela beta-hidroxiacil-CoA deidrogenase formando-se o beta-cetoacil-CoA
O enzima é especifico para  o isómero L
Os hidrogénios são captados pelo NAD







Cisão

A tiolase cinde o cetoacil num acetil-CoA com menos dois carbonos






Repetição do ciclo.

O acil-CoA  sofre de novo as mesmas etapas, formando-se de cada vez um acil-CoA com menos dois carbonos






Se representarmos por  x o numero de pares de carbonos haverá x-1 ciclos




cortesia de R.Harris









Balanço energético





cortesia de E.Harris


Regulação

Disponibilidade de ácidos gordos

Os ácidos gordos resultam essencialmente da  hidrolise dos lipidos por lipases

Actividade oxidativa da  célula

A beta-oxidação aumenta quando é necessária energia (ATP baixo) e baixa no caso contrario

Capacidade do ciclo de  Krebs em metabolizar o acetil-CoA

Quando  tal não acontece formam-se corpos cetonicos



Beta-oxidação nos peroxissomas


Faz-se em ácidos gordos com 10 a 22 carbonos, particularmente o acido erucico( C22:1)
Como os peroxissomas não contêm acil-CoA, os ácidos gordos atravessam os peroxissomas por transporte activo
O acido gordo é acilado  pela acil-CoA sintetase e depois oxidado em transenoil-acil-CoA por uma acil-CoA oxidase
Não se forma ATP porque a flavoproteina reduzida formada nesta reacção é oxidada directamente pelo oxigénio molecular com formação de agua oxigenada
Um enzima bifuncional com acções de enoil-CoA  hidratase e hidroxi-acildeidrogenase forma sucessivamente o hidroxiacil-CoA e o cetoacil-CoA
O cetoacil-CoA  é cindido pela tiolase
Inicia-se um novo ciclo que irá acabar no octanoil-CoA
O octanoil-CoA difunde-se para o citoplasma como octanoil-carnitina, continuando aí a beta-oxidação







Alfa e ómega – oxidações


Alfa-oxidação

Dà-se nos acido-alcoois
Originam um acido gordo com menos um carbono
Os ácidos-alcool oxidam-se no carbono alfa dando ácidos alfa-cetonicos que por descarboxilação formam um acido gordo com  menos um carbono que será destruído por beta-oxidação






Doença de Refsum

Nesta doença não se faz a alfa oxidaçãovdo acido fitanico da clorofila

Bibliografia











Bibliografia sobre beta oxidação









Ómega-oxidação

Faz-se  no carbono ómega
O enzima é uma oxigenase de função  mista necesitando de NADPH e citocromo P-450
Faz-se nos microssomas
Não liberta  energia


Reaction type
Enzyme
Description
Reaction
The first step introduces a hydroxyl group onto the ω carbon. The oxygen for the group comes from molecular oxygen in a complex reaction (CYP-4A) that involves cytochrome P450 and the electron donor NADPH.
Omega-oxidation 1.svg
The next step is the oxidation of the hydroxyl group to an aldehyde by NAD+.
Omega-oxidation 2.svg
The third step is the oxidation of the aldehyde group to a carboxylic acid by NAD+. The product of this step is a fatty acid with a carboxyl group at each end.
Omega-oxidation 3.svg
After the three steps, either end of fatty acid can be attached to coenzyme A. The molecule can enter the mitochondrion and undergo β oxidation. The final products after successive oxidation include succinic acid, which can enter citric acid cycle, and adipic acid.







Bibliografia


Ácidos com um numero impar de carbonos

Na final da beta-oxidação forma-se um acil-CoA com três carbonos, o propionil-CoA
O propionil-CoA transformar-se-á em succinil –CoA


Carboxilação do propionil CoA

Faz-se na presença de ATP pela malonil CoA carboxilase, enzima necessitando de biotina





Isomerização

A forma D- é isomerizada na forma L pela metilmalonil CoA recemase





Conversão em sucinil CoA

Faz-se pela acção da metilmalonil- CoA mutase








l

Bibliografia







Ácidos não saturados

Os ácidos insaturados têm ligações cis
Os enzimas da beta-oxidação só actuam sobre ligações trans
A transformação cis-trans faz-se através de reacções sequenciais catalisadas pela dienoilredutase e pela enoil-CoA-isomerase




.




Seguir-se-á a beta-oxidação


Bibliografia





Bibliografia geral




Capitulo 2
SINTESE DOS ACIDOS GORDOS


O sitio principal para a síntese dos ácidos gordos é o fígado
Os e.nzimas são diferentes dos do catabolismo
A via sintética principal implica a polimerização de seis elementos em C2 (acetil-CoA) para dar um acido em C12(acido palmítico)
A formação do acido palmítico é feita no citoplasma. O seu alongamento faz-se nas mitocondrias


Sistema citoplasmico
.


Carboxilação do acetil-CoA

A acetil-CoA carboxilase transfere bicarbonato para o acetil-CoA para formar malonil-CoA






O malonil-CoA é o intermediário metabólico activo da síntese dos ácidos gordos
A acetil-CoA carboxilase existe sob duas formas um dimero inactivo e um  polímero activo
O citrato induz a formação do polímero e o palmitil-CoA provoca a sua despolimerização
Esta reacção requere biotina que está ligada covalentemente ao grupo amina de um resíduo lisina do enzima
O enzima tem uma forma inactiva fosforilada e uma activa desfosforilada


Fixação do acetil-CoA

Proteína portadora de acilos(ACP)

Um complexo enzimático catalisa varias reacções que conduzirão à formação de um acil-CoA com mais dois  carbonos










Este complexo está associado pelo seu fosfato à proteína portadora de acilos (ACP)
A ACP possui fosfopanteina como grupo prostetico, idêntica à que se encontra no CoA
Os acilos ligam-se covalentemente ao grupo sulfidrilo terminal

Reacções envolvidas

·         1ª transacetilação
·         Transmalonilação
·         Condensação
·         1ª redução
·         Desidratação
·         2ª redução
·         2ª transacetilação



1ª transacetilação

A transacilase catalisa a conversão do acetil-CoA em acetil-ACP

Transmalonilação

A transmalonilase transfere o malonil- CoA para o ACP formando acetilmalonilenzima


Condensação

O enzima condensante ou 3-cetoacilsintase catalisa a descarboxilação seguida da transferência do acilo do tiol periférico para o central
Forma-se o beta- cetoacilenzima

1ª redução

A cetoacil-ACP-redutase hidrogena o cetoacilo em hidroxiacilo
Os hidrogénios são cedidos pelo NADPH

Desidratação

A cetoacil-ACP deidrase remove agua entre os carbonos alfa e beta dando um acilenzima insaturado

2ª redução

A enoil-ACP-redutase hidrogena o ACP-acilenzima insaturado num acil-ACP com  mais dois carbonos
Os hidrogénios são cedidos pelo NADPH

2ª transacetilação
É  transferido um novo radical para para o malonil – coa que se  repetirá sucessivamente até se formar palmitil-CoA



Step
Enzyme
Reaction
Description
(a)
Acety-CoA ACP transacylase.png
Activates acetyl CoA for reaction with malonyl-ACP
(b)
Center
Activates malonyl CoA for reaction with acetyl-ACP
(c)
3-ketoactl-ACP synthetase.png
Reacts priming acetyl-ACP with chain-extending malonyl-ACP.
(d)
3-ketoacyl-ACP reductase.png
Reduces the carbon 3 ketone to a hydroxyl group
(e)
3-hydroxyacyl-ACP dehydrase.png
Removes water
(f)
Enoyl-ACP reductase.png
Reduces the C3-C4 double bond.




Regulação

Os mecanismos de regulação impedem que  a síntese e  o catabolismo se possam fazer simultaneamente
O enzima chave é a acetilCoA carboxilase

Disponibilidade de acetil CoA

O acetil CoA provem do piruvato e do metabolismo de alguns aminoacidos

Disponibilidade de NADPH

Forma-se no ciclo de Dickens-Horecker e na síntese extramitocondrial do isocitrato

Acumulação de acilCoA de cadeia longa, nomeadamente de palmitil-CoA

Esta situação surge quando por má metabolização da glicose não se forma glicerofosfato necessário para a síntese dos trigliceridos

Relações com o metabolismo da glicose

Todos estes factores estão relacionados com o metabolismo da glicose


Elongação nas mitocôndrias

Faz-se pela incorporação de acetil-CoA





Travessia do acetil-CoA

Atravessa as mitocondrias combinado com a carnitina ou transformando-se em citrato










Origem do NADPH

Descarboxilação oxidativa do malato

O enzima malico ou malico deidrogenase, enzima citoplasmico, isoenzima da malato deidrogenase mitocondrial, descarboxila oxidativamente o malato, \com dformação  de NADPH

Descarboxulação oxidativa do isocitrato

A isocitrato deidrogenase citoplasmica converte o isocitrato em alfa-cetoglutarato (Fig 129.10)

Ciclo de Dickens-Horecker

É o  maior fornecedor de NADPH

Conclusão

Todas estas reacções estão associadas ao metabolismo da glicose



Síntese dos ácidos alcool

Formam-se por alfa ou ómega-oxidação



Síntese dos insaturados

Faz-se por dessaturações e elongações sucessivas

Dessaturações

As dessaturases são oxidases utilizando NADP ou NAD, citocromo P-450 e oxigénio molecular
Os omnivoros e carvivoros só dessaturam entre o C9  e o carbono terminal


Elongação

Faz-se pelo acréscimo de unidades de dois carbonos (acetil CoA)





Monoinsaturados

Formam-se pela acção de uma delta - 9 -dessaturase sobre o acilo do acido gordo correspondente( esteárico no caso do acido oleico) 



Poliinsaturados

A síntese faz-se por uma série sucessiva de dessaturações e elongações




Ácidos essenciais

Os ácidos linoleico e linolenico não podem ser sintetizados
O acido linoleico ingerido pode transformar-se em linolenico pela acção de uma dessaturase

Regulação

A  delta 6-dessaturase é o enzima limitante
É activada por proteínas e pela insulina
É inibida por glucidos, adrenalina,glucagina e jejum
A sua actividade diminui na terceira idade, insuficiência hepática e diabetes






Capitulo 3
PATOLOGIA DOS ACIDOS GORDOS


Defeitos da beta-oxidação mitocondrial


Deficiência da acil-CoA deidrogenase de cadeia media(MCAD)

É a mais frequente
Manifesta-se por episodios agudos nos 2-3 primeiros anos de vida, desencadeados pelo jejum
Os sinais mais importantes são vómitos e letargia evoluindo rapidamente para coma, convulsões ou colapso cardiorespiratorio
A hipoglicemia está quase sempre presente
A baixa de corpos cetonicos na urina, associada a hipoglicemia é um sinal característico em todos estes defeitos
A fase aguda trata-se com uma infusão intravenosa de dextrose para suprimir a lipolise
A alimentação  deve ser ajustada para que durante a noite não haja períodos de jejum superiores a 10 horas

Para mais detalhes consultar


Deficiência em acil-CoA deidrogenase de cadeia longa(LCAD) ou muito longa (VLCAD)

Não há deficiências isoladas em LCAD
Há alterações graves dos músculos esqueléticos e cardíaco
Nos ataques agudos pode surgir miocardiopatia
Devem-se evitar jejuns de mais de 10 horas


Deficiência em acil-CoA deidrogenase de cadeia curta(SCAD)

Os sintomas parecem ser devidos à acumulação de metabolitos dos ácidos gordos de cadeia curta
O sinal mais predominante é a miopatia esquelética
A maioria do doente tem sinais neurologicos e alguns acidose metabólica severa
O tratamento limita-se a reduzir os periodos de jejum


Deficiência em hidroxiacildeidrogenase

Ataques de hipoglicemia semelhante aos do MCAD
Os metabolitos tóxicos acumulados podem produzir retinopatia, insuficiencia hepática progressiva, neuropatia periférica e rabdomiolise
Os metabolitos podem produzir fígado gordo na mãe
O tratamento  implica a prevenção do jejum
Devem-se restringir os ácidos gordos de cadeia longa e administrar trigliceridos de cadeia media
O tratamento não  melhora todos os sintomas


Defeitos na alfa-oxidação( Doença de Refsum)


Causas

É um defeito da a- oxidação do acido fitanico
O ácido fitanico provem do metabolismo do fitol da clorofila
O fitol transforma-se em acido fitanico, que em seguida seria destruído por alfa-oxidação
Na falta do enzima, o acido fitanico acumula-se


Sintomas

Retinopatia
Polineuropatia
Ataxia  cerebelosa

Tratamento

O acido fitanico está presente nos vegetais e na gordura de ruminantes
O tratamento consiste na supressão de alimentos e outros produtos contendo clorofila



Defeitos do ciclo da carnitina

Defeito do transportador

Falta o  transportador de carnitina da membrana que mantem na celula concentrações elevadas de carnitina
O sintoma mais frequente é a miocardiopatia progressiva
Trata-se com doses farmacológicas de carnitina oral


Deficiência em carnitina palmitoiltransferase 1

.Hipoglicemia com corpos cetonicos diminuídos em jejum
Provas de função hepatica anormal
Carnitina muito elevada
O tratamento é o mesmo da MCAD


Deficiência em carnitina-aciltranslocase

Os ácidos gordos não entram nas mitocondrias
Ataques de hipoglicemia e colapso cardiorespiratorio em jejum
Miocardiopatia e fraqueza muscular
O tratamento é o mesmo da MCAD

Deficiência em carnitina palmitoiltransferase 2

Na forma neonatal é mortal
Uma forma mais leve manifesta-se no adulto como uma forma de rabdomiolise episódica
As concentrações sericas de creatinacinase são muito elevadas






Capitulo 4

METABOLISMO DOS EICOSANOIDES



A síntese dos eicosanoides é feita a partir do acido araquidonico


Libertação do ácido araquidonico

O acido araquidonico formado encontra-se nos fosfolipidos
É libertado pela acção das fosfolipase A2
A  fosfolipase é activada por diversos estímulos como a bradicinina, adrenalina e trombina


Via cíclica


Através desta via sintetizam-se as prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxano

PGH2 Sintase(PGS)

Este enzima também é conhecido como prostaglandina G/H sintase e postaglandina endoperoxido sintase.
Este enzima possui duas actividades – cicloxigenase (COX) e peroxidase
Há duas formas de actividade COX – COX-1 e COX-2
A COX-1 encontra-se na mucosa gástrica, rim,  plaquetas e células endoteliais
A COX-2 é inductivel nos monocitos e macrofagos em resposta à inflamação
Os factores desencadeantes são o PAF (Platelet Activating Factor) e a IL-1 (InterLeucina 1)
Tanto a COX-1 como a COX-2 catalisam a conversão do acido araquidonico em PH2


cortesia de Joyce Diwan


Os anti-inflamatoriios não esteroides inibem este enzima, acetilado a serina do enzima, o que impede a fixação do acido araquidonico




cortesia de Joyce Diwan


Formação de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxano

Formam-se a partir do PH2




Via linear


Formação de HPETE


O acido araquidonico é convertido em vários ácidoshidroperoxidoeicosapentanoicos (HPETE) por 5-, 12 e 15 lipoxigenases, formando-se os 5,12 ou 15- HPETE



cortesia de Joyce Diwan



Os produtos derivados dos 12 ou 15 HPETE, as hepoxinas e lipoxinas, têm actividades pouco conhecidas


Formação de leucotrienos

O 5-HPETE é convertido em peptidoleucotrienos
Forma-se primeiro um péptido instável, o leucotrioeno A4 (LTA4)
A glutatião-S-transferase  transfere o glutatião para formar o LTC4
A gama glutamiltransferase remove o acido glutamico formando-se o LTE4
A glicina é removida por uma dipeptidase para dar o LTB4
Os LTC4, LTD4 e  LTDE4 são designados por  péptido leucotrienos

Na figura seguinte  estão sumarizadas as duas vias

Na figura seguinte  estão sumarizadas as duas vias






Capitulo 5
METABOLISMO DOS TRIGLICERIDOS


Síntese

Activação do glicerol

A forma activa do glicerol é o glicerofosfato
No fígado, rim e glândula mamaria em lactação a glicerocinase fosforila o glicerol
No musculo e tecido adiposo, que não têm glicerocinase, a glicerofosfatodeidrogenase transforma a fosfodihidroxiacetona em glicerofosfato







Activação dos ácidos gordos

A sua forma activa é o acil-CoA


Formação dos trigliceridos

A triglicerido sintetase catalisa a reacção de dois acil-CoA com  o glicerofosfato para dar o acido fosfatidico
O acido fosfatidico perde um fosfato para dar um triglicerido
O diglicerido combina-se com um outro acil-CoA para dar um triglicerido





Uma outra via é a via dos monogliceridos em que duas moleculasde acil – CoA se combinam com um
monoglicerido

LER


Absorção e catabolismo

  • Serão estudados com as lipoproteinas






Capitulo 6
CETOGENESE



No fígado uma porção importante de acetil-CoA pode-se transformar em corpos cetonicos
Os corpos cetonicos são o acido acético, a acetona e o acido betra-hidroxibutirico







Eta.pas



http://en.wikipedia.org/wiki/Ketogenesis

Beta-oxidação

Forma-se acetoacetil-CoA

Inversão da reacção da tiolase

                   2 Ac.CoA ------------------  AcAc CoA

Por intermédio do hidroximetilglutarilCoA

É uma via comum à síntese do colesterol 





Acido beta-hidroxibutirico e acetona

A b-hidroxibutirico deidrogenase reduz o acetato em b-hidroxibutirico






A acetona forma-se por descarboxilação espontânea do acido acetoacetico



Formação  a partir de aminoácidos

Há aminoácidos cetogenicos


Destino dos corpos cetonicos

Destruição nos tecidos extra-hepaticos
O acido acetoacetico é catabolisado  pela acetoacetato-suciniltransferas
A acetona é carboxilada em acetoacetato
O acido b-hidroxibutirico é desidrogenado em acetoacetato


Balanço energético

A oxidação dos corpos cetonicos forma 24 ATP

Regulação

O aumento dos corpos cetonicos está sempre relacionado com um aumento dos ácidos gordos livres circulantes
A formação de corpo gordos ao não serem esterificados encaminham-se para a cetogenese
Esta situação surge na escassez de glicose(jejum) e na sua má utilização (diabetes
gordos ao não serem esterificados encaminham-se para a cetogenese
Esta situação surge na escassez de glicose(jejum) e na sua má utilização (diabetes)

Bibliografia




Capitulo 7
METABOLISMO DOS GLICEROFOSFOLIPIDOS


Sintese



Cefalinas

A  partir da etanolamina

A etanolamina cinase fosforila a etanolamina em etanolamina-fosfato, sua forma activa
Forma-se a CDP-etanolamina por combinação da etanolamina fosfato com a CTP
A reacção é catalisada pela CDP-etanolamina sintetase
A CDP-etanolamina combina-se com um diglicerido para dar a cefalina
O enzima  é a acilglicerol-etanolamina-transferase


A partir da fosfatidilserina

A fosfoetanolamina tambem se pode formar por descarboxilação da fosfatidilserina


Lecitina

Via de recuperação

Utiliza a colina libertada no seu catabolismo. Õs passos para a síntese são os mesmos que os descritos para a fosfatidiletanolamina


Síntese de novo

Há três metilações da cefalina
Os metilos são cedidos pela S-adenosilmetionina
O enzima é fosfaetanolaminametiltransferase




Fosfatidilserina

Transferência de um fosfato da cefalina para a serina
O enzima é a diacilgliceroletanolamina fosfotransferase

Fosfatidilinositol

Reacção de um CDP-diglicerido com o mioinositol
O enzima é a fosfatidilinositol sintase
Cinases podem fosforilar o fosfatidilinositol em fosfatidilinositol-4-fosfato e o fosfatidil-inositol-4,5-bisfosfato


Cardiolipinas

Transferência de um diacilglicerol transportado  pelo CDP-diacilglicerol para o fosfatidilglicerol
O enzima é a cardiolipina sintase






Plasmalogenios

Formam-se a partir da fosfohidroxiacetona por uma série complexa de reacções

Catabolismo


Lecitinas e cefalinas

A fosfolipase A1 hidrolisa a ligação ester na posição dando um 2-lisofosfoglicerido
A fosfolipase A2 hidrolisa o ester fosfórico em 2, dando o 1-lisofosfatidilglicerido
A fosfolipase C cinde a ligação ester com a base azotada dando um diglicerido
A fosfolipase D cinde a ligação entre o fosfato e a base dando acido fosfatidico






Fosfoinositidos

Transformam-se em acido glicerofosforico  pela perda sucessiva de fosfatos, ácidos gordos e inositol





Capitulo 9
METABOLISMO DOS ESFINGOLIPIDOS


Síntese

Esfingomielinas


Formação de uma cereramida

No retículo a serina condensa-se com o palmitil-CoA para dar a 3-cetoesfinganina ou 3 –ceto-dihidroesfingosina
.O enzima  é a 3-cetoesfinganina sintase
Tem o fosfato de piridoxal como coenzima
A  cetoesfinganina é reduzida pelo NADPH em esfinganina ou 3-cetoesfingosina
O enzima é a 3-cetoesfinganina redutase
A esfinganina redutase reduz a esfinganina em esfingosina
A esfingosina é em seguida acilada para formar uma ceramida
A ceramida combina-se com a fosfatidilcolina ou a CDP-colina







Glicolipidos

As glicosiltransferase introduzem glicose ou galactose sob a forma de UDPG ou UDPGal



Sulfatidos

Nos sulfatidos o radical sulfato combina-se sob a sua forma activa, 3-fosfoadenina-5-fosfosulfato(PAPS)
O PAPS forma-se pela combinação do sulfato com um ATP, sendo a energia fornecida por outro AT
Um galactoctocerebrosido ao combinar-se com o PAPS forma um sulfatido

Gangliosidos

A ceramida  sofre acréscimos sucessivos de vários glucidos






Catabolismo

Esfingomielinas

A  esfingomielinase cinde-as em ceramida e fosforilcolina
A ceramidase origina a esfingosina



Cerebrosidos e gangliosidos

São hidrolisados por glicosidases
Quando têm mais de uma ose, a hidrolise é sequencial


Sulfatidos

O sulfato é separado por uma arilsulfatase


CAPITULO 10

LIPIDOSES

São doenças devidas a erros do catabolismo dos esfingolipidos



Gangliosidose GM1

Causas

Actividade deficiente da beta-galactosidase
Acumulação de GM1 nos lisossomas das células cerebrais
Acumulação de queratana-sulfato no fígado

Sintomas

Tipo I
O tipo I aparece em crianças
No fim do primeiro ano de vida, a maioria dos doentes está cega e surda com rigidez descerebrada
A morte surge aos 3-4 anos
Tipo II

O tipo II é de inicio juvenil
Os doentes têm sintomas neurológicos graves
A deterioração é lenta
A morte surge aos 30-40 anos

Tratamento

Não há tratamento especifico



Gangliosidose GM2 ( Doença de Sandhoff)

Causas

Deficiência da actividade da beta-hexosaminidase com acumulação do GM2 no sistema nervoso central
As doenças  de Sandhof e Tay-Sachs devem-se a mutações diferentes deste enzima

Sintomas

As manifestações neurológicas são gravíssimas
Na forma infantil a morte ocorre aos 4-5 anos


Tratamento

Não existe


Bibliografia



Doença de Gaucher


Causas

Actividade deficiente da beta-glicosidase acida
Acumula-se glicosilceramida nas células do sistema retículo endotelial-< células de Gaucher

Sintomas

Tipo I

Predomina nos judeus Ashekenazi
As células de Gaucher acumulam-se na medula óssea e baço causando problemas ortopédicos, como dores ósseas e articulares, esplenomegalia e problemas hematológicos como trombocitopenia 
A trombocitopenia pode causar hemorragias como epistaxis e equimoses

Tipo II

A glicoceramida acumula-se no cérebro
Caracteriza-se por uma degenerescencia neurológica rápida, levando à morte nos dois primeiros anos de vida

Tipo  III

Predomina na Suécia
O compromisso neurológico é menos grave que no tipo 3


Tratamento

Abriram-se outras expectativas com a comercialização da terapia de reposição enzimática com beta-glicosidase  acida recombinante que retarda ou reverte a evolução de muitos sintomas


Para mais informação ler



Doença de Nieman-Pick


Causas

Nos tipos A e B  falta a esfingomielinase, com a consequente acumulação de esfingomielina
No tipo C houve mutação duma proteína ligada ao tráfego do colesterol causando acumulação de colesterol e esfingomielina

Sintomas

Tipo A

Começa nos primeiros meses de vida
Alterações neurológicas progressivas
Hepatoesplenomegalia
Morte aos 2-3 anos


Tipo B

Aparece em crianças
Alargamento progressivo dos órgãos
Crescimento fraco
Infecções broncopulmonares frequentes
Não há envolvimento neurológico
Muitos sobrevivem

Tipo C

Após os dois anos, envolvimento do sistema nervoso
Morte entre os 5 e 15 anos

Tratamento

Não existe
Estão a decorrer investigações sobre substituição enzimática e terapia genetica

Mais informações



Doença de Fabry


Causas

Actividade deficiente da a-galactosidase
Acumulação de glicoesfingolipidos, nomeadamente globotrisialoceramidas cãs células
Esta acumulação de glicoesfingolipidos provoca tumefacção e proliferação das células endoteliais com alteração dofluxo sanguíneo no cérebro e vasos periféricos

Sintomas

Angioqueratomas
Crises agudas de dor
Acidentes vasculares cerebrais e infartos cerebrais
Insuficiência renal e cardiaca
Morte


Tratamento

Tratamento sintomático
Transplante renal e hemodiálise
Actualmente a comercialização da a-galactosidadse recombinante abriu outras perspectivas


Leucodistrofia metacromatica


Causas

Deficiência  da arilsulfatase, que hidrolisam os sulfatidos
Os sulfatidos acumulam-se na substancia branmca


Sintomas

Atrofia muscular gradual
Atrofia óptica
Quadriparesia
Morte na primeira década
Existem formas juvenil e adulta

Tratamento

Não existe






CAPITULO 11

METABOLISMO DO COLESTEROL


Catabolismo


Hidrolise

Os esteres do colesterol para serem absorvidos têm de ser hidrolisados em colesterol  e acidos gordos.
 A absorção é auxiliada pelos produtos da hidrolise de outros lipidos como os monogliceridos e ácidos gordos e pelos fosfolipidos e sais biliares.
A hidrolise dos esteres do colesterol é feita pelas colesterol esterases hepática e intestinal 







Na mucosa intestinal a maior parte do colesterol é reesterificada de novo pela sintetase dos esteres do colesterol
A síntese não necessita nem de ATP nem de CoA







O colesterol reesterificado é incorporado nos quilomicra e passa para a linfa, sendo em grande parte reabsorvidos pelo fígado
Aí são hidrolisados por uma colesterol-esterase
Também podem ser resintetizados por uma acil-Coa-colesterol-transferase que necessita de CoA


Sintese


Cerca de metade do colesterol do organismo é sintetizada de novo.
10% é sintetizado no figado, 15 % no intestino e o restante noutros tecidos.
A sintese do colesterol efectua-se no citoplasma e  microsomas a partir de uma unidade de dois carbonos, o acetil-CoA.


Principais etapas

¨      Formação de um composto em C6 (acido mevalonico a partir da combinação de três Ac.CoA
¨      Descarboxilação desta unidade numa unidade em C5, o isopentenilpirofosfato
¨      Combinação de seis unidades em C5 para dar o esqualeno
¨      Ciclização do esqualeno em colesterol
¨      Ciclização do esqualeno em colesterol









Formação do mevalonato

Forma-se hidroximetilglutaril CoA((HMGCoa) pela condensação sucessiva de três moleculas de acetil-CoA 
A reacção é catalisada dela HMG-CoA sintetase origina o hidroximetilglutaril-CoA, reacção já estudada a propósito dos corpos cetónicos
Em seguida o HMG-CoA é reduzido por duas moleculas de NADPH em mevalonato pela acção da HMG-CoA redutase


Formação de isopentenilpirofosfato e do farnesil pirofosfato


Duas fosforilações sucessivas catalisadas por cinases formam o 3,5-bisfosfomevalonato
Este é descarboxilado em seguida pela bisfosfomevalonato descarboxilase
O farnesil pirofosfato pode participar na síntese de outros compostos



Síntese  do esqualeno

O esqualeno resulta da condensação de seis isopentenilpirofosfatos.
Uma isomerase transforma o isopentenilpirofosfato em dimetilalilpirofosfato.
Este condensa-se com um isopentenilpirofosfato para dar geranilpirofosfato, pela acção  da preniltransferases
Outra condensação irá formar o farnesilpirofosfato,catalisada também pela preniltransferase
Dois farnesilpirofosfato condensam-se ao mesmo tempo que são reduzidos pelo NADPH, para dar o esqualeno,reacção catalisada pela esqualeno sintetase


Ciclização do esqualeno

A formula do esqualeno pode conceber.se de um modo que permite antever a sua ciclização
A primeira estrutura cíclica formada é o lanosterol


Formação do colesterol

O lanosterol difere do colesterol por:

  • ·         Três metilos  em excesso
  • ·         Dupla ligação em 8-9 e não em 5-6..A migração da cadeia lateral  origina o desmosterol
  • ¨      Dessaturação da cadeia lateral
No decurso da sua ciclização em lanosterol, a estrutura do esqualeno vai-se apagando progressivamente. A fixação de um hidroxilo sobre o futuro C3, induz um rearranjo da molécula com:

  • ·         Ciclização dos quatro ciclos
  • ·         Deslocamento de dois metilos


Formação de outros compostos

O farnesilpirofosfato é uma placa giratória para a síntese de noutros compostos:

  • ·         Proteínas geranilfosforiladas
  • ·         Ubiquinona
  • ·         Dolicol
  • ·         Proteínas farnesiladas


Regulação


O organismo humano sintetisa 1g/dia de colesterol e consome 0,3.
 O colesterol sintetizado e alimentar é utilizado para a formação  das membranas e sintese de hormonas esteroides e de ácidos biliares, sendo a maior parte do colesterol utilizada para a sintese dos ácidos biliares.
A biosintese do colesterol é controlada essencialmente pela HMG-CoA redutase




Capitulo 12

ACIDOS BILIARES

Os produtos finais da metabolização do colesterol são os ácidos biliares sintetisados no figado, sendo o principal mecanismo de eliminação do colesterol em excesso.

Diferenças com o colesterol

Comparando com o colesterol  os ácidos biliares apresentam as seguintes diferenças

¨      Isomeria  a em C3
¨      Ausencia de dupla ligação
¨      Existencia de oxidrilos
¨      Cadeia lateral mais curta e oxidada

Para a transformação do colesterol em ácidos biliares é portanto preciso:

·         Desaparecimento da dupla ligação
·         Isomerização do oxidrilo
·         Hidroxilações
·         Amputação e oxidação da cadeia lateral






Ácidos biliares primários e secundários

Os ácidos biliares primários são sintetizados no fígado ao contrário dos secundários que são formados no intestino pela acção das bactérias intestinais



Sintese

Para a sintese dos ácidos biliares o colesterol tem que sofrer as seguintes alterações

¨      Desaparecinento da dupla ligação
¨      Isomerização em C3
¨      Hidroxilação em 7 e 12 para o ácido cólico e em 7 para o quenocolico
¨      Cadeia lateral mais curta e amputada


Síntese dos ácidos biliares primários

O colesterol é inicialmente  hidroxilado em 7a-hidroxicolesterol
Esta reacção é catalisada pela 7 – a – hidroxilase, enzima requerendo oxigénio, NADPH e citocromo P-450
Seguem-se hidroxilações catalisadas  por monoxigenases
Forma-se colil-CoA acrescentando um  OH no C12
Forma-se  o desoxi-colil-CoA por uma 27-hidroxilação
Estas duas reacções necessitam de oxigenio, NADPH e CoA




Síntese dos ácidos biliares secundários

A remoção do oxidrilo em 7 pelas bacterias intestinais transforma o quenocolico em litocolico e o colico em desoxicolico



Conjugação dos ácidos biliares

Os ácidos biliares aparecem na bilis conjugados com a glicocola ou a taurina.
Para a conjugação combinam-se inicialmente com o CoA  e necessitam de ATP
Tambem se podem conjugar com  sulfatos





Circulação enterohepatica

A produção de ácidos biliares pelo figado é insuficiente para preencher as necessidades do organismo.
Para assegurar um fornecimento adequado, os ácidos biliares são reabsorvidos depois de desconjugados voltando para o figado pela veia porta – é a circulação enterohepatica.
Por este processo um pequeno pool de ácidos biliares (3-5 g) é reciclado 6 a 10 vezes com um rendimento  próximo dos 100%








Regulação da sintese

O enzima chave é a  colesterol 7-a-hidroxilase.
A sua actividade é aumentada pelo colesterol e diminuida pelos sais biliares,
A circulação enterohepatica colabora indirectammente na regulação pois quando funciona os sais biliares que retornam ao figado inibem o enzima, e quando não funciona a ausencia estimula-o



Funções dos ácidos biliares


Representam  o único mecanismo de eliminação do colesterol em excesso
Diminuem a tensão superficial emulsionando os lipidos em gotículas de menor diâmetro, o que aumenta a superfície de acção das lipases
Solubilizam o colesterol na bílis
Facilitam a absorção das vitaminas liposoluveis

Bibliografia





http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1927/wieland-lecture.pdf






  



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